18 de março de 2007

O APOIO À EXISTÊNCIA DAS “SALAS DE CHUTO”


Um tema cada vez mais actual e que tem saindo lentamente da sombra dos males da sociedade são as “salas de chuto”. A criação destas salas em diferentes pontos do país, nomeadamente Lisboa e Porto, tem suscitado grande polémica.
Há décadas que o tema da droga tem levantado grande interesse e contradições. O facto de ainda não haver tratamentos conclusivos e de não ter sido encontrada a melhor maneira de resolver este flagelo social, leva-me a acreditar que a aposta na criação de “salas de chuto” possa ser a solução mais viável para ajudar não só as pessoas que já se encontram terrivelmente emaranhadas neste meio, tal como aquelas que por desespero podem não saber resistir a este mundo.
O nosso país ao aderir a um Plano Nacional contra as drogas e toxicodependências, só demonstra que está activamente empenhado em acabar com este problema social.
As “salas de chuto” ao contrário do que se possa pensar, não serve só para os toxicodependentes adquirirem e consumirem droga sob o consentimento do Estado, pois também vão existir programas terapêuticos, campanhas de informação e planos para reinserção de ex-toxicodependentes na sociedade.
Ao contrário do que acontece em clínicas de reabilitação, a ideia não é obrigar o toxicodependente a libertar-se das drogas apoiando-se só em meios psicológicos e força de vontade, visto que a pessoa nesse momento tem pouca força psíquica e física para aguentar um tratamento tão rígido. A ideia das “salas de chuto” é retirar os toxicodependentes da rua sob o olhar atento de médicos e especialistas e facultar o mínimo de drogas necessárias para a sua libertação total deste mundo. Deste modo, estão também a diminuir o possível tráfego de drogas, que atinge diariamente milhares de inocentes. Em relação a este tema tão polémico, a minha única oposição está perante a escolha do nome: “salas de chuto”. Este nome não inspira a confiança e adesão necessária que se pretende obter com esta iniciativa.

Sofia Simões

“Tem que se ser honesto para cantar e eu não o poderia fazer de outra forma”


A banda portuguesa Fingertips é hoje símbolo de juventude e qualidade. Com um primeiro álbum que se manteve nos tops nacionais durante imensas semanas e com o single “Melancholic Ballad” a permanecer em primeiro lugar no top nacional das músicas mais ouvidas durante 9meses, surgiu agora o segundo álbum “Catharsis”. Dois dos temas deste álbum já estão no TOP 10 de produção nacional. "Move Faster" na terceira posição e "Cause to Love you" na sétima.
Encontrámo-nos com o vocalista, Zé Manuel, para que nos explicasse o sucesso obtido pela banda pop.

João e Sofia - Uma pessoa que sendo tão jovem já viveu tanto, como é que se define?
Zé Manuel - Sobretudo como inconstante. Eu sou uma pessoa que vive mesmo muito, tenho que estar em constante movimento e absorver tudo aquilo que me rodeia. Sinto necessidade de aprender sempre mais e fazer coisas novas.

Como se iniciou a música no Zé?
A música, em mim, iniciou-se há muito tempo… Tinha cerca de 6 anos quando participei na “Praça da Alegria”, depois surgiram outros tantos concursos nos quais também participei, até que conheci o Rui e o projecto da banda nasceu da nossa vontade de gravarmos juntos. Começámos a compor as musica e a fazer planos em conjunto. Mais tarde conheci os restantes elementos do grupo que foram apresentados por uma amiga em comum. Aí nasceram os Fingertips.

Como nasceu o nome para a banda?
Nasceu de uma música de Emiliana Torrin, com o mesmo nome, que eu gosto muito e já ouço há muito tempo. Depois ficou decisiva pelo facto de sermos 5 elementos, andarmos sempre juntos e só assim fazermos sentido, como os 5 dedos da mão.

Considera que a banda tem potencialidades para evoluir?
Com certeza que sim! Lançámos agora o segundo trabalho que espero que tenha tanto ou mais sucesso, se possível, que o primeiro. È sempre preciso trabalhar, tanto a nível de grupo como individualmente. Pois, nesta profissão é preciso trabalhar muito, muita paciência, dedicação e saber “encaixar” muitas coisas… coisas boas e más! Mas no final, se houver realmente muito trabalho, esforço e dedicação os resultados aparecem.

Quais são os trabalhos em que está actualmente envolvido?
Além da banda, faço trabalhos no mundo da moda, mas a minha ferramenta de trabalho é a musica e é assim que pretendo continuar. Quero agora aproveitar para divulgar este álbum.

Projectos para o futuro?
Actualmente, pretendo acabar o 12º ano dentro das minhas possibilidades, conciliando a música com os estudos, porque com as faltas, por mais que uma pessoa não queira, acaba sempre por se prejudicar um pouco. No próximo ano pretendo ir para Lisboa, tirar o curso de Publicidade e Marketing. Mas, sobretudo quero é ser feliz e escrever ainda mais.

Onde vai buscar a inspiração para compor as letras e também para cantar?
Primeiro tem que se ser honesto para cantar e eu não o poderia fazer de outra forma. Baseio-me no que conheço e que já vivi. Apesar da minha experiência de vida não ser assim tão vasta, todos nós já sofremos de alguma forma, todos nós já nos apaixonámos desiludimo-nos… São as vivências que já toda a gente teve. E é isso que utilizo para dar vida e forma as minhas letras.

Estando tão exposto ao público é-lhe difícil lidar com o assédio?
Não! Lido bem com essas situações, nunca fui alvo de atitudes incorrectas por parte dos fãs, como já aconteceu a outras pessoas. Acho que o público português consegue separar as coisas e ver que somos pessoas normais e que este é, apenas, o nosso trabalho. E os Fingertips têm uns fãs espectaculares.

O facto de a música dos Fingertips ter chegado à televisão acha que ajudou a publicitar, ainda mais, a banda?
Sim, sem dúvida. A televisão é um meio que ajuda imenso a publicitar a banda. Faz com que esta chegue mais longe, pois abrange um público mais vasto. E isso viu-se quando “Melancholic Ballad” fez parte da banda sonora da novela “Celebridade”, ou quando as nossas músicas foram utilizadas em anúncios publicitários. Muitos afirmaram não saber que os Fingertips eram uma banda portuguesa, e isso é bom! Quer dizer que temos qualidade.

Fingertips produzem, então, uma música do mundo?
Fingertips não é do mundo, é para o mundo! É para as pessoas que nós cantamos e compomos as nossas canções, pois a nossa música abrange por exemplo tanto uma rapariga de 15 anos, como uma senhora de 40 ou 50 anos. Para isso é essencial a participação activa dos nossos fãs, pois estamos sempre dispostos a ouvir o que têm para nos dizer. O nome deste último álbum “Catharsis” foi por exemplo, um fã que deixou essa sugestão no fórum e nós achámos que realmente o nome se adequava muito bem a este novo álbum.





