28 de janeiro de 2008

Código de Conduta para Bloggers

Tim O'Reilly, criador do termo Web 2.0 e Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikipedia, tiveram a iniciativa de criar um Código de Conduta para Bloggers. Incentivamos vivamente que leias e divulgues o seu conteúdo – ajuda a criar uma Blogosfera melhor.Código de Conduta para Bloggers
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Caso estejas a cumprir todas estas 7 sugestões, parabéns, és um bom blogger. Caso contrário, estás sempre a tempo de corrigir alguns pontos e ajudar a Blogosfera a manter-se fiel ao seu desígnio: um universo de conversas livres, francas e abertas.

18 de janeiro de 2008

Fluxo de Comunicação em Dois Níveis

Ver com melhor qualidade aqui!

Introdução

No âmbito da cadeira de Sociedade e Comunicação procedemos ao estudo aprofundado do capítulo “O fluxo de comunicação em dois níveis: memória actualizada de uma hipótese”, do livro “Comunicação e Sociedade” de João Pissarra Esteves.

Neste trabalho destacamos o “Fluxo da Comunicação a dois níveis” original de “Two Step Flow Theory”, uma das Teorias dos Efeitos dos Media. Esta teoria tem por base a obra “The People’s Choice” (1944) de Paul Lazarsfeld, Bernard Berelson e Hazel Gaudet, sobre o voto e a formação da opinião pública durante as eleições presidenciais americanas de 1940, e por um trabalho posterior, “Personal Influence” (1955), da autoria conjunta de Elihu Katz e Paul Lazarsfeld.

O esquema linear e mecanicista da comunicação, inspirado na “Teoria Hipodérmica” e no “Modelo de Lasswell”, vai-se tornando mais complexo com a introdução de novas variáveis que interfeririam tanto na exposição aos meios e mensagens massivos quanto ao grau de poder e persuasão que seria exercido.

O objectivo deste trabalho, é interpretar e contextualizar a teoria do “fluxo de Comunicação em dois Níveis” em relação à época em que foi descoberta e assim, compreender a evolução das Teorias de Comunicação.


Fluxo de Comunicação em Dois Níveis

A hipótese de “Fluxo de Comunicação em Dois Níveis” ou teoria “Two Step Flow” surge no campo da sociologia, que salienta o aspecto fundamental que caracteriza este âmbito de estudos: a eficácia dos Media só é susceptível de ser analisada no contexto social em que se inserem. Mais ainda do que do conteúdo que difundem, a sua influência depende das características do sistema social que os rodeia.

Este ciclo de estudos sobre os efeitos está marcado pela obra The People’s Choice (1944), estudo de Paul Lazarsfeld, Bernard Berelson e Hazel Gaudet, sobre uma análise do processo de tomada de decisão no decorrer de uma campanha eleitoral. Esta análise tem por objectivo individualizar motivos e modalidades com que se formam as atitudes políticas no decorrer da campanha presidencial de 1940, o que levou os autores a propor que as influências transmitidas pelos meios de comunicação de massa alcançam primeiro os “líderes de opinião” e que estes, por sua vez, transmitem o que lêem e ouvem a grupos que lhes são próximos na sua vida quotidiana, e sobre os quais exercem influência.

A investigação desta teoria foi organizada a partir de problemas socioeconómicos, religiosos, do grupo etário e de outros factores sociológicos na predisposição das orientações de voto, ou a partir da correlação entre o grau de interesse, de motivação e de participação na campanha eleitoral e o grau de exposição a essa mesma campanha.

Merton, Katz e Lazarsfeld, na obra “Personal influence” (1955), ligam a comunicação de massa e a comunicação interpessoal. As mensagens dos Media, ligados às questões políticas, moda, cinema ou consumo de bens, atingem as pessoas mais implicadas e influentes; são elas, consideradas como “líderes de opinião” que vão difundir as mensagens, essencialmente nas relações face a face mantidas no seio de grupos mais restritos. O estudo interessa-se igualmente pelas características dos líderes de opinião.

A ideia da audiência como uma massa de indivíduos separados entre si, apenas ligados pelos meios de comunicação (teoria hipodérmica), não é compatível com a proposta do “fluxo de comunicação em dois níveis”, que implica o reconhecimento de redes de indivíduos interligados, através das quais a comunicação de massa é canalizada.

Modelo “Fluxo de Comunicação em Dois Níveis"

Líderes de Opinião

Media

Seguidores

http://www.ciadvertising.org/studies/student/00_spring/theory/kwilliam/public_html/theory/Pictures/Two-Step.jpg

Resultados de “The People’s Choice”

Elihu Katz, um dos principais continuadores e divulgadores do modelo do “fluxo de comunicação em dois níveis”, entende que no estudo eleitoral de 1940 houve três tipos distintos de resultados:

1. Impacto da influência pessoal – tanto os indivíduos que se decidiram tardiamente na campanha, como aqueles que alteraram a sua forma de pensar no decorrer da campanha, estão mais aptos do que qualquer outra pessoa a referir a influência pessoal como determinante para as suas decisões, pois os contactos pessoais foram mais frequentes e mais eficazes do que os meios de comunicação de massa na influência das decisões de voto.

2. Fluxo da Influência pessoal – procurar saber se algumas pessoas tinham sido mais importantes do que outras na transmissão da influência. O estudo procurou identificar indivíduos “líderes de opinião” e concluiu que estes são susceptíveis de ser encontrados em todos os níveis da sociedade, podendo mesmo ser muito semelhantes com as pessoas que eles próprios influenciam.

3. Os líderes de opinião e os meios de comunicação de massa – comparativamente ao resto da população, os líderes de opinião estiveram consideravelmente mais expostos à rádio, jornais e revistas, isto é, aos meios de comunicação de massa.

Os líderes de opinião e o fluxo comunicativo a dois níveis são, pois, apenas uma modalidade específica de um fenómeno de ordem geral: na dinâmica que gera a formação da opinião pública - dinâmica em que participam também os Media - o resultado global não pode ser atribuído aos indivíduos considerados isoladamente; deriva, pelo contrário, da rede de interacções que une as pessoas umas às outras. Os efeitos dos Media não podem ser compreendidos senão a partir da análise das interacções recíprocas que se estabelecem entre os destinatários: os efeitos dos Media são parte de um processo mais complexo que é o da influência pessoal. Verificou-se assim uma inversão total de posições em relação à teoria hipodérmica inicial: não só a avaliação da consistência dos efeitos é diferente como também, e mais significativamente, a lógica do efeito é oposta. No primeiro caso, essa lógica existia apenas no interior de uma dinâmica relativa entre estímulo e resposta; agora, baseia-se e faz parte de um ambiente social totalmente sulcado por interacções e processos de influência pessoal em que a personalidade do destinatário se configura também a partir dos seus grupos de referência (familiares, de amigos, profissionais, religiosos, etc.).

Mas, também sob o ponto de vista da qualidade e da consistência, os efeitos são limitados. De facto, os efeitos de reforço prevalecem sobre os efeitos de conversão e, acima de tudo, a influência pessoal que se desenvolve nas relações entre indivíduos parece ser mais eficaz do que a que deriva directamente dos Media. A natureza da influência pessoal, que é diferente da natureza da influência interpessoal dos Media, motiva a sua eficácia que resulta do facto de estar inextrincavelmente ligada à vida do grupo social e nela enraizada. Se é certo que aqueles que se revelam mais indecisos nas suas atitudes de voto são também os que se expõem menos à campanha dos Media, os contactos pessoais são mais eficazes do que os Media, precisamente porque podem atingir mesmo aqueles que, potencialmente, estão mais predispostos a mudar de atitude.

Se a comunicação de massa se depara, inevitavelmente, com o obstáculo da exposição e percepção selectivas, a comunicação interpessoal, pelo contrário, aparenta um maior grau de flexibilidade perante as resistências do destinatário. Se a credibilidade da fonte se reflecte na eficácia de uma mensagem persuasiva, é provável que a fonte impessoal dos Media se ache em desvantagem em relação às fontes, que são próprias das relações interpessoais. No entanto, enquanto uma mensagem da campanha eleitoral é entendida como sendo destinada a um objectivo preciso, a influência que resulta das relações interpessoais pode estar (ou parecer) menos ligada a finalidades específicas de persuasão.

