22 de abril de 2008

O VELHO PROBLEMA


Ontem, durante uma conversa com amigos lembrei-me de uma situação que se passou comigo há já meio ano. Numa noite, ao chegar a casa, deparei-me com um vulto sentado no chão, a poucos metros da porta de entrada. Aproximei-me relutante, com receio de não sei bem o quê. Estava uma noite agradável de Verão e nem sei porque é que as minhas pernas andaram na direcção daquela figura, que agora diria, estranha. Cabelos brancos compridos, barba de três semanas, roupa quiçá demasiado quente para aquela altura do ano…


Ao aproximar-me, o homem a quem agora conseguia ver os olhos azuis-claros, falou-me de uma forma inesperadamente calma e lúcida: «Desculpe estar sentado aqui tão perto da porta de sua casa. Estava cansado e decidi fazer um pequeno intervalo na minha caminhada».


«E para onde vai?», perguntei enquanto me agachava de modo a que os meus olhos pudessem vislumbrar melhor os seus.


«Para aí… Estou em trabalho.»


«Em trabalho?! O que faz?»


«Se lhe dissesse não acreditava.», disse enquanto deixava ver, entre os pequenos lábios, os seus dentes amarelados e mal tratados que formavam um sorriso. «Acreditava se eu lhe dissesse que todos os problemas que você conhece poderiam desaparecer num segundo?», perguntou-me enquanto o seu olhar dava a resposta.


«Podia dizer que sim. Mas nenhum de nós os dois ia acreditar nisso», afirmei enquanto o meu sorriso fazia companhia ao seu sorriso.


«A estátua que está à frente da Câmara Municipal também não acreditou. Vim de lá agora. Meia hora de conversa faz sempre bem a um velho como eu», disse como se se desculpasse. Pouco lhe importou que a minha expressão dissesse que as estátuas não falam. «Ela está muito céptica em relação ao mundo e à sociedade de hoje. E não acredita que as coisas se possam mudar. Contou-me cá com cada história…». Abanava a cabeça em sinal de reprovação.


«Tem problemas que lhe afectam o pensamento?», questionou-me olhando para mim de tal forma que senti se mentisse naquela hora o Mundo inteiro cairia sobre mim.


«Tenho alguns! Olhe, quer tomar algo? Precisa de alguma coisa, precisa que telefone a alguém?», perguntei-lhe tentando afastar da minha mente aquela questão que não sei porquê me atormentou. Seria por ver alguém à minha frente que aparentava não ter preocupação alguma? Senti-me eu inferiorizado perante aquele homem que não conhecia?


«Um copo de água bastava-me.», disse-me de tal maneira que ia jurar que me tinha lido a mente


«Aguarde só um segundo, já o trago.» Virei costas. Ouvia agora o “velho” a trautear uma música de um conhecido cantor popular. Coloquei as chaves na porta, e fui buscar o prometido. Quando regressei apenas encontrei a velha calçada de tantos anos. Sorri, e bebi o copo como que brindando àquela personagem que por breves minutos conseguiu fazer com que me esquecesse… dos meus problemas! Afinal ele tinha razão. Um segundo bastou para me sentir em paz.


No dia seguinte ao passar pela estátua senti-me tentado a perguntar-lhe pelo “velho”. Ri-me do meu pensamento infantil e dirigi-me a casa. Até hoje nunca tive coragem de falar com a estátua, talvez com medo de ouvir a resposta… Até hoje não sei quem é o homem que fez desaparecer os problemas num segundo.

Teatro das Beiras e Quarta Parede encenam “A Disputa”


O texto de Pierre Marivaux, escrito no séc.XVIII, aborda temas actuais. “A Disputa” mantém-se em palco, no Teatro das Beiras, até 3 de Maio.


A fábula “A Disputa”, de Marivaux, co-produzida pela Quarta Parede e pelo Teatro das Beiras, estreou no passado dia 10 e mantém-se em cena até o próximo dia 3 de Maio, todas as noites pelas 21.30 horas.
A questão da infidelidade desperta o interesse de um príncipe que decide fazer uma experiência: educar dois homens e duas mulheres, que nunca se viram, num ambiente completamente protegido do mundo exterior, sem qualquer contacto com outros seres humanos, exceptuando-se os seus dois criados.