Bilhete de Identidade
Nome: José Manuel Correia Ferreira Bicho
Idade: 18 anos
Altura: 1.80m
Local de nascimento: Lisboa
Local de Residência: Viseu
Cidade de eleição: Londres
Prato favorito: Lasanha de Camarão
Bebida: Água


jlips
sofia simões

The Godfather – visão semiótica do filme II


O filme de 1972, O Padrinho, realizado por Francis Ford Coppola é uma obra recheada de simbolismos, rituais e hábitos.
O livro no qual é baseado o filme é um romance de ficção escrito por Mario Puzo, sobre uma família de mafiosos de origem siciliana.
Todo o enredo do filme gira em volta de actos e das suas consequências. É neste círculo que se encontra em certos actos simbólicos uma semiose ilimitada.
Contudo, neste filme, não interessa analisar o que vemos mas sim aquilo que não está directamente explícito. Assim como as próprias personagens fizeram para descobrirem os vários traidores e as várias conspirações.
Ao analisar um filme com tamanha duração e tão recheado de simbolismos é-me difícil falar e/ou abordar casos específicos da película. No entanto, existem alguns momentos na história que obrigatoriamente terão de ser mencionados, como é o caso da morte de Don Vito Corleone. E porquê abordar esta morte e não outra? Don Corleone era um homem de tradições mas de palavra e com moral. Era sobretudo um homem que gostava de manter as origens, e simbolicamente acaba por morrer no seu país de origem: a Itália. Isto é, acaba por cair numa plantação de tomates, que nos remete para uma cultura mediterrânea e para a própria Itália. Outro ponto interessante nesta morte é o facto de naquela plantação ter ficado um velho “Padrinho” e ter saído de lá a correr uma nova geração.
Em todo o filme encontramos sinais que nos remetem para alterações temporais não demarcadas pela escrita. Reparo no passar do tempo quando de uma cena para a outra o bebé já aparece maior, ou quando o “Padrinho” passa de uma situação de “quase-morte” num hospital para o repouso em casa junto à família. Tudo isto são sinais de alteração temporal. Estamos, portanto, perante uma semiose.
A própria música que acompanha as várias cenas torna-se um elemento de extrema importância para que percebamos o filme e para que entremos na própria acção sem darmos por isso. A música seleccionada para a banda sonora remete-nos toda ela para um tempo e para um espaço específico. Um caso de extrema importância em termos de sonoridade encontra-se no primórdio da história, mais precisamente na festa do casamento. O tipo de música é um marco da cultura europeia, e à medida que a ouvimos distinguimos mais facilmente as origens italianas da mesma.
Contudo, aspectos como o guarda-roupa são em todos os filmes, ou pelo menos deveriam ser, factores de ligação entre a história e o espectador.
No caso particular de “The Godfather” não são estes pormenores que dão o interesse ao filme mas sim as ligações dos actos das personagens com as consequências que daí provêm.
O ritual de “quase adoração” que a família mantêm com “o Padrinho” vai-se mantendo de geração em geração.
Podemos construir um quadro semiótico em volta da raiz desta história: Ou “o padrinho” entra no esquema da droga (s1) e mantêm-se vivo (~s2), ou é morto (~s1) o que implica que não tenha entrado (s2).
Não existe uma inovação apenas uma série de rituais contínuos. Rituais estes muitas vezes assentes na palavra. Quando é preciso um favor do Padrinho é preciso saber como abordar a questão e o próprio Dom Corleone.



Sofia Simões

15 de março de 2007

atenção!!!!

Os posts "queda do muro de berlim", "Revolução de Abril" e "A Gazeta do Povo" são trabalhos aqui apresentados sem biografia, mas que para a sua realização obtive material de pesquisa que aqui não se encontra mencionado.
O primeiro e ultimo post mencionados contam ambos histórias ficticias.

Queda do Muro de Berlim

Ontem à noite, milhares de pessoas correram até ao muro que dividia as duas Alemanhas, após uma conferência de imprensa, em directo e transmitida pela televisão da Alemanha–oriental. Nessa conferência, Gunter Schabowski, secretário do Comité Central do Partido Socialista, anunciou a decisão do conselho de ministros de acabar no imediato com as restrições de viagens ao Oeste.
Minutos depois desta notícia, a televisão e rádio ocidental lançaram outra afirmando que as portas do Muro iriam ser abertas.
Estas informações levaram milhares de pessoas até aos postos fronteiriços exigindo a sus abertura. No entanto, as unidades militares aí estacionadas, assim como as unidades de controlo de passaportes não cederam as exigências. Segundo os responsáveis dos postos ainda nenhuma ordem lhes tinha sido entregue para que estes pudessem proceder de tal forma.
Por volta das 23 horas, devido à força da multidão e ao facto dos guardas fronteiriços não saberem como agir, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Strabe. Minutos depois abriam-se também as do centro de Berlim e na fronteira ocidental.
Esta manhã esperam-se milhares de cidadãos na parte ocidental de Berlim. Peter Litfin dono de um bar junto ao muro colocou um cartaz à frente do seu estabelecimento com a frase: “Irmãos da RDA terão cerveja grátis como prenda de boas vindas.”


O MURO DA
DIVISÃO
De recordar que este Muro foi construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, contava com 66,5km de extensão, 302 torres de observação, 127 redes electrificadas e 255 pistas para os cães de guarda.
A construção desta barreira partiu da RDA e Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes da sua construção.

O ENGANO
Ao que consta, a conferência dada horas antes e que levou milhares até as zonas de fronteira, foi “mal interpretada e a decisão só deveria ser publicada amanhã [hoje]” declarou um membro do governo da RDA.
A RDA não queria abrir as suas fronteiras, e sim deixar as pessoas emigrarem do país.
Contudo, não se acredita que este equivoco não seja aproveitado pelas partes.