Estrutura do Estudo Eleitoral

Para estudar a forma como o fluxo de influência intervém na tomada de decisões, o modelo de pesquisa de “The People’s Choice” apresentou várias vantagens. Paul Lazarsfeld considera a necessidade de considerar a dimensão temporal para estudar os efeitos e constata que a realização de estudos sobre os efeitos a curto prazo nunca poderia dar conta dos impactos em profundidade dos meios de comunicação.

De acordo com Katz, o método do painel, que permitia localizar as mudanças de opinião quase ao mesmo tempo em que elas se produziam e de as remeter, em seguida, às influências que se exerceram sobre as decisões, já indica a preocupação de Lazarsfeld com o dado temporal.

Em segundo lugar, a unidade de efeito, a decisão, constitui-se como um indicador tangível da mudança, que podia ser prontamente registado. No entanto, para estudar a parte do fluxo de influência relacionada com os contactos entre os indivíduos, o modelo de pesquisa revelou-se insuficiente, uma vez que recorreu a uma amostra aleatória de indivíduos descontextualizados dos seus ambientes sociais. Este aspecto do modelo de investigação explica a evolução que viria a ser necessária a partir dos dados disponíveis até à formulação da hipótese de “fluxo de comunicação em dois níveis”.

Além do problema de validade colocado por esta técnica, é importante realçar que a mesma não permite a comparação entre os líderes e os seus respectivos seguidores, mas apenas a comparação entre líderes e não líderes de um modo geral.


Teoria Hipodérmica VS Teoria Two Step Flow

Quando se confronta a Teoria two-step flow com a Teoria Hipodérmica, há muitas s diferenças que se fazem notar. Desenvolvido pela mesma altura da teoria Hipodérmica ou da bala, o “fluxo comunicacional em dois níveis” tem em conta o contexto social em que é aplicado. Prevê que uma mensagem não tem o mesmo efeito se transmitida em contextos sociais diferentes, isto é, a influência dos meios de comunicação sociais depende invariavelmente das características do sistema social que os rodeiam.

Outra das diferenças é a questão dos efeitos da mensagem. Enquanto na primeira teoria esses efeitos se regiam pelo esquema, “Estímulo à Resposta” baseado na manipulação, este modelo defende que as interacções sociais entre os indivíduos, baseados na influência, também contam para o resultado global dos efeitos provocados, e em que a acção dos meios de comunicação é só uma parte desse conjunto. Se a Teoria Hipodérmica tinha como base a propaganda, este modelo deve, em parte, o seu nascimento a um estudo de uma campanha eleitoral.

E foi com este estudo que se descobriram dois novos conceitos que aumentam ainda mais a distinção entre estas duas teorias aqui em confronto: o primeiro é o de “líder de opinião”, e o segundo é o de “fluxo de comunicação a dois níveis”.

two step.JPG

Conclusão

Após a realização deste trabalho é possível concluir que os líderes de opinião e os indivíduos que eles influenciam têm muito em comum uns com os outros e pertencem, geralmente, aos mesmos grupos primários de família, amigos e colegas de trabalho. Embora o líder de opinião possa estar mais interessado no domínio particular em que ele é influente, não é provável que o nível de interesse dos indivíduos influenciados seja muito inferior ao do líder. Influentes e influenciados podem trocar de papéis em domínios de influência diferentes.

A teoria “Fluxo da Comunicação a dois níveis” tem de ser analisada no contexto social e temporal em que foi descoberta. Do ponto de vista da presença e da difusão dos meios de informação, o contexto social a que essa teoria se refere, era profundamente diferente do contexto actual. A hipótese do fluxo comunicativo a dois níveis pressupõe uma situação comunicativa caracterizada por uma baixa difusão de comunicações de massa, bastante diferente da de hoje. Nos anos 40, a presença relativamente limitada dos Media na sociedade realça o papel difusivo desempenhado pela comunicação interpessoal: a situação actual, pelo contrário, apresenta níveis de quase-saturação na difusão dos Media. Uma baixa no sector dos jornais diários, leva ao aumento global da oferta dos Media.

«Nos últimos vinte anos, a televisão impôs-se como o meio predominante de comunicação de massa e modificou radicalmente a utilização dos tempos livres. Por esse facto, o sistema de comunicação de massa tornou-se extraordinariamente diferente. Os opinion leaders ficam quase completamente dispensados da sua função de filtro, em consequência da difusão dos temas, informações e opiniões» (Böckelmann, 1975, 123).

Talvez seja por isso que a maior parte das mensagens das comunicações de massa seja recebida de uma forma directa, não necessitando, para ser difundida, do nível de comunicação interpessoal: esta apresenta-se como «conversa» acerca do conteúdo dos Media, mais do que como instrumento da passagem da influência da comunicação de massa para os destinatários. Isto é, é provável que, mantendo-se inalterável a conclusão geral da teoria dos efeitos limitados - a eficácia das comunicações de massa estuda-se em relação ao contexto de relações sociais em que os Media agem.

Bibliografia

· Apontamentos diários das aulas

· Esteves, João Pissarra (org.) - Comunicação e Sociedade; Lisboa; Livros Horizonte; 2002

· Gomes, Itania Maria Mota – Efeito e Recepção: A interpretação do processo receptivo em duas tradições de investigação sobre os Media.

· Wolf, Mauro – Teorias da Comunicação; Lisboa, Presença, 1992.

· http://www.dragaodepapel.wordpress.com

http:// industrias-culturais.blogspot.com/2003_10_01_archive.html

6 de janeiro de 2008

Sumário Sociedade e Comunicação

Sofia Figueiredo


João Pereira


SOCIEDADE E COMUNICAÇÃO Nº 19394


Aula 1 4-10-07











Aula 2 11-10-07





Formas Comunicativas:




  • Comunicação Intrapessoal



  • Comunicação Interpessoal



  • Comunicação Grupal



  • Comunicação Organizacional



  • Comunicação Social



  • Comunicação Extra pessoal




O que é SOCIEDADE?





Sociedade – Não há uma definição única de sociedade. Conceito abstracto.


No entanto, a sociologia define-a como um sistema de indivíduos, de grupos, organizações e instituições em interacção uns com os outros. Esta interacção faz-se através de um processo que se chama socialização. Através da socialização os indivíduos comunicam entre si.





Um dos aspectos fundamentais entre comunicação e sociedade é a esfera do político.


Podemos conceptualizar a política como um espectáculo teatral, recorrendo ao integracionismo simbólico. A acção política é encenada, como um teatro, dirigida ao público pelos meios de comunicação social.





A comunicação e a sociedade também têm relação com a cultura.


Os conceitos de comunicação e cultura relacionam-se intimamente.





A Cultura é aquilo que o Homem adquire, recebe, constrói, produz, reproduz e se altera por meio da comunicação, seja ela qual for.




PÓS-MODERNIDADE – surgiu a partir de 1989





Características da sociedade Pós-Moderna:




  1. Uma presença omnipotente dos media. Os multimédia invadem a esfera social e pessoal.



  2. Flashes da vida moderna transmitidos ao vivo para todo o mundo.



  3. O discurso dos media é espectáculo para atrair atenção. Os directos podem ser misturados com infografias – desenhos com todos os elementos informativos – numa lógica de simulação da realidade.



  4. Os media oferecem fantasias sofisticadas a quem não encontra satisfação na realidade.



  5. Há uma saturação informativa. A informação vai a uma velocidade vertiginosa.



  6. As pessoas procuram distinguir-se pelo que consomem e exibem, conduzinho ao hedonismo.



  7. Uma overdose de debates que esvaziam as ideologias. Banalizam-se os acontecimentos e as ideias tornam-se em discursos repetitivos. A forma sobrepõe-se ao conteúdo.



  8. A cultura pós-moderna cultiva o pastiche, misturando velhos tempos com os novos.





5 Princípios da Comunicação: (Escola de Palo Alto – Califórnia)




  1. É impossível não comunicar. Todos comunicamos consciente ou inconscientemente.



  2. Há 2 níveis de comunicação em cada acto comunicativo:


1º. O conteúdo, ou seja, o dado em si


2º. A relação, ou seja, os aspectos que permitem a interpretação do conteúdo.




  1. Pontuação ou finalização da sequência, ou seja, a mensagem depende da sua organização interna.



  2. A comunicação pode ser digital ou analógica.



  3. A interacção pode ser simétrica ou complementar.












  1. SOCIEDADE DE MASSA E


CULTURA DE MASSA





Sociedade de Massa:


Caracteriza-se pela libertação de trabalhos físicos pesados; novas experiências, sensações e convivências; mais tempo livre; os meios de comunicação social actuam a nível global.