Na adolescência, quando o desejo do amor aparece, através de estratagemas dos criados, os quatro, que sempre viveram isolados, vão encontrar-se. Naturalmente, os sentimentos florescem, nos corpos e nas mentes virgens, dando origem a promessas de amor eterno, que são de imediato desmentidas pelo confronto com novos encontros amorosos. No final, verifica-se que os dois sexos estão de igual modo sujeitos à instabilidade e à infidelidade.


A peça é um misto de cinema, através da projecção em tela, e de teatro. “A ideia foi juntar a experiência mais clássica do Teatro das Beiras, e a tendência pluridisciplinar da Quarta Parede”, refere Rui Sena, encenador da peça e também director da Quarta Parede, que recorreu “à tecnologia, ao movimento e ao cinema para poder fazer essa transposição”. A ideia é “o público sentir-se como voyeur” e viajar num mundo de ódios e paixões onde reina a sedução e infidelidade.


Apesar de quase três séculos de existência, o texto de Marivaux “continua actual”, considera Rui Sena, pois “falar das pessoas e das suas relações é muito importante”. No entanto «daqui a algum tempo “A Disputa” poderá ser feita em planos diferentes e terá, por exemplo, casais do mesmo sexo», conclui o encenador.


Sofia Simões



Também no URBI

21 de abril de 2008

Matemática e Ciências Experimentais na Campos Melo


Divulgar as actividades da escola aos alunos do concelho foi o principal objectivo do evento «Matemática e Ciências Para Todos» que a Escola Campos Melo levou a efeito. De forma lúdica, miúdos e graúdos aprenderam um pouco mais neste dia.


A Escola Secundária Campos Melo dedicou o dia 10 de Abril à Matemática e às Ciências Experimentais. Os trabalhos dos estudantes estiveram expostos durante todo o dia, e os próprios alunos puderam apresentar os seus projectos à comunidade.


No âmbito do Dia das Ciências Experimentais, o Curso Técnico de Organização de Eventos e o Curso de Educação e Formação de Gestão Ambiental uniram esforços e alegraram a parte da manhã com um “Desfile de Moda" ecológico. A reciclagem e reutilização de materiais foram a principal preocupação dos criadores.


O Departamento de Matemática organizou o “Dia da Matemática”, que começou com um campeonato de Sudoku, apresentação de outros jogos matemáticos, construção de Origamis, e terminando, já da parte da tarde, com o Concurso Canguru 2008, e uma conferência sobre “Arte e Matemática”, pelo Mestre José Manuel dos Santos.


O Concurso "Canguru Matemático" é uma prova a nível nacional organizada pela Associação Canguru sem Fronteiras. O objectivo é promover a divulgação da matemática mediante o concurso, que teve lugar no mesmo dia em todos os países participantes.


Os laboratórios de Biologia, Física, Geologia e Química estiveram abertos todo o dia, com exposições e actividades experimentais interactivas. Relógios movidos a limão, pêndulos, balões e velas “mágicas”, “pega-monstros” coloridos, são exemplos dos imensos projectos mostrados ao público.


A professora Cristina Lourenço, responsável pelo Laboratório de Química, explica que “este dia já se realiza há alguns anos. E temos que agradecer à professora Maria Lurdes Ciríaco e ao Departamento de Química da UBI por nos cederem o azoto, tornando assim possível parte das experiências que realizamos”.
Também no URBI

17 de abril de 2008

O Penteador



"O Penteador" é uma fotonovela com a participação de Pedro Diogo e Rita Lino.
Publicada em Padam Padam!

15 de abril de 2008

Instituto Cervantes na UBI

A maior instituição mundial dedicada à difusão do Espanhol e da sua cultura -- o Instituto Cervantes -- esteve presente na Universidade da Beira Interior para ajudar na formação de professores de Língua Espanhola.