João Pereira

Revolução de Abril

O Estado Novo


“O que foi o Estado Novo, como começou, onde terminou?” são perguntas às quais precisamos de recuar até ao início do séc. XX para podermos responder.
Muitos foram os factores que levaram a uma sensação de crise nos meios políticos do nosso país na, chamada, ultima fase da I República. No Final da Primeira Grande Guerra encontramos um país com um sistema económico debilitado e constantemente desalentado com as várias tentativas frustradas de implantação de instituições republicanas. Como refere José Hermano Saraiva em História de Portugal, “de todos os sectores se pedia abertamente uma ditadura, isto é, um período de suspensão de normalidade constitucional para poder implantaras bases de uma vida política corrigida e renovada”. Nota-se aqui, uma vez mais, a vontade de uma reconstituição das estruturas e do próprio país.
Dois movimentos entraram em conjunção em Maio de 1926 e colocaram o comandante Cabeçadas na chefia. A 17 de Junho de 1926 um novo movimento militar (o primeiro tinha ocorrido no dia 6 do mesmo mês, onde uma dezena de milhares de militares irrompeu pela capital comandados pelo general Gomes da Costa), levado a cabo por tropas estacionadas à entrada de Lisboa, obrigou Cabeçadas (Chefe de Governo) a abandonar o posto. A 26 de Novembro, já depois do general ter sido deposto e enviado para uma prisão nos Açores, Carmona foi oficialmente declarado Presidente da República, já num sistema ditatorial. A perda de crédito dos partidos facilitava a vida à ditadura.
Um período de acalmia política, por esta altura, não trouxe melhorias significativas para a vida dos portugueses, e apesar do governo ter aproveitado este tempo para reformas internas, as verdadeiras preocupações centravam-se na situação financeira do país. Vários meses se passaram e pequenas medidas avulsas não iam resolvendo o problema. Até que em 27 de Abril de 1928 o Prof. António de Oliveira Salazar, docente na Universidade de Coimbra, aceitou o convite para preencher a pasta das finanças que se encontrava sem responsável. Se algum factor de escolha foi fulcral, sem dúvida que foi a sua vigorosa personalidade.
Na posse, Salazar, diria ao povo que teriam de saber obedecer quando fosse preciso obedecer. Os chefes militares foram os primeiros a apoiar este homem, pois viam nele uma forte estrutura para manter o regime de pé. Mas é o próprio a dizer em Outubro de ’29 que “tem a ditadura de dotar o país com um novo estatuto constitucional”. Como se desejava, a ditadura teria de ser temporária, e esta declaração vinha como uma premonição de um futuro não muito longínquo. Contudo, a transição da ditadura para uma nova ordem constitucional seria mais difícil do que inicialmente se esperava, ninguém sabia que estruturas governativas deveriam ser usadas.
No ano de ’32, Salazar discursava com vista ao fim do carácter militar da situação política. Dizia, então, que “ele (projecto de Constituição) procura construir (…) o Estado Novo que Portugal tem de ser”. Foi a 28 de Junho do mesmo ano que Oliveira Salazar foi apresentado como chefe do Governo, quando o presidente da República foi obrigado a convocar o Conselho Político Nacional devido à demissão do presidente do Ministério.
A 5 de Julho o Gabinete ficou estruturado com quatro catedráticos e nenhum general. Notava-se a vontade e preocupação de manter os poderes militares fora da política. Iniciava-se assim o projecto para um Estado Novo. E é em Março de 1933 que, sem partidos organizados, sem interlocutores políticos, nem oposição permitida, sem debate público, o projecto de Constituição foi submetido a um tipo de referendo. Contudo, o desinteresse político era de tal ordem que o governo viu-se obrigado a decretar que na contagem se considerasse a abstenção como voto afirmativo. Esta acção levantou grande contestação e reprovação, e contribuiu para o descrédito do «referendo». De imediato foi revogada essa medida por parte dos governantes. E a contagem final foram de 719.364 votos favoráveis, 467.179 abstenções e 5.955 negativos. A publicação dos resultados em 11 de Abril de 33 marca o início do período do Estado Novo.
A Constituição rege-se, principalmente, pelo ideal do nacionalismo, o culto à autoridade e pelo respeito à ordem pública e à ordem social.
Em termos de política interna o governo tentou “manter a casa arrumada”. A estabilidade política permitida pela permanência dos mesmos poderes possibilitou a execução de vários programas de reorganização em muitos dos domínios da vida nacional.
Dois anos depois, a lei de Reconstituição Económica revela o clima de estabilidade e confiança que o Governo quer implantar: 6,5milhões de contos durante um período de quinze anos, com vista à reorganização e rearmamento do exército, à construção de vias de comunicação, portos e aeroportos, construção de estabelecimento de ensino, etc. As novas possibilidades financeiras permitiam a aposta em obras públicas. Barragens e centrais termoeléctricas foram uma aposta para a ajuda do arranque industrial. O PIB progrediu incansavelmente devido, sobretudo, às melhorias da indústria. O contraste no nível padrão de vida nas cidades e nos campos manteve-se acentuado, assim como já vinha a ser desde a monarquia. Esta situação desencadeou um surto de emigração centralizada no interior português.
No entanto, toda esta reorganização assumiu aspectos mais vastos. Restrição à liberdade cívica. Estas repressões apresentavam-se em forma de Polícia (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, Polícia Internacional e de Defesa do Estado, Direcção-Geral de Segurança). Estas polícias, ou polícia, de carácter político reprimia todas as actividades ilícitas ou que formassem oposição as ideias governamentais. O Partido Comunista Português foi um dos pilares que mais sofreu estas acções; e em forma de censura de imprensa, impedindo assim formações de ideias e ideais contrários aos do Governo. A apreensão de material impresso assim como a censura prévia aos artigos dos jornais eram as formas mais utilizadas neste tipo de repressão.
Inserido neste espírito de «ultra-nacionalismo», se assim posso apelidar, encontravam-se as normas da política externa. Portugal sempre esteve afastado do exterior numa tentativa de estabilizar a política nacional e mais tarde devido à má gestão desta própria política. Assim, entre os anos de ’36 e ’39 (Guerra Civil espanhola), ’39 e ’45 (Segunda Guerra Mundial), a partir de ’47 (após a independência da União Indiana), ’61 (O problema da Índia portuguesa) e entre ’61 e ’74 (Guerra Ultramarina) a política externa nacional não conseguiu responder às incidências. Mas, durante o grande período da segunda grande Guerra, Portugal manteve-se à parte num clima de paz, acarretando, como de esperar, as restrições que esta política trouxe.
O fim da Segunda guerra simbolizou a vitória da democracia e a condenação do totalitarismo. Em Portugal este desfecho foi aplaudido como o início de uma nova era, uma era de liberdade. O Estado Novo era agora visto como uma experiência que já dera tudo o que tinha, mas nunca esquecendo o magnífico trabalho nas áreas das finanças e Obras Públicas. Perante tanta pressão interna e externa ao governo, Salazar convoca eleições para Novembro de ‘45, referentes à Assembleia Nacional. Nesta altura surgem vozes contra o governo. As principais acusações centram-se na polícia política, censura à imprensa, proibição da formação de partidos, altos níveis de analfabetismo, atraso da Universidade e baixo nível do seu rendimento. Acusações estas ouvidas pelo grande público. Inicia-se um período de agitação política. Na noite de 10 de Outubro uma pequena coluna militar sai do quartel do Porto em direcção ao sul. Esta acção ficou conhecida como a revolução da Mealhada, local onde a coluna foi interceptada pelas tropas fiéis ao regime.
Em 1949 voltou-se a marcar eleições mas assim como em ’45 o candidato não se apresentou por não existir a garantia de democracia. As eleições de ’58 deram a vitória ao Almirante Américo Tomás. General Delgado acusou o governo de fraude eleitoral e foi obrigado a refugiar-se no Brasil.
Foi no Período ditatorial que se começou a usar a expressão Império Colonial para designar os países ultramarinos. Vários confrontos políticos tiveram lugar, no início, para defender aqueles territórios de outros países europeus, nomeadamente a França e Inglaterra. Mais tarde existiram grandes batalhas pela manutenção daquelas terras reclamadas pelos povos habitantes e principalmente pelas suas guerrilhas. Estas nasceram por altura da eleição de Kennedy para a presidência dos EUA. Foi em Março de 1961 que ocorreram as primeiras ondas de violência. Em ’63 a revolta chegou à Guiné. Muitos soldados morreram, muitos ainda sofrem os horrores da guerra.
Os adversários do Governo apresentam agora a mais forte acusação, a guerra colonial.
Salazar tenta, ainda, no verão de ’68 uma renovação dos seus ministérios colocando “sangue novo” numa tentativa de renovar o ritmo, pouco dias depois falece.
Para o seu lugar entra Marcelo Caetano. Era uma figura de grande prestígio e a troca não levantou ondas.
Os problemas continuavam e a esperança que M. Caetano conseguisse reacender a chama portuguesa foi-se desvanecendo. A questão fundamental continuava por resolver, a guerra colonial. A igreja começou a desligar-se do governo, as finanças começavam a dar problemas, as estruturas não estavam preparadas para a evolução do tempo.
Foi do exército que partiu, em 1974, a iniciativa que colocaria um ponto final neste longo capítulo da história lusitana.