Massa (Ortega y Gasset):




  • Tudo que não se avalia a si própria nem no bem nem no mal. A massa sente-se à vontade a reconhecer a identidade de todos.



  • A massa é o conjunto de pessoas não especialmente qualificadas. Massa é o Homem médio, é o Homem enquanto não se distingue dos outros Homens.



  • Massa revoluciona tudo que é diferente – singular ou individual.



  • Massa preocupa-se apenas com o seu bem-estar e não se sente solidária com as causas de bem-estar.








Traços Comuns:




  • É um conjunto homogéneo de indivíduos, mesmo que provenham de ambientes diferentes e de outros grupos sociais.



  • A massa é composta por pessoas que não se conhecem (estão separadas umas das outras) e praticamente não têm possibilidade de exercer uma influência recíproca.



  • A massa não possui tradições ou regras de comportamento.








Consequência da exposição à cultura de massa:




  • Tendência para o anonimato.



  • Para ser multidão requer-se um grande número, mas pode-se ser massa individualmente.



  • A massificação é um processo de nivelamento dos indivíduos.



  • O Homem pertence à massa na medida em que aceita a influência das forças massivas.



  • Os indivíduos estão expostos a mensagens, conteúdos e acontecimentos que vão para além da sua experiência. O isolamento físico é uma norma do indivíduo.








Cultura de Massa:





Os meios de comunicação social são instrumentos culturais que servem para promover ou influir nos comportamentos e atitudes.





Características das comunicações de massa:




  1. Existência de pessoas, capital e controlo financeiro.



  2. Destinam-se a grandes audiências.



  3. As comunicações são públicas, com conteúdos para todos.



  4. Audiências diversas: diferentes culturas, idades, nível social, etc.



  5. As pessoas vêm os mesmos programas de diferentes lugares.



  6. As relações entre emissores e as audiências são impessoais.








O que é cultura de massas?


Segundo:




  • Francis Balle – a cultura de massas é o conjunto de comportamentos, de mitos e representações produzidas e difundidas segundo uma técnica industrial.



  • Denis McQuail – são os conteúdos difundidos pelos meios de comunicação.



  • Umberto Eco – cultura de massas como situação histórica. As massas tornam-se protagonistas na vida social e nas questões públicas.



  • Edgar Morin – é um produto do capitalismo do séc.XX. Uma resposta aos desejos inconscientes dos consumidores. A cultura de massas enfraquece todas as instituições intermediárias na sociedade (ex: família, classes sociais).







  • A cultura de massa diz respeito a todos os produtos fabricados para o mercado das massas.



  • A cultura deixou de ser privilégio de alguns para ser apanágio de todos.



  • Hoje não há um só público, mas públicos diferentes tanto para a televisão como para a imprensa. A cultura de massa é diferida negativamente por outra superior (ex: cultura académica).








Géneros incluídos na cultura de massa:




  • Telenovelas



  • Romances Policiais








Afinal a cultura de massa que vem dos Media é um mito”Francis Balle






O mito sobrevive não por ser verdadeiro mas porque é útil, isto é, oferece um símbolo de pertença.








Aula 3 18-10-07










  • Sociedade Urbana – dinheiro e escrita







  • Comunidade Emigrante – há uma paixão pelo sensacional, pelos valores míticos e pelo dinheiro.


Esta sociedade de cultura de massas começa a reinventar-se a partir de 1989 (Queda do muro de Berlim)







  • A economia determina comportamentos, o que determina a sociedade de consumo é o enriquecimento sem causa.


A cultura de consumo não só move a sociedade como também move a politica.








Como foi criada a sociedade de massa?


Fundamentalmente pelos meios de comunicação social no ocidente. Os media actuaram como meios ideológicos. Acabaram por ter mais influência que os actores do meio político.





A interacção entre os media e os novos meios de tecnologia tornam-na mais influente.


A sociedade de massa foi criada pelas necessidades básicas como a educação e cultura (necessidade de entretenimento).





Quem são os protagonistas desta sociedade de massa?


Há 2 grandes tipos:




  1. Carácter político – de 1915 a 1945



  2. Organização do consumo – anos 60 e 70





A pouco e pouco as grandes organizações deixam de ser pessoas e passam a ser organizações de poder massivo.





CONCLUSÃO:


O mercado e os hábitos de consumo devem-se ao marketing e técnicas de captação. Este marketing e técnicas de captação só são possíveis devido aos meios de comunicação social.








Meios de comunicação de massa:




  1. Diários de massa



  2. A publicidade



  3. As novelas populares, o cinema, a música, etc



  4. As revistas



  5. Televisão


Todo o mercado é mercado de massas e toda a sociedade é sociedade de massas. Hoje tudo é individualismo.


A sociedade actual é o que dão os seus media e o que os seus media defendem.


Os grandes ingredientes de uma sociedade, são:




  • Informação



  • Consumo



  • Entretenimento



  • Dinheiro



  • Política






  1. Todos vivemos com imagem (somos todos massa).



  2. Consumimos marcas e produtos globais. Temos acesso a conhecimentos popularizados.




Concluindo…


Hoje estamos perante um indivíduo diferente. Hoje a era das massas passou a ser um mercado de consumo.






Até aos anos 80:




  • Os media foram reorganizados



  • Aparece a teoria da responsabilidade social dos media (política informativa e de comunicação dos Estados)




Nos anos 80 dá-se uma ruptura completa em toda a Europa. Dá-se um salto de 1979 até 1989.


Facto: a desregulação – processo de privatização dos meios de comunicação social.




  • É a CEE que vai ajudar a esta privatização, pois haverá mais democracia.



  • Governos procuram responder às novas necessidades.





Redes Digitais (importância):


As velhas companhias de telefone converteram-se em operadoras de rede.


Resultado: criaram um novo mercado.




As redes digitais misturaram-se com novos conteúdos – surge a multimédia.




Últimos anos (1999-2004):




  • A comunicação transforma-se numa indústria (em 2000)



  • O segundo maior empregador é a comunicação, a seguir à indústria automóvel (EUA).























Provocam um novo conceito de cultura


Antiga concepção de cultura:


(Sócrates) – “Conhece-te a ti mesmo.”


(Cícero) – “Cultivem o ânimo.”


(St. Agostinho) – “Buscai a verdade.”


(Descartes) – “Penso, logo existo.”





A cultura actual


Aparece a concepção da televisão como uma indústria das consciências e como uma organização e controlo das sociedades.








Nova concepção (Escola de Frankfurt):


Para ganhar ou perder eleições impõe-se a intervenção do controlo de cultura, entre os quais o controlo da TV. Este facto, era indispensável para a manutenção do poder.





Com a queda dos leitores, os jornais perderam a credibilidade. Em oposição, a internet ganhou mais “fãs” e tornou-se num meio mais fiável e de confiança. A internet tornou-se num meio de informação.













  1. Media e Teorias da Comunicação





Os media como geradores de efeito:


É inegável a influência dos media na sociedade e esta influência partiu de um cientista que se chama Lasswell (“A estrutura e a função da comunicação na sociedade”):


Há 3 funções nos media:




  1. Dar informações propondo a vigilância social



  2. Actualizar e interpretar coerentemente tais informações



  3. Meios de transmissão de herança social





Ou seja, dá-nos a pertença aos nossos grupos sociais.








As novas descobertas após experiências de Lasswell:




  1. As pessoas normalmente não acreditam nos políticos e aceitam com reticência as ofertas comerciais.



  2. As pessoas só escutam aquilo que previamente lhes interessam.



  3. As pessoas normalmente não interpretam o que ouvem ou vêem.



  4. As pessoas interessam-se pouco pelo marketing dos políticos.



  5. As pessoas esquecem com uma rapidez extraordinária. As pessoas Sá se lembram daquilo que lhes é muito pessoal.
























































Fases


Características


Media


Efeitos Políticos


Efeitos Sociais


1870


Revoluções;


Liberalismo


Panfletos;


Imprensa Militante


Parlamentos;


Estados


Partidos liberais radicais


1870 a 1915


Nacionalismo;


Colonialismo


Imprensa Política;


Imprensa de Massas


Nações;


Estados


Massas;


Mercados




1915 a 1945/50


Nova Ordem;


Sovietismo; Fascismo/NazismoInst. política


Propaganda;


Agências;


Telecomunicações;


Rádio/Cinema


“Star-System”;


Frentes Populares


Sindicalismo;


Marketing Político




1945/50 a 1989




Estado Social;


Intervencionismo




Televisão


Sufrágio de Massa;


Responsabilidade Social


Consumo de Massa;


Marketing de Massa






Cientificamente está provado a influência dos media sobre a política e a sociedade.