No passado dia 4 a UBI recebeu, uma vez mais, o primeiro dos dois cursos de formação de professores de Espanhol organizados pelo Instituto Cervantes junto do Departamento de Letras e do Curso de Espanhol daquela universidade.

Este primeiro curso de formação decorreu no Anfiteatro da Biblioteca Central da universidade, e esteve a cargo da Doutora Rosario Ruiz García, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e do Instituto Cervantes de Lisboa. O tema da formação, "A canção como material didáctico na aula de Espanhol como Língua Estrangeira (ELE)", serviu para apresentar a música como forma de ajuda na aprendizagem da língua dos nuestros hermanos.

O curso organizado pelo Instituto Cervantes tinha uma carga horária lectiva de quatro horas, decorrendo entre as 10h30 e as 12h30; e da parte da tarde entre as 14h30 e as 16h30.
O segundo curso, irá realizar-se no dia 29 de Maio, e terá por tema "La comprensión lectora en el aula de ELE", ficando a cargo da Doutora Mónica García-Viñó, professora do Instituto Cervantes em Rabat.

Estes dois cursos são reconhecidos a nível mundial pelo diploma atribuído a quem os frequenta, e enriquecem consideravelmente o curriculum de quem se destina a funções de ensino relacionadas com a Língua Espanhola.

O Instituto Cervantes de Lisboa conta com mais de 80.000 estudantes por ano, sendo a maior instituição mundial dedicada ao ensino de espanhol. O seu notável desempenho foi reconhecido, recebendo o prémio Príncipe de Astúrias em 2005, na categoria de Comunicação e Humanidades.

Sofia Simões
Também em: Urbi

Biblioteca acolhe “Dia Mundial do Livro”


“Espanta-Pardais”, “Ulisses” e “A Joaninha Vaidosa”, foram alguns dos contos que estiveram em destaque na Biblioteca Municipal. Incentivar a leitura e a ida à biblioteca junto dos mais jovens foi também o objectivo desta actividade.


No Dia Internacional do Livro Infantil, a Biblioteca Municipal da Covilhã adaptou o seu espaço de forma original para celebrar esta data. Cerca de 40 crianças, entre os 4 e os 5 anos, do infantário da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, aproveitaram a ocasião para se divertirem, ao mesmo tempo que aprendiam mais sobre os contos de que tanto gostam.

Depois de ouvirem atentamente a explicação sobre “o que é um livro infantil”, e poderem comparar o tamanho destes com outros tipos de livros, as crianças puderam teatralizar a história da Carochinha através de fantoches. A história original foi rapidamente modificada pelos actores de “palmo e meio” que, num ápice e utilizando a imaginação inerente à idade, introduziram personagens estranhas ao conto sem que este perdesse o sentido.

Com o uso de plasticinas, os pequenos actores rapidamente se transformaram em verdadeiros artistas plásticos e construíram as personagens dos seus contos favoritos.

Foi escolhido o dia 2 de Abril para recordar Hans Christian Andersen, autor de famosos contos infantis como “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de Chumbo”, “A Pequena Sereia”, “A Princesa e a Ervilha”, entre outros. O escritor nasceu neste dia, no ano de 1805. Devido à sua contribuição na literatura infantil, a data do seu nascimento é hoje celebrada por todo o mundo como o Dia Internacional do Livro Infantil.

A organização deste evento, que esteve aberto a todos os interessados, serviu igualmente para desmistificar a biblioteca enquanto lugar de estudo.


Também em: Urbi

8 de abril de 2008

Posso Avançar? Pergunta o Cavalo


"Posso Avançar? Pergunta o Cavalo", a mais recente co-produção da ASTA e do TeatrUBI parte em viagem para uma série de mostras por Espanha e Portugal.

Este espectáculo que estreou no passado 21 de Fevereiro no Teatro-Cine da Covilhã, onde saiu em cena mais 3 vezes (dias 22 e 23 de Fevereiro e 1 de Março) contou com mais de 1000 espectadores.

