O texto de Pierre Marivaux, escrito no séc.XVIII, aborda temas actuais. “A Disputa” mantém-se em palco, no Teatro das Beiras, até 3 de Maio.
A fábula “A Disputa”, de Marivaux, co-produzida pela Quarta Parede e pelo Teatro das Beiras, estreou no passado dia 10 e mantém-se em cena até o próximo dia 3 de Maio, todas as noites pelas 21.30 horas.
A questão da infidelidade desperta o interesse de um príncipe que decide fazer uma experiência: educar dois homens e duas mulheres, que nunca se viram, num ambiente completamente protegido do mundo exterior, sem qualquer contacto com outros seres humanos, exceptuando-se os seus dois criados.
A questão da infidelidade desperta o interesse de um príncipe que decide fazer uma experiência: educar dois homens e duas mulheres, que nunca se viram, num ambiente completamente protegido do mundo exterior, sem qualquer contacto com outros seres humanos, exceptuando-se os seus dois criados.
Na adolescência, quando o desejo do amor aparece, através de estratagemas dos criados, os quatro, que sempre viveram isolados, vão encontrar-se. Naturalmente, os sentimentos florescem, nos corpos e nas mentes virgens, dando origem a promessas de amor eterno, que são de imediato desmentidas pelo confronto com novos encontros amorosos. No final, verifica-se que os dois sexos estão de igual modo sujeitos à instabilidade e à infidelidade.
A peça é um misto de cinema, através da projecção em tela, e de teatro. “A ideia foi juntar a experiência mais clássica do Teatro das Beiras, e a tendência pluridisciplinar da Quarta Parede”, refere Rui Sena, encenador da peça e também director da Quarta Parede, que recorreu “à tecnologia, ao movimento e ao cinema para poder fazer essa transposição”. A ideia é “o público sentir-se como voyeur” e viajar num mundo de ódios e paixões onde reina a sedução e infidelidade.
Apesar de quase três séculos de existência, o texto de Marivaux “continua actual”, considera Rui Sena, pois “falar das pessoas e das suas relações é muito importante”. No entanto «daqui a algum tempo “A Disputa” poderá ser feita em planos diferentes e terá, por exemplo, casais do mesmo sexo», conclui o encenador.
Sofia Simões
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