Entramos na…


Teoria dos efeitos limitados e a prazo da cultura de massas às indústrias culturais.







  • Efeitos são o reforço das atitudes prévias dos indivíduos, devido ao seu comportamento, ou seja, exposição aos media, atenção e memorização selectiva.











Aula 4 25-10-07








Walter Lippmann escreve “Opinião Pública” (1922).





Influência dos media deu-se na I Guerra Mundial, pois começaram as técnicas de propaganda:




  • Inglaterra utilizou a persuasão em seu favor.



  • A propaganda torna-se numa arma.



  • Alemanha fazia o mesmo, em cartazes, crianças, etc.



  • Os Aliados surgem com a propaganda para mostrar o que os alemães faziam à população.





Surgem, então, os primeiros livros sobre a propaganda – “Violação Das Massas” (Chakotim):







  • A propaganda é uma violação psíquica”, ou seja, o instinto e as suas energias eram desviadas para temas como por ex. a superioridade da raça alemã.



  • Propaganda Nazista – técnica que consistia em associar, durante um certo tema, uma ideia a uma certa pulsão instintiva.








Goebbels fazia propagandas carregadas de grande força emocional. Dirigia-se aos instintos.





Em face dos resultados da propaganda, os cientistas começaram a fazer estudos sobre o poder dos media.


Teoria dos Efeitos dos Media







  1. Teoria Hipodérmica (ou das balas mágicas)


Cada um de nós é atingido por uma mensagem, mas cada um de nós é como um átomo isolado que reage isoladamente.


As mensagens são como balas mágicas que nos atingem a todos.


Esta teoria surge nos anos 20 e atinge o seu auge nos anos 30.





E (Estímulo) R (Resposta)





Mensagem O efeito



Ex: Os alemães cortavam as mãos às crianças.


Odeio os alemães. Vou ajudar o meu país a derrotá-los.











As mensagens são iguais e a maneira como atingem o indivíduo é igual, o que muda é a reacção dos indivíduos perante a mensagem.


Esta teoria é considerada o ponto de partida para a propaganda (manipulação das massas).







  1. Teoria de Lasswell (Paradigma de Lasswell) – baseado numa ideia sociopolítica.







  • 1948 surge a teoria de Lasswell.



  • Lasswell desenvolveu a sua teoria no artigo “A estrutura e a função da comunicação na sociedade”:
























































A Sociologia da comunicação define-se por 5 campos de análise:




  1. Análise de regulação ou de comando



  2. Análise de conteúdo



  3. Análise dos Media



  4. Análise da Audiência



  5. Análise dos Efeitos







  1. Análise de regulação ou de comando – é o campo de estudo do emissor, ou seja, há quem tome iniciativa no processo de comunicação (ex: criação de uma empresa jornalística). Define a forma e conteúdo. Depende de factores internos ou externos.







  1. Análise de conteúdo – é o que diz e como diz o emissor. O género de peças jornalísticas que utiliza. O estilo das peças jornalísticas. Orientação das peças jornalísticas.







  1. Análise dos Media – estudo dos meios de comunicação social (análise de diários, revistas, cinema, etc.)







  1. Análise da Audiência – análise do comportamento do receptor. Ver quantidade de leitores/ouvintes/espectadores. Qual é o tipo de público por media e por conjunto. Hábitos de leitura. Necessidades e gostos do público.







  1. Análise dos efeitos – é estudar os efeitos. Qual o impacto a curto prazo de uma notícia. Determinar a influência a médio e longo prazo. Analisar as funções e disfunções dos media na sociedade (ex: será a televisão responsável pela agressividade das crianças?).








Avaliação crítica do Paradigma de Lasswell:




  • O Paradigma de Lasswell ultrapassa a Teoria Hipodérmica e explica muito bem o processo de propaganda, mas não tem feedback.



  • A Teoria de Lasswell e a Teoria Hipodérmica são criticados por Jacques Ellul e McLuhan.













  • Jacques Ellul escreveu “As propagandas”.



  • McLuhan escreveu “A Galáxia de Guttenberg” e “Para compreender os Media”.








Jacques Ellul: “Não somos causa de propaganda, somos vítima de propaganda”.




  • A sociedade moderna oferece as condições psicológicas, sociológicas e objectivas que tornam possível a manipulação das massas.



  • A dissolução dos grupos sociais orgânicos (ex: família) expõe os indivíduos sem defesas à acção dos media.





McLuhan descobriu o valor e a importância da linguagem audiovisual.


No livro “Para compreender os Media”, diz:




  • Os meios de comunicação têm a capacidade de estruturar a sociedade, mudando nos homens a percepção da mesma”.



  • O médium é a mensagem” – a mesma mensagem pode ter efeitos diferentes, conforme o meio que transmite as notícias. O importante não é o conteúdo da mensagem, mas a forma como é transmitida (o meio que a transmite).



  • Os meios de comunicação não são neutros e determinam os modos de pensar, de agir e de sentir da sociedade.



  • Os meios de comunicação são prolongamentos tecnológicos do Homem.



  • O importante não é a difusão das mensagens, o importante não é a difusão das ideias, mas “a massagem feita pelos meios de comunicação sobre a maneira de apreender e conhecer o mundo e a realidade humana”.








McLuhan estabelece uma distinção entre os MEDIA FRIOS e os MEDIA QUENTES: (distinção desactualizada)




  • Media Frios – palavra, televisão (só enuncia estes, porque deixam muito espaço à interpretação individual)



  • Media Quentes – cinema, rádio e livros (definem-se pelo contrário)





McLuhan tem mérito em 2 pontos, em relação aos efeitos sociais:




  1. Insiste na relação entre a técnica e a estrutura social. A sociologia limita os efeitos aos conteúdos.



  2. A eficácia dos Media não está nas ideias nem nos conceitos, mas nos sentidos. A televisão é o prolongamento dos olhos, dos ouvidos, da voz e das mãos.











Aula 5 8-11-07










  1. Teoria Two Step Flow (Dois Níveis)


Põe em causa a teoria hipodérmica


Paul Lazansfeld – “The people’s choice”


Paul Lazansfeld: trabalho experimental através do estudo de campo da análise das eleições dos EUA, em 1940.




  • Os Media têm um impacto limitado na escolha dos votos (EUA).


Lazansfeld: “A opção do voto não é só um resultado da escolha individual, muito menos ainda um resultado da campanha dos Media”








Concluiu…


O voto depende de vários factores.


Consequências:




  1. Estatuto económico-social



  2. Pertença a organizações sociais, religiões ou igreja



  3. Situação da família



  4. Lugar de residência



  5. Participação em anteriores eleições



  6. Nível de consumo



  7. Relação com amigos


Paul Lazansfeld:




  • “Os Media reforçam as opiniões já existentes”



  • “Os indivíduos estão dispostos a utilizar determinados filtros perante a informação que recebem”








Quais são os filtros?




  1. Exposição selectiva aos Media – cada um recebe os programas dos Media em função dos seus interesses pessoais.



  2. Reforço das opiniões pré-existentes – o interesse só existe se as mensagens nos são familiares



  3. Há uma mediação pessoal – o fluxo da comunicação dá-se em 2 níveis: é mediado por líderes que têm a influência pessoal








Katz – “Personal Influence”


“As decisões finais do voto são mais resultado das relações interpessoais e da influência dos líderes de opinião”, ou seja, na comunicação pessoal a pessoa é mais influente.




A teoria Two Step Flow baseia-se em pressupostos:




  1. Os indivíduos não são peças soltas da sociedade, mas membros de grupos sociais.



  2. A resposta à mensagem é mediada pelas relações sociais.
















Modelo Inicial de Comunicação Colectiva



Mediaa




















 Indivíduos isolados que formam o público






Modelo “Two-step-flow”





Mediaa


















 líderes de opinião




 indivíduos em contacto pessoal com o líder de opinião






  • Teoria Two-step-flow faz parte de estudos clássicos.






