Porquê é que governos liberais abraçaram formas fascistas?
Após a Primeira Guerra Mundial e a crise de 1929, as democracias liberais, que se tinham imposto por quase toda a Europa, tiveram de enfrentar vários problemas. Entre os quais, as dificuldades económicas do pós-guerra que provocaram o aumento do número de desempregados e a degradação geral das condições de vida das populações, dando origem a diversos conflitos sociais: revoltas armadas, greves, manifestações, e ocupação de terras e fábricas. Por outro lado, o triunfo da revolução socialista na Rússia, profetizando os seus defensores a vitória do comunismo por todo o Mundo, assustou muita gente, nomeadamente as camadas sociais mais favorecidas, levando-as a apoiar os movimentos políticos de extrema-direita, na tentativa de evitar a difusão do comunismo e as implicações que trazia.
Toda esta situação tem de ser vista através de uma visão socio-económica. A Europa encontrava-se destruída, com a economia desorganizada e a população, moralmente, em baixo.
O exemplo da Rússia que havia enfrentado várias revoltas e que agora começava a estabilizar, em muito, devido às medidas marxistas (alteradas segundo o entendimento de Lenine, entenda-se), os desastrosos acontecimentos económicos que assolaram os Estados Unidos da América (EUA) e por consequente a Europa, principalmente os países que entraram nas Alianças (e que eram agora devedores dos EUA, devido aos empréstimos e investimentos feitos no “velho continente” pelo governo do país do “Tio Sam”) como por exemplo à Inglaterra, à Itália, à Alemanha e à França, foram factores que levaram certos filósofos, políticos e grupos políticos, sobretudo de direita, a repensarem nos seus objectivos e ideais.
Vivendo a Europa subjugada à única super – potência, a crise 29 trouxe novas dificuldades e novas barreiras económicas, sociais e políticas. Novas medidas tinham de ser tomadas. O povo queria soluções, e essas soluções apareciam quase sempre em forma de revolução. Revoluções que apareciam de inúmeras e diferentes formas.
O capitalismo, para muitos estava em queda, e ninguém quereria estar nesse barco quando este fosse completamente ao fundo. Portanto, o melhor a fazer era escolher um novo barco, um novo rumo.
Contudo não poderemos generalizar as causas que levaram certos países e políticos a escolherem formas fascistas de governação. Podemos mostrar o contexto social que se vivia na época para tentar explicar o porquê, mas cada país é um caso.
A Alemanha sentia-se abafada depois da 1ªGrande Guerra. Inglaterra, França EUA lutavam pelo desarmamento deste país e faziam de tudo para obter o poder governamental sobre partes da Nação Germânica.
A Itália parcialmente destruída e sem conseguir recompor-se da guerra entra num circulo vicioso de quase autodestruição.
A Rússia agora governada por Estaline (1924 – 1953) via a sua economia mais forte devido à socialização total desta com a extinção da NEP e a instalação de planos quinquenais que fizeram com que a URSS se desenvolvesse significantemente.
Os EUA a partir de 29 deixam de conseguir apoiar a Europa e ainda são obrigados a reclamar o dinheiro emprestado.
Um pouco por toda a Europa foram, então, aparecendo regimes ditatoriais. Espanha e Portugal também são exemplos desses regimes, para uns fascistas, para outros apenas ditatoriais e ainda governos de cariz “duro mas não ditatorial” para outros.
De igual entre eles estava o facto de os seus governos terem como meta a fortificação da economia do seu próprio país.
Cada país que abraçou o fascismo acabou por lhe dar um motivo diferente.
joão pereira
sofia simões
vanessa bernardo
claudia pina
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