joão pereira

regimes totalitaristas

Porquê é que governos liberais abraçaram formas fascistas?
Após a Primeira Guerra Mundial e a crise de 1929, as democracias liberais, que se tinham imposto por quase toda a Europa, tiveram de enfrentar vários problemas. Entre os quais, as dificuldades económicas do pós-guerra que provocaram o aumento do número de desempregados e a degradação geral das condições de vida das populações, dando origem a diversos conflitos sociais: revoltas armadas, greves, manifestações, e ocupação de terras e fábricas. Por outro lado, o triunfo da revolução socialista na Rússia, profetizando os seus defensores a vitória do comunismo por todo o Mundo, assustou muita gente, nomeadamente as camadas sociais mais favorecidas, levando-as a apoiar os movimentos políticos de extrema-direita, na tentativa de evitar a difusão do comunismo e as implicações que trazia.
Toda esta situação tem de ser vista através de uma visão socio-económica. A Europa encontrava-se destruída, com a economia desorganizada e a população, moralmente, em baixo.
O exemplo da Rússia que havia enfrentado várias revoltas e que agora começava a estabilizar, em muito, devido às medidas marxistas (alteradas segundo o entendimento de Lenine, entenda-se), os desastrosos acontecimentos económicos que assolaram os Estados Unidos da América (EUA) e por consequente a Europa, principalmente os países que entraram nas Alianças (e que eram agora devedores dos EUA, devido aos empréstimos e investimentos feitos no “velho continente” pelo governo do país do “Tio Sam”) como por exemplo à Inglaterra, à Itália, à Alemanha e à França, foram factores que levaram certos filósofos, políticos e grupos políticos, sobretudo de direita, a repensarem nos seus objectivos e ideais.
Vivendo a Europa subjugada à única super – potência, a crise 29 trouxe novas dificuldades e novas barreiras económicas, sociais e políticas. Novas medidas tinham de ser tomadas. O povo queria soluções, e essas soluções apareciam quase sempre em forma de revolução. Revoluções que apareciam de inúmeras e diferentes formas.
O capitalismo, para muitos estava em queda, e ninguém quereria estar nesse barco quando este fosse completamente ao fundo. Portanto, o melhor a fazer era escolher um novo barco, um novo rumo.
Contudo não poderemos generalizar as causas que levaram certos países e políticos a escolherem formas fascistas de governação. Podemos mostrar o contexto social que se vivia na época para tentar explicar o porquê, mas cada país é um caso.
A Alemanha sentia-se abafada depois da 1ªGrande Guerra. Inglaterra, França EUA lutavam pelo desarmamento deste país e faziam de tudo para obter o poder governamental sobre partes da Nação Germânica.
A Itália parcialmente destruída e sem conseguir recompor-se da guerra entra num circulo vicioso de quase autodestruição.
A Rússia agora governada por Estaline (1924 – 1953) via a sua economia mais forte devido à socialização total desta com a extinção da NEP e a instalação de planos quinquenais que fizeram com que a URSS se desenvolvesse significantemente.
Os EUA a partir de 29 deixam de conseguir apoiar a Europa e ainda são obrigados a reclamar o dinheiro emprestado.
Um pouco por toda a Europa foram, então, aparecendo regimes ditatoriais. Espanha e Portugal também são exemplos desses regimes, para uns fascistas, para outros apenas ditatoriais e ainda governos de cariz “duro mas não ditatorial” para outros.
De igual entre eles estava o facto de os seus governos terem como meta a fortificação da economia do seu próprio país.
Cada país que abraçou o fascismo acabou por lhe dar um motivo diferente.


joão pereira
sofia simões
vanessa bernardo
claudia pina

revoluções russas

As Revoluções Russas de 1917 radicam num conjunto de tensões sociais e bloqueios políticos resultantes do aparente imobilismo e das contradições que se foram acumulando ao longo de várias dezenas de anos.


As Revoluções russas, ou a Revolução Russa, foi uma série de acontecimentos a nível político na Rússia que, posteriormente à queda da autocracia (queda do czar Nicolau II) e da Duma (no fim da Guerra contra o Japão, o Czar russo criou a Duma, uma espécie de Parlamento, para tentar diminuir as tensões sociais que se faziam sentir na altura), resultaram no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido dos bolcheviques (partido maioritário). O resultado desse processo foi a criação da União Soviética.
A queda do Czar deveu-se sobretudo a uma crise socioeconómica. Em 1904 a Rússia desejava expandir-se para oriente. Assim, entrou em guerra com o Japão acabando por perder a guerra. A situação socioeconómica agravou-se e o regime czarista foi minado por uma série de revoltas e contestações, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros e soldados do exército.
Greves e protestos, contra o regime de Nicolau II, foram rebentando em inúmeras partes da Rússia. Por exemplo, em São Petersburgo, foi criado um soviete para auxiliar na coordenação de várias greves e servir de palco de debate político. Perante tanta contestação o czar viu-se obrigado a ceder em certos pontos, nomeadamente na criação da Duma, o que fez com que os vários partidos revolucionários se dessem por satisfeitos, abandonando os operários e a sua luta. Terminada a guerra no Japão, o governo russo destacou as suas forças especiais para que estes reprimissem os focos de resistência e revolta por parte dos trabalhadores.
O povo era constantemente colocado para último lugar e reprimido. As suas ideias nunca eram ouvidas.
Para se perceber melhor este cenário é preciso reparar que até 1917 a Rússia, ou o Império russo, havia sido uma monarquia absolutista, sustentada na sua grande parte pela nobreza, dona da maioria das terras cultiváveis, era destas famílias que saíam os oficiais do exercito e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa (maior igreja na Rússia). Assim, vivia-se um ciclo vicioso de poder. Só as elites podiam ter poder e comandar o rumo do país.
No entanto, é necessário recuar mais alguns anos para entender a situação sócio – cultural e sócio – económico que deu azo à Revolução. Às portas da Primeira Grande Guerra, a Rússia detinha a maior população da Europa com cerca de 175 milhões de habitantes. A extrema pobreza de grande parte da população era, sem dúvida, o maior problema social que o império arrostava. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas entranhavam-se no país desenvolvendo uma consciência revolucionária contra os nobres. O crescimento de estudantes universitários de 5000 para 69000 entre 1860 e 1914, assim como o número de jornais diários (13 para 856), é um espelho deste desenvolvimento cultural e ideológico, verificado no país.
A população Russa era multicultural, sendo 80% deste povo pessoas rurais. Contudo, com a industrialização acentuou-se uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. O mau estar provocado pela pobreza extrema e a exploração pela qual grande parte do povo passava foi como uma acendalha das ideias socialistas.
Conhecendo o desenvolvimento das políticas czaristas compreende-se as causas da Revolução Russa.
A constante repressão ao povo por parte das elites políticas, a guerra contra o Japão, a exploração dos operários e a penetração das ideias sociais no país foram os factores mais importantes que levaram ao surgimento de focos de revolução.