  • Líderes de opinião pessoas bem informadas a todos os níveis


Informação a 2 níveis: líderes de opinião e indivíduos em contacto com esses líderes (influenciam-se entre si).












  1. Teoria Funcionalista


Faz uma abordagem global dos Media






  • Para esta teoria, o problema não são os efeitos, mas as funções exercidas pelos Media na sociedade.






  • Teoria Funcionalista faz uma transição entre as teorias dos efeitos limitados e as teorias dos efeitos a longo prazo.






Wright: Que fazem os Media às pessoas?


Que fazem as pessoas com os Media?




Estabeleceu um conjunto de funções com os Media:




  • Em relação à sociedade:




  1. Os Media alertam os cidadãos para as ameaças e perigos que surgem;



  2. Fornecem os instrumentos para as actividades das instituições da sociedade;






  • Em relação ao indivíduo:




  1. Atribuição de posição social e prestígio às pessoas, objecto dos Media;



  2. Reforço do prestígio de quem deseja ser bem informado;



  3. Reforço das normas sociais denunciando o seu desvio à opinião pública.








  1. Teoria dos Usos e Gratificações




Esta teoria inverte a lógica das teorias anteriores.


Esta teoria centra-se no indivíduo e no seu consumo mediático.




Que fazem as pessoas com os Media?




Bernard Berelson: fez estudo em 1949 sobre causa da greve nos jornais. À falta de jornais as pessoas entraram em pânico.




Concluiu…


Funções na vida das pessoas:




  1. Informar e fornecer interpretações sobre os acontecimentos



  2. Instrumento essencial na vida das pessoas



  3. Os Media fazem parte dos rituais da vida quotidiana



  4. Os Media exercem uma função de descontracção



  5. Os Media são instrumento de contacto social






Schrom: estudo sobre a televisão e crianças


Constock (1978): estudo sobre os usos e satisfações aplicados ao consumo televisivo.



Concluiu: os adolescentes e crianças consomem TV para extrair diversão e entretenimento. Durante o período escolar o consumo de TV diminui, mas aumenta o consumo de música – usam os Media de modo a sentirem-se gratificados.






  • O público usa a TV como forma de entretenimento.




CONCLUSÃO:




  • Os Media não são a única fonte de satisfação sentida pelos indivíduos.



  • O contexto sócio-cultural e de relações sociais concorre para o uso dos Media como alternativa funcional.










  1. Teoria Crítica (ou Teoria da Escola de Frankfurt)




Representantes: Adorno; Harkheimer; Walter Benjamin; Marcuse; Habermas (investigadores alemães)




Fazem revisão sobre a cultura de massas






Pontos principais da Teoria Crítica:




  1. Fazem uma constatação: “O Homem massa saído do pós-guerra está isolado e carente de relações sociais” – é esmagado pela pressão do trabalho e pela competitividade.



  2. As grandes instituições não podem protegê-lo do universo público.






Os indivíduos tornam-se psicologicamente vulnerávei;


Os indivíduos tornam-se facilmente manipuláveis e sobretudo manipulados pelos Media






Criaram o conceito de indústria cultural, ou seja, desaparece o antigo conceito de cultura.




No pós-guerra não se impõe a cultura, mas filmes, novelas, música – produtos de moral laxa para satisfação dos indivíduos.




Nasce uma nova cultura: Indústria Cultural (produtora de consumos massivos).






  • Adorno e Harkheimer substituíram a expressão “cultura de massas” por “indústrias culturais”



  • Os Media são os eixos centrais desta indústria cultural.



  • Desenvolvem modelos de identificação passiva, de tal maneira que através dos Media a comunicação leva ao silêncio das Massas.




Esta teoria crítica projecta no mundo as ideias Marxistas:


“O pensamento dominante é o pensamento da classe dominante”




Marx: “A super-estrutura (cultura) está dominada pela política e economia (a que ele chama de infra-estruturas) ”;


“Os Media transformaram-se no novo ópio do povo, ou seja, os efeitos são ideológicos e não são condicionados”






Avaliação Crítica:




  • Os valores negativos da sociedade são apanhados como consequência nefasta da influência dos Media.




Boudrillard: “Os Media não são os instrumentos da Ideologia dominante, mas a Ideologia mesma”


M.Faucault: “Os Media são um poder omnipresente que modela as instituições e a interioridade individual”








  1. Teoria Cultural Studies






  • Nasce em Birminghan nos anos 50/60.



  • Representantes: Hoggart e Stuart Hall






Qual a essência desta Teoria?


Partem da seguinte premissa: “O domínio capitalista afirma-se sobre o trabalho e a cultura manifesta-se na educação, nos Media, na simbologia e nos signos”




A cultura é um espaço de conflito e a comunicação entre quem codifica para emitir e tenta impor as suas mensagens.




Stuart Hall estabelece 3 atitudes no receptor:




  1. Atitude hajmonica – o receptor utiliza os mesmos códigos enviados pelo emissor



  2. Atitude negociável – o receptor aceita parcialmente a proposta do emissor e dos Media e segue-os ou não conforme as suas convivências.



  3. Atitude de oposição – o receptor opõe à priori a sua própria ideologia à emitida






Assim, a cultura de massas é o resultado de uma cultura negociada com a cultura dominante.




A Teoria Cultural Studies marca uma ruptura radical perante as elites intelectuais e os seus efeitos.





Nascem as teorias descontrucionistas (Foucault/Dernide)







  • Esta teoria serve de suporte a posições radicais afastadas da lógica e do sentido comum.



  • A construção das entidades é mais complexa do que dizem estes representantes.








Aula 6 15-11-07





Teorias Comunicativas





Todos os estudos desta teoria têm por objectivo, melhorar a velocidade de transmissão das mensagens; diminuir as suas distorções; aumentar o rendimento global do processo de informação.




  1. Teoria Matemática da Comunicação








Engenheiro, Shannon:




  • (Sistema geral de comunicação) – tradicional



  • Tentativa de explicar a comunicação






Fonte de Informação


Destinatário











Mensagem Mensagem



transmissor


receptor


Fonte de Ruído

sinal
sinal


captado






Segundo Francis Balle:


O modelo da teoria da informação compreende 5 elementos:




  1. Fonte de informação; é rica em mensagens a comunicar



  2. Transmissor; transforma mensagem em sinal para que possa ser transmissível



  3. Canal ou Media que assegure o transporte do sinal



  4. Receptor descodifica o sinal a fim de reencontrar a mensagem inicial



  5. Um destino que seja uma pessoa ou um suporte físico








Por aqui vemos os efeitos directos dos Media






Avaliação da teoria:




  • Esta teoria teve uma repercussão enorme.


A.Moles – “A informação para um indivíduo é a soma estatística dos signos e dos símbolos que chegam do exterior.




Roland Barthes


Parte da análise publicitária para elaborar uma teoria sobre o mito, sobre a imagem e o poder social que ambos simbolizam.


O mito é um roubo da linguagem, deforma a realidade. Tem uma intenção manipuladora, por outro lado, as imagens em publicidade e em política propõe mensagem que são representações de uma realidade que é mais mediática do que real.




Conclui…




  • As massas não têm capacidade de reacção porque a linguagem publicitária é compreendida só por especialistas.


Umberto Eco“Apocalipto Integrados”


Ele parte da análise dos escritores para chegar às mesmas conclusões, a literatura de massas é intolerante e conservadora, parte de esquema simples aceite previamente pelos leitores.


Ao longo dos anos 70, há uma evolução dos escritores, no sentido de abandonar a relação linear entre emissor e receptor.


Um texto ou uma imagem pode ser descodificado pelo leitor ou espectador em função dos seus próprios conhecimentos ou em função dos seus próprios interesses.




Jacobson


O instrumento mais importante da comunicação e da informação é a linguagem, quer dizer que parte de Eco apresenta uma interpretação avançada da Escola de Frankfurt, explica ideologia e politicamente os mecanismos de manipulação e da capacidade das mensagens.




Pierre Bourdieusociólogo francês


Coloca-se mais na análise do consumidor, ou seja, incorpora o receptor de conteúdos como determinante do processo comunicação social, ou seja, é um social que determina as relações culturais entre os indivíduos. Os Media e os seus conteúdos são os espaços onde se manifesta a ordem social, ou seja, não é o determinismo da Escola de Frankfurt que define o desenvolvimento da comunicação, para ele é o social que está como agente principal.