Datas já agendadas:

Abril 12 - Coruña (Espanha) 25 - Ourense (Espanha)

Maio 9 - P 18 - Lisboa (Portugal) 24 - Porto (Portugal)

4 de abril de 2008

Paredes de Coura 2008


Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols no Heineken Paredes de Coura!!! Dia 31 de Julho perdurará na história da música em Portugal, quando o quarteto britânico actuar pela primeira vez em terras nacionais.


Johnny Rotten, Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock, são os quarto ingredientes da mais incendiária banda Punk de todos os tempos, responsáveis por músicas que chocaram e marcaram uma geração que, claramente, não estava preparada para o aparecimento dos Sex Pistols.


Concertos excitantes e estórias infames sobrevivem até aos dias de hoje, numa quantidade muito elevada, para quem editou “apenas” um álbum de originais. “Apenas”, porque esse álbum é só um dos discos mais importantes da história da música, “Nevermind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols”.


Alguns anos depois, os Sex Pistols continuam tão revolucionários e controversos como sempre. A idade não os acalmou e os concertos persistem tão provocatórios como o primeiro, conforme vai ser possível comprovar, dia 31 de Julho, no Heineken Paredes de Coura.


31 DE JULHO


SEX PISTOLS


MANDO DIAO


THE WOMBATS



1 DE AGOSTO



PRIMAL SCREAM



3 DE AGOSTO
KUSTURICA & THE NO SMOKING ORCHESTRA
THIEVERY CORPORATION

PREÇO DOS BILHETES E LOCAIS DE VENDA:

PASSE 4 DIAS:
Preço Especial até 3 de Abril ¬ 60 Euros
Preço Normal ¬ 70 Euros
Bilhete Diário ¬ 40 Euros



LOCAIS DE VENDA:


http://www.paredesdecoura.com/, Worten, Fnac, Fnac Service,Bulhosa (Oeiras Parque), Agências ABEP e Alvalade,Ticketline (Reservas: 707 234 234 e http://www.ticketline.pt/).
Espanha: Breakpoint (http://www.breakpoint.es/) eTick Tack Ticket (http://www.ticktackticket.com/)



in: osuplente

Porto Rico representa no TeatroCine



De 1 a 14 de Março de 2008 o TeatroCine da Covilhã recebeu o já habitual Ciclo de Teatro Universitário. Com a organização do TeatrUBI e ASTA o evento contou com presença de Universidades nacionais e estrangeiras.


No penúltimo dia do XII Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, 13 de Março, subiu ao palco o Grupo de Artes Escenicas Colombeia, Cuerpo de Artes Teatrales da Universidade de Porto Rico Recinto de Cayey, interpretando a obra de Júlio Verne, “La vuelta al Mundo en 80 dias”.


A peça rica em humor e expressões corporais, conta a história de Píelas Fogg (Eddie Vargas) um inglês que aceitou uma aposta. Para ganhá-la tem de viajar à volta do mundo em menos de 80 dias. Nessa viagem conta com o seu fiel mordomo Picaporte (Ramse Nieves) com quem parte de Londres, para atravessar as diversas aventuras.


O grupo que foi convidado pelo TeatrUBI a integrar neste ciclo após o Festival Ibero-Americano, iniciou o seu percurso há 5 anos e é a primeira vez que representam fora do seu país.


De acordo com Eddie Vargas “este grupo é uma família e serve para evoluirmos tanto a nível pessoal como profissional”. Para Oscar Gonzalez e Humberto Torres, encenadores da peça, o facto de todos os actores serem estudantes “não é uma fatalidade, pois como grupo forte que somos todas as barreiras acabam por desaparecer”.


O público presente, cerca de 50 pessoas, ficou encantado com a forma como este grupo, apesar dos escassos recursos, conseguiu captar as cenas primordiais da extensa obra de Júlio Verne e as transpôs para apenas 45 minutos de peça teatral.



Sofia Simões

Dia Mundial do Teatro



O Dia Mundial do Teatro foi marcado por espectáculos, exposições, colóquios, animações e concertos que decorreram por todo o país.