joão pereira

"a gazeta do povo"

TROPAS LUSAS
FESTEJAM FIM DA GUERRA

A noticia caiu que nem bomba junto às tropas lusitanas! A Alemanha reconheceu a derrota, depois dos seus apoiantes se terem rendido, e assinou o armistício.
Após o ataque do exército alemão à 12ª companhia portuguesa, onde muitos foram aqueles que sucumbiram, esperava-se que as forças de Berlim pudessem levar a melhor sobre os Aliados. No entanto, tal não aconteceu, e foi ontem que este enorme pesadelo que assolava milhares de famílias em Portugal teve um fim.
De Flandres chegam notícias de enorme contentamento. As companhias lá destacadas festejam com euforia a noticia do fim da guerra.

PORTUGUESES
PREPARAM PARTIDA
É de Lisboa que partem as boas notícias, todas as tropas estacionadas em território francês receberam ordem de regresso.
O comando geral de Lisboa recebeu permissão para retirar os seus homens do campo de batalha. De imediato emitiu a ordem de retirada, que foi recebida em clima de festa e alegria pelos soldados.
A ordem foi posta em prática com grande prontidão. A chegada das primeiras tropas a terras nacionais está prevista para dia 16. a ultima companhia chegará por volta do dia 19.

DIAS E NOITES DE
TERROR
Albino Ferreira, valente soldado, lisboeta regressou a casa há já 1 ano depois de uma bomba lhe ter ferido uma vista e destruído grande parte do membro inferior esquerdo. A alegria que hoje sente é indescritível.
Fala-nos do desejo de reencontrar amigos e das saudades daqueles que morreram para que ele pudesse viver.
As aventuras em Flandres, onde lutou, são agora vistas como um inferno. “De noite era o inferno. Íamos de gatas fazer as patrulhas ou arriscávamo-nos a levar um tiro na cabeça”.
A ideia de uma guerra rápida era ridícula, confessa-nos. Hoje recebeu uma carta de um colega de batalha relatando os acontecimentos mais recentes. “combinámos que todas as semanas me enviaria uma carta a contar o que por lá se passa. Há um ano que estou em Portugal, só ainda recebi 4” - lamenta. O sobrescrito que havia chegado poucos minutos antes, e que Albino faz questão de abrira à nossa frente é datado de 10
de Setembro. Albino diz-nos não poder afirmar se neste momento, este seu amigo, ainda esteja vivo e a festejar o fim “desta maldição”.

MOVIMENTAÇÕES
POLÍTICAS EM MARCHA
Na noite de ontem os chefes máximos dos países aliados entraram em contacto para a marcação de uma reunião de emergência.
Esta reunião terá como pontos fundamentais alguns dos aspectos mencionados pelo presidente norte-americano Wilson no documento intitulado «catorze pontos», entre eles serão debatidos os aspectos relacionados com a paz na Europa, e o fim do poderio alemão.
O governo português já fez saber que será Afonso Costa o encarregue deste assunto tão delicado.
Nos outros países europeus já se sente o fim da guerra. Vários povos já começam a lutar pela sua independência. As monarquias poderão estar em risco. E o bloco da URSS irremediavelmente perdido.

João Pereira

sumário historia - 2ªparte

3º Internacional (1919)

Ameaça às potências ocidentais
1914 /1921 – morreram 12 milhões de russos, devido à Guerra Civil, fome, miséria, penúria, epidemias.


A produção industrial, agrícola cai a pique. Desorganização total.

Em 1921 não se podia viver na Rússia (minorias e Kullacs não estavam satisfeitos)


Surge a NEP – Nova Política Económica – Lenine
Procura permitir uma certa
liberalização económica parcial


Desnacionalização das empresas com menos de 20 trabalhadores

Agricultura – autorizada a venda de excedentes
- incentivo a produzir mais

 Procura cativar técnicas e engenheiros estrangeiros.
 Capital estrangeiro.

Regresso a métodos capitalistas:
 Recorre-se à publicidade
 Prémios de produção
 Melhores salários


Tudo é temporário, não há liberalização política
Tudo é controlado (economia, meios de produção)

Resultados:
 Mais produção
 Melhores condições


1922 – URSS (segue o modelo federal)


União política económica de estados e regiões
com relativa autonomia a um governo central

Alemanha reconhece a URSS (regresso às trocas comerciais)

Liberalização parcial da NEP, ajudou parcialmente a reconhecer a URSS pelos países ocidentais.


Negativo – ameaças ao ideário revolucionário de Lenine; Ideário colectivo

Nepmen – pequenos industriais mais pequenos
Os bolcheviques querem uma sociedade sem classes, mas a NEP ajudou à nova burguesia: rica.


 Assim, em 1927 deu-se o fim à NEP.


1924 – Lenine morreu, mas não diz quem o substituiria.
Mas descreve-os:
 Trotsky
 Estaline


Quem sobe?
ESTALINE (morre em 1953) – apropriou-se da imagem de Lenine. Culto a Lenine


1928/1929 – Estaline tem o rumo da URSS nas mãos que o lidera.
Totalitarismo


Estalinização da URSS:

 Não há lugar para a oposição (quem não estava de acordo era posto na rua)
 Abre as portas à juventude (presta culto a Estaline)
 Culto do chefe – pai da pátria (estátuas por todo o lado)
 Perseguições – recurso ao terror
 Transforma-a na 2ª potência (após EUA)


Estados Unidos da América
 Grande potência económica (após 1917)
 Ponto de referência
 Anos 20 – loucos anos 20 (Era da prosperidade)


Era da Prosperidade
 Estilo de vida americano, serve de modelo nos anos 20
 Expansão do capitalismo
 Consumismo
 Alargamento do mercado externo/interno
 Cresce o crédito
 A bolsa sobe – subida das cotações – prosperidade das grandes empresas
Com esta prosperidade e a subida das cotações originou o aumento de número de especulações… muitas vezes para comprar acções as pessoas recorrem ao crédito.
Busca do lucro fácil, jogo da bolsa – as pessoas chegam a comprar as cotações por um preço maior do que as empresas valem.
Há um momento em que o mercado faz um reajustamento das cotações, ou seja, as cotações passam a ter o valor que valem e não quanto estão a ser vendidas, ou seja, muito mais baratos.
 Recurso ao crédito – os bancos facilitam os créditos às famílias americanas, isto alimenta uma prosperidade artificial – aumentou o consumismo norte-americano
 Condições de vida – electrodomésticos, carros, cinema, teatro, jaz
 Emancipação da mulher (sociedade contemporânea)

Anos 20:
2ª Revolução Industrial/expansão do capitalismo
- compram electrodomésticos
-carros, etc…

(recurso ao crédito/consumo)

As empresas começam a concentrar-se
Standarização da produção – Taylorismo
Produção em cadeia e em massa

Agricultor – começa a haver muita produção em comparação ao que é consumido (isto, antes da crise)
Com isto, menos lucro – para produzirem tanto eles recorrem ao crédito. Quando chegou a Crise, a situação agravou-se.