Efeitos a Prazo






  1. Teoria do “Agenda-Setting”




Estabelecimento da agenda (todos os jornais têm uma agenda), é a lista de questões e acontecimentos classificados segundo a sua ordem e importância, determinada pela lei da proximidade.




McCombe e Shaw (1972)


Elaboraram a sua teoria do “Agenda-Setting” a partir das eleições.


Os Media têm a capacidade não intencional nem exclusiva de agendar temas que são objecto de debate público.


Gabriel Tarde impõe aos discursos e às conversas parte dos seus temas do dia-a-dia.




Cohen – a imprensa pode na maioria das vezes não conseguir dizer às pessoas como pensar, mas tem uma capacidade espantosa para dizer aos seus leitores sobre o que pensar.




Walter Lipman (1922) “Opinião Pública”


Antecipou a primeira hipótese do agenda-setting ao sublinhar a importância que podem ter os jornais ao orientar os leitores para temas de interesse colectivos ao mesmo tempo que desvalorizam outras questões.




O corte c a teoria funcionalista dos Media deu origem à teoria do agenda-setting.




A teoria do agenda-setting comprova que existem efeitos cognitivos directos, quando determinados assuntos são abordados em certas circunstâncias, ou seja, quanto maior é a ênfase sobre um tema e mais continuada, maior é a importância que o público lhe atribui.


Avaliação Crítica do Agenda-Setting:




  1. O agenda-setting pode subestimar a realidade, a agenda dos Media pode ser diferente da agenda do público, os Media também se agendam uns aos outros.



  2. Há uma dissonância entre agenda mediática e a agenda do público, muitas vezes os Media agendam temas que não interessam muito ao público, este está interessado em temas que lhe interessam. Isto não tira valor à ideia de que os Media podem influenciar as pessoas sobre o que pensar, assim os jornalistas devem ter uma grande responsabilidade ética e deontológica.








  1. Teoria de Tematização




Niklas Luhman – foi ele que introduziu na teoria da comunicação o tema de tematização. O objectivo desta teoria é definir a verdade.


O processo de definição, estabelecimento e reconhecimento público dos grandes temas políticos pelos Media, ou seja, para Niklas a opinião pública não é inteiramente livre, porque depende da valorização que os Media dão aos temas políticos.


Levanta-se um problema, muita gente não tem acesso regular aos Media, não lêem jornais. Muitas vezes a opinião pública é confundida com a opinião publicada.




Niklas Luhman diz que os diversos grupos sociais tendem para interesses divergentes, ou seja, assim torna-se difícil a emergência de uma opinião pública feita de consenso.


A solução dos problemas sociais decorre de decisões estratégicas do governo ou dos sindicatos.








  1. Teoria da “Espiral do Silêncio”




Elisabeth Noelle Neumann – socióloga alemã apresentou esta teoria nos anos 70. Quis conciliar os Media e a opinião pública. Ele marca uma ruptura com a teoria dos efeitos limitados.


Como se forma a “Espiral do Silêncio”?


As pessoas têm medo do isolamento, como tal procuram a integração social. Estão atentos às opiniões da maioria. Estas opiniões resultam das relações entre os Media, a comunicação interpessoal e a percepção que cada um dos indivíduos tem da sua opinião quando confrontada com a dos outros.




Quanto às opiniões/atitudes de mudança:




  • Se a mudança vai no sentido das suas opiniões, expressam as suas opiniões;



  • Se as opiniões vão no sentido contrário às delas, as pessoas têm tendência a ficar no silêncio;




Os indivíduos observam as opiniões que surgem, vão nesse sentido, senão forma-se uma “Espiral do Silêncio”.






Qual é o papel dos Media na “Espiral do Silêncio”?


Os Media tendem a consagrar mais espaço às opiniões dominantes, e reforçam-nas. Este reforço pretende condenar as minorias que são condicionadas ao isolamento.


Confunde-se a opinião pública com o conjunto de opiniões expressas pelos Media.


Há opiniões divergentes que não se podem exprimir, porque não têm acesso aos Media.


Esta opinião pública torna-se uma espécie de clima de opinião, onde o indivíduo é influenciado independentemente da sua verdade.




As pessoas precisam de ouvir rádio e ver TV, os Media exercem influência forte e directa sobre eles, a curto ou a longo prazo e provocam mudanças de opinião, ou seja, a “Espiral do Silêncio” cresce dando auto-silenciamento dos que estão em minoria.






Como é que se dão estas mudanças de opinião?


Quando há a chamada consonância mediática, ou seja, é a semelhança de informações publicadas pelos diferentes órgãos de comunicação social.




Quatro factores que favorecem a semelhança mediática:




  1. Uso dos mesmos critérios de noticiabilidade, ou seja, a mesma forma de seleccionar os acontecimentos e as noticias.



  2. Tendência dos jornalistas a valorizar as suas próprias opiniões.



  3. Dependência comum dos jornalistas nas mesmas fontes.



  4. Homogeneidade do ponto de vista dos jornalistas enquanto grupo profissional.




Para solidificar a sua tese, Elisabeth diz que as pessoas tendem a seguir as opiniões que são dominantes – chama de “Espiral do Silêncio”.






Aula 7 22-11-07








  1. Teoria da Construção Social da Realidade




Alfred Schutz:




  • Baseia-se na fenemologia



  • Autor da sociologia fenemológica



  • Nega o positivismo




Toda a realidade é socialmente construída diariamente, pelas práticas individuais e sociais. Daí que tenha de haver renegociação das regras, normas, significados e símbolos sociais, que podem inclusivamente ser contestados.




Tem origem numa dialéctica entre o indivíduo e a sociedade onde vive (Schutz).




Resulta de 3 processos (Schutz):




  1. A sociedade e a ordem social só existem como produto das acções individuais, chama ele este fenómeno de “Exteriorização”.



  2. A sociedade é uma realidade objectivamente independente da consciência dos indivíduos, chama ele este fenómeno de “Objectivação”.



  3. Os indivíduos são um processo da sociedade, chama ele este processo de “Interiorização”.








Gaye Tuchman (1978):


A este propósito diz que o que é noticia e acontecimento noticiável resulta das práticas jornalísticas quotidianas e das interacções entre jornalistas e entre estes e a realidade social.


Os Media contribuem para criar uma espécie de patamar mínimo de entendimento comum que partilha com a realidade social.


Os Media propõem modelos de comportamento e definição de papéis sociais, quer dizer que os Media fazem uma mediação.




Altheide e Snow (1988):


Desenvolveram a Teoria da Mediação.




Na linha de Schutz, a teoria de mediação desenvolvida por Atheide e Snow procura explicar a acção social global dos Media pelos mecanismos de Comunicação da Sociedade: Comunicação Mediática e Comunicação Interpessoal.


Assim, para estes autores, os Media utilizam formatos e uma gramática expecífica como mediadores activos do processo da construção social da realidade.






Quais são esses formatos?


Os formatos definem os conteúdos e ao definirem os conteúdos condicionam a atenção e a apreensão da construção dos significados por parte do público.


Incluem a estratégia, as formas de produção, a apresentação e a interpretação das notícias.




A Gramática, como tal, organiza logicamente os procedimentos da localização, da importância, da organização e da interpretação dos conteúdos definidos pelos formatos. Assim, na prática, a distribuição das notícias por secções no jornal, por exemplo.


Técnicas jornalísticas do relato e vocabulário usado fazem parte desta Gramática Específica.




Assim, a Teoria da Mediação leva a que a construção dos significados depende sempre de quem interpreta os conteúdos e do contexto da recepção dos conteúdos.




O contexto da recepção dos conteúdos depende sempre da interpretação de uma dada circunstância.




Análise Crítica:




  • Quem modela o sistema da produção dos conteúdos dos Media, são as chamadas estruturas mediáticas (jornalistas e proprietário dos Media).



  • Os conteúdos existem à margem da Audiência, ou seja, dependem de factores económicos e factores políticos.








  1. Teoria da Socialização pelos Media




McQuail é um dos principais investigadores sobre os Media.




Entre os efeitos a longo prazo, figura o papel da socialização”




Os Media, enquanto agentes de socialização, competem com a família, escola, relações informais, partidos políticos e o governo.