O Dia Mundial do Teatro, celebrado a 27 de Março, foi assinalado com várias comemorações por todo o país. O Ministério da Cultura e a Direcção Geral das Artes estiveram a cargo da exposição nacional “O que é o Teatro?”.


Na Covilhã apenas a exposição marcou este dia, pois “estava previsto um espectáculo do TeatrUBI, mas foi cancelado por falta de condições” assegura Horácio Carvalho, director do Teatro Cine. Quanto ao número de pessoas que visitaram a exposição, confessa que “apenas o público habitual compareceu, pois o Dia Nacional do Teatro passa um bocado ao lado das pessoas”. Segundo este “devia haver companhias profissionais e até semi-profissionais que assinalassem de forma especial esta data”.


A arte teatral conta cada vez menos com a adesão do público português, “as pessoas não têm dinheiro para gastar em termos culturais, é preciso que o público seja reeducado a voltar ao teatro e ganhar esse hábito”, finaliza o director do Teatro-Cine.



Sofia Simões

Brincando e aprendendo no “Hospital Faz de Conta”



Durante três dias consecutivos, a Faculdade de Ciências da Saúde da Covilhã foi palco do imaginário “Hospital Faz de Conta”, iniciativa que esteve a cargo do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior.



O Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI) organizou o “Hospital Faz de Conta”, que decorreu durante os dias 5, 6 e 7 de Março na Faculdade de Ciências da Saúde.


Esta iniciativa foi dirigida a crianças entre os 3 e os 7 anos de idade, que frequentam Infantários e Escolas do Ensino Básico do Concelho da Covilhã. No mundo do “faz de conta” as crianças levaram um boneco pessoal, o seu “filho”, ao Hospital e como “pais” receberam todas as indicações e cuidados a ter com o boneco. Os estudantes de medicina desempenharam o papel de profissionais de saúde que acompanharam as crianças em todo o circuito do “Hospital Faz de Conta”, detectando a doença do boneco e medicando-o.


À entrada do “Hospital”, estes pais de “palmo e meio” foram recebidos pelos estudantes de Medicina onde realizaram actividades lúdicas de pintura e desenho. Em grupo, começaram a percorrer o circuito de diferentes “áreas hospitalares” acompanhadas por membros do MedUBI.


Na primeira fase do percurso, passaram pelo Laboratório de Habilidades, preencheram “O livro do Bonequinho” no Consultório e disseram ao “médico” os sintomas que afectavam o seu boneco. Depois de diagnosticada a “doença”, receberam a medicação na sala de tratamentos. No bloco operatório, depois das batas vestidas, os “mini-cirurgiões” preparam-se para “operar” o boneco Diogo.


A Sala de Educação para a Saúde foi a fase do circuito que se seguiu. De forma didáctica e interactiva abordaram-se temas como a higiene oral, alimentação saudável, vacinação e protecção solar.


Teresa Rosa, membro do MedUBI e uma das coordenadoras do projecto, explicou que o objectivo desta iniciativa foi “ensinar às crianças, num período de não doença, os cuidados de saúde que devem ter no dia-a-dia e ao mesmo tempo ajudá-las a perder o medo do ambiente hospitalar. Para os alunos da MedUBI foi um desafio porque interagiram directamente com as crianças e simultaneamente foi uma ajuda na sua formação enquanto futuros profissionais de saúde”.


Quanto à repetição desta acção, Teresa Rosa espera que “para o ano alguém retome o projecto, porque iniciativas assim são de louvar e não podemos deixar que caiam no esquecimento”.



Sofia Simões


“Troca de Palavras” Na Promoção de uma Vida Saudável


O incentivo ao exercício físico na Promoção da Saúde, foi o objectivo do último “Troca de Palavras com…” realizado na Biblioteca Municipal da Covilhã.



Como vem sendo habitual na última quinta-feira de cada mês, realizou-se, no passado dia 28, mais um “Troca de Palavras com…”. A iniciativa organizada pela Câmara Municipal da Covilhã, que decorre mensalmente na Biblioteca Municipal, abordou um tema de interesse social “Medicina e Exercício Físico na Promoção da Saúde”.