Ainda antes da Crise:
 Diminui a compra de viaturas, logo a indústria automóvel teve de tomar medidas – diminuíram a produção, o que veio mais tarde a prejudicar a indústria metalúrgica – Desemprego.
 Muitas pessoas que tinham acções, começaram a aperceber-se da situação e optam por vender as acções.
Em Outubro de 1929 milhões de accionistas tentam vender as acções e com o acerto o seu valor baixou muito.

A agricultura já não tinha capacidade, o que vai afectar todo o país.


Grande depressão dos anos 30

1929 – Crise (“Crash”) – abala os EUA

O coração capitalista cede; as economias que dependiam
Dá-se uma queda global dos EUA são também abaladas

 A URSS, esta não é abalada pelo “Crash”.


A Crise de 1929 abalou profundamente as bases do capitalismo liberal, daí ter um lugar privilegiado entre as crises (económicas)


Crise  Recessão
Se o recuo for violento e se Contracção da actividade
alastrar no tempo económica de fraca amplitude e curta duração


Crise de 1929 (implica muitas coisas):

 Afectou profundamente a estrutura capitalista liberal
 Afectou a demografia
 Afectou a cultura
 Afectou a indústria
 Afectou a política
 Instabilidade na vida familiar
 Desemprego




Política – lesada na Crise – Política Liberal Democrática

Daí o triunfo mais tarde dos Partidos Fascistas

Incluindo os EUA – começaram por ser bolsista
Wall Street – 24 de Outubro 1929 – resultados dos valores da bolsa a baixar ameaçadoramente – Crash

A Crise alimenta-se a si própria
 Quebra das cotações
 Não há dinheiro para consumo
 Logo, há quebra do consumo (não há escoamento)
 Há redução da produção
Logo, há desemprego
O consumo diminui novamente, cada vez mais… (ciclo vicioso)

As pessoas recorrem aos bancos para recuperarem as poupanças, famílias no desemprego. Aqueles que não tinham emprego temiam ir para a rua com cartazes que ofereciam mão-de-obra a um dólar por semana.

Estilo de vida norte-americano: Cartaz – “Família Feliz”

Os estrangeiros e negros foram os primeiros a sofrer com a crise, e os que sofreram mais: foram desempregados mais cedo e não conseguiam arranjar trabalho com facilidade.

Com a I Guerra Mundial os EUA passaram de devedores a credores da Europa.
Credores em crise, logo os países europeus também entram na crise (com a crise os bancos americanos repatriam fundos investidos na Áustria, Alemanha, as empresas ficam descapitalizadas – sem crédito, não há bancos que emprestem – nem as pessoas podiam pagar).
Não há escoamento da Europa para a América – falência de empresas na Alemanha e Áustria.


Depressão de 1929 intimamente ligada ao fascismo na Europa.
Crise bolsista – Crise de crédito – Crise de produção
(queda do rendimento, preços, baixa produção, quebra da procura, desemprego)

Livre cambismo passa a proteccionismo, logo as exportações entram em declínio grave.


1929 – Crise Industrial?
A produção decai bruscamente, não há capacidade de escoamento e de desenvolver novas tecnologias (100% de baixa de produção para 64% em 1933); bens baixam com a quebra drástica dos preços: bens alimentares (-55%); matéria-prima (60%); desemprego (30 milhões).

Surgiram bairros em várias cidades americanos.



Aula 5 17/10/06


Nos anos 20, o recurso ao crédito fez a sua quota-parte no consumismo norte-americano.
Os títulos e as acções da bolsa sobem, por detrás delas está a esperança dos Americanos em ter lucros fáceis: recorrer ao crédito para apostar na bolsa.

No entanto, as cotações sobem mais que o valor real das empresas – especulação.

Em 1929 houve um reajustamento das cotações. Ou seja, os Americanos compravam “gato por lebre” e descobrem que as suas acções valiosíssimas, na verdade, valem metade do que supunham e compraram.

A Era da Prosperidade é exemplo claro da expansão do capitalismo liberal.

 Massificação dos produtos através do trabalho em cadeia.

O agricultor americano recorre ao crédito para modernizar a sua quinta, mas a oferta era maior que a procura. Logo, como tinha dado a quinta como garantia, vê os seus bens penhorados.

Os mais avisados continuam a vender as suas acções mais duvidosas. Os pequenos accionistas fazem o mesmo. Logo, as acções caem drasticamente.
Começou a eclodir a crise.

A crise de 1929, abalou profundamente o capitalismo liberal. Afectou também as democracias, que uns anos mais tarde leva ao fascismo.

A 24 de Outubro de 1929, eclode a crise bolsista de Wall Street (5ª feira negra). Dá-se o “Crash” da bolsa que durou 22 longos dias.

Tal crise alastrou-se a todos os sectores e mais tarde em países bem longínquos.
Começa em crise bolsista, passa a económica…

Com a crise, os bancos Americanos exigem o repatriamento dos dólares investidos na Europa. Como a Europa também não possui esse capital, também ela entra em crise.


A crise passa a ser generalizada do ponto de vista geográfico e
sectorial


Industrial
Comercial (preços baixam)
Laboral (mais desempregados)
Bancária (muitos faliram):
 Em 1926, 642 empresas faliram nos EUA
 Em 1930, 1345 empresas …
 Em 1931, 2298 empresas…


Em 1930/1931 é a altura em que a crise se expande pela Europa. A França é atingida mais tarde, mas durante mais tempo.

Os países subdesenvolvidos dependem muito da exportação de matérias-primas. No entanto, com a crise também o nº de exportação diminui.
A crise afecta profundamente os EUA, a Europa industrializada e as colónias que dependiam da exportação de matérias-primas aos países industrializados.


Planificação económica: conjunto de medidas assumidas pelo governo com intuito de atingir um conjunto de objectivos, num determinado período de tempo.

Na URSS, acaba a NEP, que é substituída pela planificação económica. Estaline tenta e acredita que a colectividade é o futuro.

A planificação económica (conjunto de medidas assumidas pelo governo) varia de acordo com o regime económico.

A crise não atinge a URSS.
O marxismo defendia que o capitalismo era um sistema injusto que criuaria uma crise que o auto-destruiria .
Apelavam à revolução. (socialistas)

Na política anti-crise liberal, não há uma intervenção do Estado. As leis do mercado falam livremente.