Os Media promovem a aprendizagem das normas, dos valores e atitudes de comportamento, em função do contexto das situações. (McQuail)




Investigadora espanhola, Montero (1993):


Destaca 3 pontos no processo da socialização:




  1. Instituições como agente de socialização – os Media interagem com outras instituições sociais e modificam os canais e formas de comunicação inter-institucional. A família e a escola, por exemplo, tiveram de reformular as suas práticas comunicações devido à acção mediática. A televisão é, em si mesma, um agente de socialização, devido à exposição que nós temos (adultos e crianças) às imagens televisivas.



  2. Os Media são agentes de socialização política – os Media actuam como agentes de socialização política ao modelar uma determinada escala de valores que pode levar à participação política ou ao desinteresse.



  3. Acontecimentos acríticos – os Media actuam como definidores de novas formas de pensar e actuar em situações de crise e ruptura.










  1. Espaço Público” e Comunicação






A segunda geração da Escola de Frankfurt:


Os investigadores da Escola de Frankfurt foram profetas, na medida em que conseguiram ver que a família e a igreja estavam a perder para os Media.


Ou seja,


As doutrinas capitalistas tinham ultrapassado as fronteiras da economia, para penetrarem no campo da formação das consciências, através da indústria cultural que transforma os bens culturais em mercadorias.






Habermas (pressupostos a considerar):




  1. A indústria cultural não é homogénea, mas heterogénea.



  2. Os indivíduos não são uma massa amorfa que consomem acriticamente os produtos culturais e que aderem imediatamente à visão dos Media.



  3. A transformação dos bens culturais em mercadorias sempre existiu.



  4. O capitalismo nasceu livremente das interacções entre os homens e não de iluminados.



  5. A Teoria Crítica apresenta uma visão totalitária e estática da sociedade, quando afinal a sociedade é diferenciada por indivíduos diferentes e estão constantemente em mudança.






Habermas é o máximo representante da segunda geração da Escola de Frankfurt.


A ideia dos produtos culturais serem uma mercadoria, acentua-se mais com as investigações de Habermas.


O facto de a população se distrair da política deve-se à transformação dos produtos culturais em mercadorias (comércio).




Habermas publicou em 1962, “Espaço Público – Arqueologia da Publicidade como dimensão constitutiva da Sociedade Burguesa”:


Argumentos que Habermas apresenta:




  • Ágora, na Grécia Antiga, era a praça pública onde se discutiam os assuntos da cidade; local de reunião. Em Roma era o fórum. É pela discussão, pela participação e dialéctica entre os indivíduos que constitui o coração da sociedade – antigo “Espaço Público”.



  • Os lugares considerados actualmente como “Espaço Público” (jornais, cafés, bares, clubes) perderam as suas funções pelo peso absoluto do sistema mediático, nos quais a publicidade é apenas comercial.



  • Em vez do sistema mediático proporcionar o diálogo e o consenso, conduz ao exibicionismo, individualismo e à decomposição do senso comum.



  • O sistema mediático acaba por ser um instrumento do consumo, do narcisismo e da frivolidade.






Teoria de Habermas tem 2 méritos (segundo a Teoria dos Efeitos):




  1. Constatação que a sociedade no seu conjunto é território da comunicação e a comunicação é a essência da sociedade. Pela sua capacidade de diálogo, a sociedade determina a democracia e tem capacidade também de alterar as condicionantes técnicas, materiais ou ideológica que ordenam essa democracia.



  2. Aquilo que chama território da comunicação é o que ele designa por “Espaço Público”. Este “Espaço Público” não é exclusivo de agentes políticos e comerciais. Fundamentalmente, o “Espaço Público” é um espaço de intercâmbio entre agentes sociais, meios de comunicação e instituições que geram opiniões e votantes.






1981, “Teoria da Acção Comunicativa” (Habermas):


Habermas critica o tecnicismo da sociedade actual. Diz que é o agir da comunicação que permite estabelecer as normas que tornam viáveis as acções, o diálogo e o entendimento social.


Habermas escolhe um carácter de acção para os Media.




Actualmente, produz-se um desequilíbrio da sociedade sob a influência da economia e tecnocracia.


O progresso social consiste em orientar a sociedade para uma ética da discussão.


O progresso é sobretudo um progresso moral, ou seja, é um mundo mais humano, segundo o qual as pessoas se reconhecem como interlocutores válidos.




O “Espaço Público” não deve ser um espaço reservado como é agora, prioritariamente aos actores sociais, mas sim um espaço no qual as associações, os movimentos sociais, a sociedade civil, sejam através dos meios de comunicação social, os principais participantes.




A liberdade que o Ocidente desfruta, deve-se à formação de um espaço público em que pessoas livres se reúnem para discutir problemas comuns e deliberar sobre soluções a adoptar.




O poder económico deslocou os Media para a esfera, outrora privada, do intercâmbio de mercadorias.


Quanto mais os Media se aperfeiçoaram, acabaram por ficar mais vulneráveis à pressão de interesses privados.


Houve uma espécie de colonização mercantilista com objectivo do núcleo. O cidadão deu lugar à figura do consumidor e contribuinte.




O “Espaço Público” está a pulverizar-se numa pluralidade de espaços públicos em concorrência. Nestes espaços públicos novos, desenvolveram-se conflitos de opinião, mediados pelos Media ou outras instâncias como ambientalistas, associações cívicas e grupos políticos.


Esta pulverização do “Espaço Público” destrói a ideia da comunidade e está na origem de muitos conflitos actuais.




Os grupos fechados participam no grande Espaço Público, quando lhes são propostas discussões com argumentos.


A acção comunicativa está no centro da sociedade.






A ideia do “Espaço Público” não foi só teoria de Habermas, também um sociólogo francês, Dominique Volton, a estudou:




  • Dominique Volton – “A televisão é o novo espaço público não sujeito à racionalidade dos debates burgueses, ou seja, o nº de votos e a percentagem das sondagens substituíram a razão na sustentação da governação.








Aula 8 29-11-07




Teoria de Habermas por Timóteo Alvarez


Não atraca o centro da questão (como actuar e agir no espaço público?)




  1. Explosão dos conteúdos no Espaço Público;



  2. Memorizou o papel central que os Media desempenham. Proferiu o mito da superioridade dos diálogos directos;



  3. Os media de hoje nada têm a ver com espaço social vislumbrado por Habermas.






Conclusão:




  • Habermas propõe redefinição do que é a política no mundo de hoje e do papel dos actores na sociedade moderna.




O que é opinião pública?




  • A questão da opinião pública normalmente é um problema da teoria política, mas nela se repetem a teoria dos efeitos;



  • Está ligado às filosofias políticas dos finais do séc. XVII e XVIII;




A opinião pública pode ter 2 sentidos:




  1. Usa-se para distinguir uma questão de juízo de um assunto.



  2. Modernamente também equivale a comportamentos morais e costumes.






Quem divulgou a opinião pública foram os franceses, especialmente Rousseau (1744).




Vicent PriceEstudo sobre opinião pública:


“A opinião pública é o resultado de um processo colectivo que se desenvolve em 2 níveis de debate:




  • Primeira dinâmica, espiral do silêncio ou de grupo, no qual o individuo faz tudo para fugir ao vazio e ajustar o seu pensamento pessoal;



  • Segunda dinâmica, envolvente social maioritária”






Dominique VoltonSociólogo francês




  • Aplica o conceito de opinião no contexto da globalização.



  • Distingue entre mundialização das tecnologias de informação e comunicação de universalização da cultura.



  • A mundialização é um processo de interacção, interactiva e de confronto e debates entre diferentes identidades culturais.




Desta forma, a opinião maioritária é uma autêntica Torre de Babel!






Habermas:




  • A opinião pública é a estância crítica realizada por um sector da população, face ao exercício do poder político do Estado.



  • Os políticos socorrem-se da opinião pública para legitimar as suas propostas.




A Opinião Pública tem 4 fases para se formar:




  1. Surge um problema de interesse geral (ex: aumento dos salários). Define-se a questão do salário para discussão e debate por indivíduos e grupos;



  2. Qual a importância do problema? É possível dar-lhe solução? Há debates, opiniões de políticos, etc…



  3. Propostas de soluções alternativas. Os líderes de opinião tomam posição.





    1. Nesta etapa aparecem factores emocionais e racionais.




  1. Chega-se ao grau de consenso mínimo; não é acordo total.






Alexis Tocqueville – “Democracia na América”




  • Atribui à opinião o poder do império soberano, domina tudo.