Nesta sessão, ocorreu um “Troca de Palavras com…” o Dr. Miguel Castelo Branco e o professor de Educação Física, Albino Carlos Ferreira, onde ambos abordaram a importância do desporto na Prevenção da Saúde.


Dr. Miguel Castelo Branco realçou a importância da educação para a saúde e que esta “visa a sensibilização para a alteração de comportamentos e adopção de estilos de vida saudáveis”. É neste âmbito que “a Medicina não está ligada exclusivamente ao tratamento da doença, está também ligada à promoção da saúde”. A obesidade em Portugal é motivo de preocupação, pois “temos cada vez mais facilidade em alimentarmo-nos com mais calorias”. No final da sua intervenção, destacou ainda a importância de “promover, prevenir, tratar e cuidar para uma vida saudável”.


Albino Carlos Ferreira reforçou a importância do exercício físico na Promoção da Saúde. Um estudo feito pelo próprio, que abrangeu 25% da População Escolar (alunos entre o 8º e 10º ano de escolaridade) da Covilhã, revelou que apesar de os rapazes praticarem mais desporto que as raparigas, existe uma diminuição de actividade física com a idade. O sedentarismo dos jovens está infimamente ligado ao seu estilo de vida e à pouca prática de desporto. “A actividade física é como um fármaco, o que interessa é a finalidade a que se destina”, esta analogia realçou como a actividade física varia de pessoa para pessoa. Em forma de conclusão, Albino Ferreira deixou uma crença a todos os presentes, “A saúde é uma consequência da Educação Física, não uma causa”.


No fim das mediações, abriu-se espaço à participação do público que expôs algumas questões sobre a melhor forma de manter uma actividade física diária, moderada e controlada. O Representante da Câmara, Paulo Rosa, informou ainda aos presentes que o Complexo Desportivo da Covilhã se encontra aberto diariamente, após as 18horas, e de forma gratuita, de modo a incentivar a população da Covilhã à actividade física.


Sofia Simões

3 de abril de 2008

Os media no caso do Telemóvel


Este trabalho serve para mostrar um ponto de vista sobre um acontecimento em nada diferente a tantos outros.
Falo do, mais que famoso, caso da jovem a quem foi retirado o telemóvel numa sala de aula. Logo aqui coloca-se uma questão fundamental: teria a professora autoridade para retirar o referido objecto à aluna?
O uso dos telemóveis está proibido em todas as salas de aula, como decorre do Art.º 15, al. q) do Estatuto do Aluno independentemente da sua transposição para o Regulamento Interno;
No entanto, não existe qualquer norma legal que confira a qualquer professor competência para apreender objectos. Poder-se-á considerar os professores como fiscais? Ou até agentes de autoridade?
Em relação à atitude da aluna, não existiu qualquer violência física, ao contrario do que foi noticiado pelos media, aliás basta ler os artigos do Código Penal sobre ofensas à integridade física para facilmente percebermos que o que se passou não se enquadra nas previsões legais.
Contudo vai contra ao disposto na alínea d) do Art.º 15 do referido Estatuto, “ Tratar com respeito e correcção qualquer membro da comunidade educativa;” e f) do mesmo artigo: “Respeitar as instruções dos professores e do pessoal não docente”.
Em relação ao comportamento da professora, que para muitos deveria ter expulsado a aluna logo que esta utilizou o telemóvel, digo que a ordem de saída da sala de aula é «aplicável ao aluno que aí se comporte de modo que impeça o prosseguimento do processo de ensino e aprendizagem dos restantes alunos». Este era o teor do Art.º 30 do anterior Estatuto do Aluno. Já não consta expressamente do novo Estatuto, mas continua a ser esse o entendimento do Ministério da Educação.
O professor que aplique imediatamente ordem de saída da sala de aula a um aluno que tenha um telemóvel na mão corre o risco de ser considerado pelo Conselho Executivo ou pelo Director de Turma como incapaz de lidar com situações de infracção aos regulamentos.
Mas foco aqui o que para mim é essencial debater: o direito à imagem. Pois foi devido à difusão de um vídeo, que um caso que ia cair no esquecimento, e que não traria qualquer consequências para ninguém, se tornou num abrir de olhos para os pais mais desatentos e uma chamada de atenção à sociedade para a realidade do ensino português.
Mas terá este vídeo, que fez mover mundos e fundos, sido obtido legalmente? Obtém-se ilicitamente uma imagem, quando as imagens são obtidas sem o consentimento expresso do cidadão, utilizando meios que violem a privacidade do cidadão como, por exemplo, câmaras escondidas.
Em determinadas situações pode-se expor ou reproduzir a imagem de um cidadão sem a sua autorização. A pessoa retratada não tem que dar o seu consentimento quando assim o justifique a sua notoriedade, o cargo que desempenha, exigências de polícia ou de justiça, finalidades científicas, didácticas ou culturais, ou quando a reprodução da imagem vier enquadrada na de lugares públicos, como vem explicitado no Código Civil, Artº 79º, n.º2.
A situação não se encaixa em nenhuma das excepções previstas na lei. Portanto o aluno que filmou a situação, além de usar indevidamente o telemóvel, como já abordado, obteve as imagens de forma ilegal.
As televisões utilizaram essas imagens para difundirem o acontecimento, não tendo, em alguns casos, o cuidado de esconder as identidades. Mas tendo noção que aquele vídeo foi alcançado de forma incorrecta, deveriam tê-lo transmitido? Não se pode acusar os media de cumplicidade?