Social – democrata, reformistas, como supera a Crise?
Criam um conjunto de reformas no sistema para facultar melhor distribuição dos rendimentos e caminhar rumo a uma certa socialização económica.
E os que não se reviam no socialismo e comunismo?
Só um líder forte suportaria tudo isto …

Será que a Crise de 1929 foi uma surpresa?
Sim, foi uma surpresa.
O presidente dos EUA (1928) Collich – cultivava o isolamento e afirmava que a pobreza iria ser irradiada dos EUA.
Mas em Dezembro de 1928 – ultimo discurso ao Congresso EUA – “reinava a tranquilidade, record prosperidade – satisfação, paz…”
Mesmo após a crise a administração não acreditava na crise (31º Presidente dos EUA) – Hover: Acusado da crise e foi só após a crise que foi eleito.


O que fez?
apoiar o consumo (porque a crise estava para breves momentos)


Durante a Guerra:
 A inflação vai limitar o consumo. Influencia a 2ª Revolução Industrial e desnivela a oferta/procura.
 A especulação bolsista ocultou durante algum tempo uma super-acumulação de capitais mal distribuídos. Vegetava-se mercados.

Políticas liberais, anti-crise ou deflacionistas: na tentativa de recuperar, mas que só agudizam tudo


Pensamento liberal: Qual o papel do estado? – pouco!
O estado não intervinha – acreditava-se que tal actividade económica recuperasse mais cedo ou mais tarde.


Preços descem, salários descem, consumo desce – Políticas Liberais

Tudo ajuda a que mais cedo ou mais tarde recupere – os trabalhadores aceitam salários mais baixos para reduzir o custo.

Mas estas medidas só fazem a “capacidade” cair cada vez mais, tanto o mercado interno como o externo


Causas da crise (segundo Gaulvnier):

 Excesso de produção face à procura – aumento de 43% da produção proletário manufactureira entre 1919/1929
 Desequilibrada distribuição de rendimentos – os ricos eram muito ricos. 5% dos que tinham os mais altos rendimentos, arrecadavam 1/3 do rendimento pessoal global.
 Deficiente estrutura de empresas bancárias – muitas empresas independentes mais fracas, com fraca capacidade de resposta tendem a desaparecer e a enfraquecer as empresas mais fortes.
 Situação duvidosa da balança externa – na medida em que os EUA continuavam a aumentar o excedente das exportações sobre as importações. Aumento das medidas proteccionistas que afecta o comércio internacional.
 Triste estado da compreensão económica – durante muito tempo usaram a política flaccionista (a crise era superada por si só, interessava era manter a liberdade – capitalismo liberal)

Qual a natureza da Crise?
O que Hover fez? “comprem” – mas com o quê?
Houve países que o fizeram. Os governos não sabiam como lidar com a crise.
Tomaram-se políticas liberais anti-crise ou deflacionista: acreditava-se que só por si a economia tem mecanismos que recuperam da crise, sem pôr em causa o liberalismo. O Estado não devia intervir, pois isso punha em causa o liberalismo

Prejudicaram as liberdades – cortariam nas obras, nos serviços


Teoria Keynesiana (economista inglês): cabe ao estado: incrementar o emprego – obras públicas (consumo aumentou); subsídios de desemprego; fixar salários mínimos (para sobreviver, não excrepâncias dos salários)
Desvalorização da moeda (para aumentar as exportações)  Aumentar o défice público para melhorar a economia.


Política anti-crise liberal
Politica anti-crise keynesiana Resposta à Crise
Politica anti-crise fascista


Anti-Crise Fascista
 Figura política forte
 Estado acima de tudo
 Obras públicas
 Baixa dos salários para aumentar os lucros das empresas
 Rearmamento activo (com Hitler o desemprego é 0%)


Para isso é necessário matéria-prima, o que se fez?
Expansão, criar um império e também para pôr em acção a máquina de guerra até então construída: pseudo – solução (falsa e levou à 2ª Guerra Mundial)

Crise de 1929 – Interacção do Estado/raízes do (mais tarde) estado providencia: revolução liberal; económico ortodoxo/na vida económica.


Aula 6 24/10/06

Os grandes paradigmas: Italiano/Alemão

Por extensão, fascismo é aplicado aos governos de extrema-direita e aos regimes autoritários.

O caso português – um regime autoritário com características fascistas: Estado Novo.


Porque é que a Europa se sentiu tentada pelos Estados autoritários?

 Fascismo (Itália)
 Nazismo (Alemanha) – o fascismo levado às últimas consequência

Os vários tipos de regime autoritários que são considerados extremos (Fascismo VS Estalinismo por vezes tocam-se)

A Crise de 1929 ajudou a instaurar/consolidar os totalitarismos fascistas.
A evolução Italiana e a evolução alemã são diferentes.


A I Guerra Mundial – inflação galopante (descontentamento)

Reduz o poder de compra – dificulta a vida dos agregados familiares

Marginalidade (cresce cada vez mais)

Era da prosperidade: stand by da ascensão dos regimes totalitários

As feridas que ficaram abertas e foram ilusoriamente escondidas pela prosperidade voltam a agir com a Crise 29 – nova onde de marginalidade – crime dos regimes fascistas.

 30 milhões desempregados mundial

Três grandes políticas para tentar combaterem a crise:
1. Liberal- deflacionista
(ex: Alemanha) crise alimenta-se a si mesma (o Estado não interessa)

2. 32/33 – sobretudo nas democracias politicas inflacionistas – Estado intervém na economia

3. Políticas fascistas
Pseudo-solução: rearmamento, expansionismo: 2ª G.M


Os fascismos vêm-se opor ao comunismo.


Fascismo Italiano:

Benedito Mussolini:

1919 – Movimento “fasci”

1921 – partido nacional fascista – tem o apoio de milícias, grupos motorizados e armados que espalham violência e o terror e perseguem os apoiantes de esquerda.

Culto de força e violência ajuda Mussolini a chegar ao poder.


Pós-guerra:

sumário historia - 1ªParte

Aula 1 19/09/06

Séc. XX: de 1914 aos nossos dias

Temas:

1) I Guerra Mundial – 1914
– emancipação social e política das mulheres

2) Junções Russas e União Soviética – revoluções russas 1917

3) Crise de 1929 – características e importância

4) Fascismos – cada país que o abraçou acabou por lhe dar um motivo diferente,
 Italiano – Mussolini
 Alemão – Hitler/Nazismo
 Português – Estado Novo/Salazar

5) II Guerra Mundial – 1937/1945
O peso de uma Guerra Mundial
Cinco vezes mais vitimas que na I Guerra Mundial


A EUROPA AUTO DESTRÓI-SE

6) Guerra-Fria

7) Descolonização
Terceiro Mundo mais problemas

8) Despertar da Ásia

9) Islão e mundo Árabe

10) Etapas da construção europeia

11) Desmoronamento do bloco soviético


Aula 2 26/09/06

I GUERRA MUNDIAL
OU
A GRANDE GUERRA
(1914-1918)

 Repercussões profundas na estrutura do séc. XX

O que quer dizer Guerra Mundial?

Guerra travada em solo europeu, mas não só; com o tempo viu-se a multiplicação dos actores da guerra a uma escala mundial.

A Guerra dos 30 anos (1914-1945) do séc. XX: o tempo que vai desde a I Guerra Mundial até à II Guerra Mundial (é quase como se as duas grandes guerras fossem dois “assaltos”).