  • A opinião pública tem uma relação directa com a democracia e política.



  • Faz referência à Democracia Representativa.




A Democracia Representativa baseia-se em 3 pontos (Montesquieu):




  1. Poder legislativo – Parlamento



  2. Poder judicial – Tribunais



  3. Poder executivo – Governo






No séc.XIX surgiu o 4º poder: os Media.




  • Este poder era aplicado aos jornalistas e à Imprensa como controlo do Governo.



  • Este 4º poder faz dizer Tocqueville que “sem liberdade de Imprensa não há opinião”.








A Democracia Representativa também pode ter perigos:




  • Os políticos convertem-se em profissionais de eleições e em profissionais só para resolver os seus interesses, esquecendo quem representam.




As preocupações de Tocqueville são actuais, porque apareceu novo poder: a televisão (anos 80). A televisão é o coração de toda a condição pós-moderna, e é a televisão que explica as mudanças sociais nas últimas duas décadas.


Macqueil chama à TV o “Príncipe dos Media”.




A TV é o objectivo de investigação de todos os investigadores (Popper, Bobbio, Bourdieu, Sorton, Volton).


O resultado da presença dos Media na sociedade origina o estabelecimento de uma Demoacracia Mediática pós-parlamentar, directa, emotiva, substituindo total ou parcialmente a Democracia Representativa e Parlamentar.


Os Media e a TV seguem ao minuto o pulsar da sociedade civil. Só os Media é que definem as agendas dos políticos.








M. Castells:


Os Media são um poder novo que rompe a trilogia do sistema de controlo da Democracia convencional.


A Democracia Representativa deixou de ter um mecanismo exclusivamente eleitoral, devido à influência dos Media.




Estamos perante um poder negociável”




Morris:


Apresenta tese da Democracia electrónica e directa.


Reconhece um 5º poder: o poder digital.




Mais de 90 milhões de Americanos, com mais de 16 anos, utilizam a Internet e 60% destes, diariamente”




O voto continua a ter o seu valor, mas acaba por ser condicionado pela propaganda, Marketing eleitoral, exposição prolongada aos efeitos dos Media, pelos próprios Media na definição das agendas e sobretudo pela TV.






Quais as consequências da Democracia Electrónica, definida por Morris?




  1. Desvalorização do voto



  2. Legitimidade flutuante



  3. Colonização simbólica



  4. As sondagens influem e alteram a tendência do voto




Actualmente, há uma nova tendência:


Estamos a passar da Democracia simbólica para uma Democracia de emoção.


A TV rompeu a Democracia representativa convencional, dando origem à Democracia de público.






Colin Crouch:




  • Democracia de emoção:




  1. Os partidos políticos deixaram de ser mediadores exclusivos no processo político, perante o mediatismo da TV.



  2. A TV gerou um star-system em volta da actividade política, ou seja, há uma personalização da política no Espaço Mediático. Nasce uma tendência dos indivíduos para votar em imagens simbólicas, quase virtuais mais do que organizações, ideologias ou programas.



  3. O cidadão-telespectador identifica-se a si próprio como telespectador. A política tornou-se um espectáculo. Não importa muito os discursos e as ideologias, o importante são as imagens, os títulos e os resumos. No “espectáculo” o que importa é o imediato, o fácil, a deslocação de modelos. O que predomina é o Marketing Político (estratégia de comunicação de massas).



  4. Os Media e a TV marcam a agenda política.


Agenda: temas que falam os cidadãos e as suas preocupações.


A agenda mediática determina a agenda pública, o espaço público e a agenda dos públicos.




  1. A TV tem preferência pela abertura dos telejornais com temas de impacto: acidentes, catástrofes, grandes problemas sociais ou literais. Uso e abuso de directos para ter mais impacto na opinião pública.


É a informação “espectáculo” com base no sensacionalismo.








CONCLUSÃO:


Temos uma democracia de emoção que nada tem a ver com a inteligência emocional.






Alain Minc:


A emoção representa a chave do populismo como a razão da política representativa clássica. Os Media são espaços que se abrem aos públicos e nos quais estes encontram informação, entretenimento e os usos de gratificações. A audiência é activa e os Media dependem dos interesses dos seus leitores. O processo da opinião pública repete a Teoria dos Efeitos.




A opinião pública manifesta-se prioritariamente através do sufrágio do voto. Indirectamente através das sondagens de opinião e subsidiariamente através dos Media.


Ou seja,


No cruzamento deste processo aparece uma nova opinião pública.






Características da nova opinião pública:




  1. Qualquer objecto de opinião é o ponto de cruzamento de interesses muito variados dos vários sectores da população. Quem ganha é quem é capaz de ter mais influência.



  2. Há situações difíceis de prever e podem surgir por canais indirectos não controláveis.



  3. Há espaços novos: e-mails, blogs, foto digital, telemóveis, sms, etc., ou seja, um mundo que se expande em rede sem cronologia.



  4. Consciência de que a nossa sociedade se alimenta nos Media de todo o tipo de notícias reais e virtuais, verdadeiras e falsas, possíveis e utópicas.






Aula 9 6-12-07








  1. Internet e a Sociedade em Rede






Quem utiliza a Internet tem uma identidade online, onde podem partilhar fotos e vídeos, discutem as notícias, colocam pensamentos e episódios da vida privada.


O correio electrónico, chat, MSN, mudaram as práticas sociais e comunicativas. A Internet tornou-se hoje, numa nova forma de socialização e um espaço de interacção.


Hoje temos a Websocial, que é definida como a segunda geração da Internet: blogues, Wikipédia, MySpace, Hi5, etc. Todas estas formas de websocial cresceram mais de 500% em pouco tempo.


A websocial tornou-se num espaço para a criação colectiva de conhecimentos, para a cooperação no trabalho à distância e para a publicação à escala universal de todo o tipo de conteúdos.






Manuel Castells:


Escreveu um ensaio sobre “Comunicação, Poder e Contra Poder na Sociedade em Rede” na Revista Internacional de Comunicação 2007.




Relações entre os Media e Internet:




  1. “Se os Media não são os depositários do poder, representam o espaço social onde o poder é deliberado”.



  2. “Se os Media não representam a conservação do poder, representam o espaço da construção do poder”.




No passado, na chamada Sociedade Industrial (séc.XIX), os meios de comunicação giravam em torno dos meios de comunicação de massa. O sistema de comunicação era unidireccional, hoje o fundamento da comunicação da sociedade em rede é constituído pelo sistema global de redes (comunicação horizontal), ou seja, são mensagens de muitos para muitos (sociedade Industrial).




Os Media representavam formas de comunicação tipo vertical. A rede, hoje, representa uma forma de comunicação tipo horizontal, ou seja é democrática.






Como é que a comunicação vertical dos Media é uma forma de poder?




  1. Concentrando a propriedade dos Meios e organizando-se corporativamente, ou seja, é a formação das elites.



  2. Gere o espaço do mercado exclusivamente de forma a reproduzir e alargar o próprio poder.








  • As novas redes superam esse Modelo Vertical e ultrapassam os Media Tradicionais.



  • Estas novas redes relativizam o “gatekeeping”, pois pode ser publicado online mesmo sem ordem da Imprensa.






O que são as redes? (“A Galáxia Internet”)


Uma rede é um conjunto de nós interligados (conectados). As redes são formas muito antigas da actividade humana, mas actualmente essas redes ganharam nova vida, ao converterem-se em redes de informação impulsionadas pela Internet.


As redes são estruturas abertas, compartilhando o mesmo código de comunicação.




Nos últimos 25 anos (a partir dos anos 70), houve uma coincidência de 3 factores, independentes uns dos outros, que criaram uma estrutura social baseada em redes:




  1. A economia precisava de flexibilizar a gestão e globalizar o capital, a produção e o comércio.



  2. Deu-se uma procura de uma sociedade, em que os valores da liberdade individual e a comunicação aberta fossem novos pilares sociais.



  3. Deu-se uma extraordinária revolução informática que modificou as telecomunicações e as novas tecnologias de informação.






CONCLUSÃO: (Manuel Castells)




  • A Internet tornou-se a alavanca de transição para uma nova forma de sociedade (a sociedade em rede).



  • O que McLuhan chamou Galáxia Gutenberg, agora com a sociedade em rede chamamos de “Galáxia Internet”.



  • É a M.Castells que devemos a ideia de sociedade em rede e o seu desenvolvimento.



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