Onde fica a deontologia e a ética profissional?

2 de abril de 2008

Esclerose Múltipla em debate na Covilhã



A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crónica de causa ainda desconhecida. Esta patologia não tem cura, a aposta em hábitos de vida saudáveis tenta prevenir novos casos.


O Hotel Turismo da Covilhã foi o lugar escolhido para a realização da X Acção/Convívio Esclerose Múltipla da Beira Interior. A tarde de 30 de Março, domingo, foi reservada pelos participantes para aprofundarem os seus conhecimentos sobre a doença.


Manuel Gonçalves, representante da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), deu a conhecer o trabalho da organização e destacou a necessidade de “falar sobre as consequências pessoais, sociais, laborais que a doença acarreta”. Catarina Cruto, interna de Neurologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, falou sobre a importância da alimentação na prevenção e no acompanhar da doença.


Esta enfermidade afecta sobretudo mulheres e estima-se que haja 5.000 doentes em Portugal. No entanto, Catarina Cruto assegura que é “a facilidade com que, actualmente, se faz um diagnóstico que dá a ilusão do aumento de casos de Esclerose Múltipla”.


A tarde serviu também para o Núcleo da Beira Interior da SPEM apresentar o livro “Receitas para gente apressada”. A obra, uma colectânea elaborada pelo NBI-SPEM, foi ilustrada pelas crianças do Centro Paroquial do Refúgio.


O Grupo infantil deste centro actuou no final do dia. O convívio terminou depois da cerimónia comemorativa do 3º aniversário do NBI-SPEM.

in: urbi et Orbi

1 de abril de 2008

PORTO-RIQUENHOS E AVEIRENSES DE PARABÉNS






Ciclo de Teatro Universitário chega ao fim em noite de aniversário do TeatrUBI





Foi em clima de festa que o TeatroCine da Covilhã se despediu de duas semanas de arte teatral. Actores e espectadores comemoraram juntos mais um êxito.



O último dia do XII Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior coincidiu com o 19º aniversário do TeatrUBI e serviu, além de homenagear grupo aniversariante e consagrar os vencedores dos dois prémios em disputa, para este grupo e a Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA), organizadores do evento, mostrarem em palco uma criação e encenação de António Abernú: PLAGIAI.



A peça com interpretação de Gabriel Travasso, Graça Faustino, Mafalda Morão, Rui Pires e Sérgio Novo abordou os 7 pecados mortais: vaidade, ira, preguiça, gula, luxúria, inveja e arrogância. Os pecados das personagens foram um “espelho” onde cada um dos espectadores podia encontrar a própria imagem que tanto se deseja esconder. Sem texto, os actores utilizaram apenas a linguagem corporal para fazer passar a mensagem.



De comemoração, foi também a noite do Grupo de Artes Escénicas Colombeia, Cuerpo de Artes Teatrales da universidade de Porto Rico recinto de Cayey, que ganhou o prémio do público depois de ter, na noite anterior, apresentado a peça “La vuelta al mundo en 80 dias”. E a do Grupo Experimental de Teatro da Universidade da Aveiro (GRETUA), vencedor do prémio do júri que, no dia anterior aos porto-riquenhos, subiu ao palco com o “Auto do Aleatório”.



Para o encenador aveirense João Fino “foi uma surpresa ganhar este prémio”. No entanto, “este reconhecimento deixa-nos muito orgulhosos e compensou os sacrifícios que o grupo passou no Verão”. Menos surpreso, mas igualmente feliz, mostrou-se Oscar Gonzales, um dos encenadores porto-riquenhos: “Vi a reacção do público na noite da nossa actuação e fiquei a pensar que poderia haver a possibilidade de ganhar. Temos que agradecer ao público que votou em nós, jamais nos vamos esquecer destes dias aqui na Covilhã”.



Rui Pires, presidente do TeatrUBI, frisou as evoluções deste evento referindo que de uma semana o Ciclo passou para duas, e de um mero ciclo nacional passou a contar com grupos de Espanha e actualmente já recebe participações da América Latina, com é o caso do Brasil e de Porto Rico. Questionado sobre o número de espectadores das duas semanas de espectáculos, Rui Pires não é brando com “a falta de preparação dos alunos que chegam à universidade. Quando cá chegam ou vêm somente para estudar ou para sair à noite para as discotecas. O Teatro raramente é uma opção”.



O Ciclo de Teatro que surgiu de uma ida à capital há 12 anos terminou no dia 14 de Março após 14 noites de espectáculo. Os preços variaram entre 1,5€ e 3€ para as entradas diárias e 15€ e 30€ para os bilhetes gerais.

AAUBI Vence III Torneio de Apuramento



As jogadoras de futsal da AAUBI mostraram-se intranquilas, no início da competição, perante o seu público. No entanto, as quatro vitórias conquistadas espelham bem a garra e qualidade do grupo.


A equipa da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) ganhou o terceiro e último Torneio de Apuramento de Futsal feminino. O Torneio organizado a nível nacional pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) teve lugar no Pavilhão 1 da UBI no passado dia 6 e 7 de Março.


Num torneio de todos contra todos, a formação da Covilhã venceu os quatro jogos em disputa, levando a melhor as equipas das Associações Académicas das Universidades de Aveiro (AAUAv), Minho (AAUM), Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) e Coimbra (AAC) por 5-2, 3-1, 7-3 e 13-3, respectivamente.


A equipa da casa já tinha garantida a participação na fase final da competição, que se vai realizar em Aveiro nos dias 23, 24 e 25 de Abril, depois de ter obtido o 1º lugar no Torneio de Apuramento inicial e o 2º lugar, depois de perder nos penalties, na prova seguinte.


Na opinião de Arménio Coelho, treinador da equipa da AAUBI, “o grupo é muito bom! As jogadoras trabalham muito bem, são muito aplicadas, não faltam aos treinos… só com este tipo de comportamentos é que nós conseguimos resultados. E estes estão a aparecer somente devido ao seu trabalho e dedicação”.


Além da AAUBI também as formações da AAUTAD, AAUAv e AAC conseguiram o apuramento. Das seis equipas a realizarem a fase regular da Zona Nacional deste campeonato, apenas o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) não se fez representar na Cidade Neve.


Este torneio contou com a organização da AAUBI e com o apoio dos Serviços de Acção Social da Universidade da Beira Interior.