Consequências: declínio da Europa Ocidental


Guerra Total VS Guerra Mundial

Guerra com várias frentes
(económicas, políticas, técnicas, sociais)


Para uma Guerra Mundial é necessário que o país tenha uma boa estrutura económica que possa aguentar os anos de crise, ou seja, os principais actores da I Guerra Mundial eram os países mais industrializados (Alemanha, Itália, Inglaterra, França)

1913 – Europa Ocidental tem hegemonia mundial
Contudo, o país com a melhor produção industrial do mundo são os EUA.
Mas em 1913, são devedores à Europa.
No final da I Guerra Mundial, os EUA, tornaram-se credores;
Metade do stock mundial de ouro está na mão dos EUA.

Em que se traduz esta hegemonia europeia?
Impérios coloniais (o maior: britânico e também o francês)

Conferência de Berlim

Quando começou a hegemonia europeia?

Historiador do séc. XX: Fernand Brandel – foi com o arranque da Industrialização (séc. XVIII)
 capitalismo  comércio

 A conquista do “mar alto” nos sécs. XV e XVI foi o pontapé inicial para a Europa se tornar na principal hegemonia, que aumentou com a Revolução Industrial no séc. XIX.


O que é um Império?

Características:
 Grande extensão territorial/oceânica
 Plurinacionais (várias culturas  nações)
 Existe um desenvolvimento tecnológico
 (entre outros)

As vésperas da I Guerra Mundial:
Europa dividida:

Tríplice Aliança VS Tríplice Entente Colonial


Alemanha França
Império Austro-Húngaro Inglaterra
Itália Rússia

Corrida ao Armamento
2ª Revolução Industrial – inovação tecnológica que viria a ser usada na Guerra


PAZ ARMADA

Uma Europa de antagonismos


Alemanha rival directa da Inglaterra









Com todo este clima de tensões, qualquer pequeno incidente podia colocar as duas alianças europeias em Guerra:

1914 (28 Junho) – Assassinato do príncipe herdeiro, Francisco Fernando, do Império Austro-Húngaro por um nacionalista sérvio em Saragoça.

 Explode a Guerra
 Autodestruição europeia

A Tríplice Aliança também é conotada por autocráticos, sendo mais tarde Impérios Centrais.
A Tríplice Entente-Colonial transforma-se mais tarde em Aliados.

Portugal entra na Guerra a 1916, ao lado dos Aliados.

Plano Schlieffem: a Alemanha não podia estar em Guerra em duas frentes diferentes para poder concentrar todas as suas forças na frente mais importante. (1ª fase da Guerra)





1ª Fase da Guerra: Guerra de Movimento (1914)

Alemanha lança ofensiva à França, mas são travados na Batalha de Marne, após se terem movimentado bastante.


2ª Fase da Guerra: Guerra das Trincheiras (1915-1917)
ou Guerra de Posições

 Depois de uma Guerra de Movimentos passou-se a uma Guerra mais estática devido a um certo equilíbrio de forças que se deu e às estratégias;
 Trincheiras: vala rasgada no solo para abrigar os soldados e no exterior armados com arame farpado
 Com a Guerra das Trincheiras surgiram 3 grandes frentes:
 Ocidental
 Balcânica
 Oriental



Ar

I Guerra Mundial Mar
Terra


O que os Estados Maiores vão reivindicar?
(como se pode romper a frente inimiga?)
é necessário uma superioridade grande a nível de fogo  reforçamento da corrida ao armamento e à inovação tecnológica

Recorre-se a uma nova arma, Gás Tóxico, por vezes chegava a ser mais perigoso para o próprio exército do que para o inimigo.
 Impacto Negativo  acordos para não se utilizarem este gás.


1917 – Outro actor que se insere na Guerra: EUA
Dois grandes acontecimentos com fortes influências no desenvolvimento da Guerra – revoluções russas (Lenine)
Rússia retira-se do campo de batalha.
Março 1918 – pequena paz com retirada da Rússia de Bolchevique


3ª Fase da Guerra: Guerra das Grandes Ofensivas (1918) - (Alemanha VS Aliados)

Alemanha, contra os franceses e os aliados antes de se registarem as consequências directas da entrada dos exércitos americanos na guerra


País muito longe – leva muito tempo a atravessar o Atlântico, a preparar e reunir tudo para ingressar numa Grande Guerra

11 Novembro de 1918 – Fim da I Guerra Mundial, com a Alemanha a render-se

Portugal participou na Guerra – Porquê?
 Velha aliança com a Inglaterra – Governo Inglês pede para o Governo Português capturar os navios inimigos.
 Outros interesses/motivos
Económicos: (Império Colonial) vida económica portuguesa depende do comércio – colónias  Portugal quer manter a integridade do seu Império Colonial e a sua própria dependência politica
 Em nome dos ideais democráticos próprios de uma República, adere à Guerra para combater os governos autocráticos.


Balanço da I Guerra Mundial

 Europa perde hegemonia
 Europa perde mercados
 Europa perde tudo: completamente destruída
não há caminhos-de-ferro, pontes, estradas, condições para agricultura, etc.
 E.U.A auxiliam a Europa em todos os sectores, o que proporciona o próprio desenvolvimento dos E.U.A.


Grande potência Económica e País – símbolo do capitalismo económico
(só em 1947 se assumem como potência politica)


A I Guerra Mundial, a Crise de 1929, e a II Guerra Mundial ajudam a criar o “Estado de Providência”.


Com a I Guerra Mundial surge um novo mapa político:

o Monarquias europeias diminuem (as famílias aristocráticas perdem os poderes que tinham: Império Austro-Húngaro, Alemanha, Rússia, etc.)
o Consequentemente: desmembramento de certos Impérios  aparecimento de novos países independentes
o Repúblicas aumentam

Mapa político transforma-se profundamente – novas fronteiras

o Consequências demográficas:
 Fala-se em cerca de 10 milhões de mortes
 Inúmeros inválidos físicos e psiquiátricos – número impossível de calcular
o 10% da população activa europeia desaparece
o Baixa natalidade – os homens na Guerra e dificuldades financeiras não ajudam os casais
o Surge uma nova figura social – ex-combatente, que vai ter inúmeras dificuldades na reintegração social – começa-se a questionar se tudo valeu a pena  reivindicam um tratamento especial pelo Estado

Passa a ter um papel mais importante na vida económica e social – intervenção (ainda que limitada)

o Do ponto de vista social: uma nova visão social – emancipação feminina
As mulheres substituem (bem) os papeis que eram dos homens  caminhada para a igualdade jurídica

Anos 20: emancipação gradual da mulher com a melhoria da imagem feminina durante a I Guerra Mundial

o Relações internacionais:
1919-1946 – SDN (Sociedade Das Nações) – procuram zelar pela paz mundial – condenada ao fracasso, pois os EUA não a integram


1919 – Tratado de Versailles (em parte, o grande responsável pela II Guerra Mundial)
França: desarmamento e desmilitarização da Alemanha;
Alemanha perde colónias;
Alemanha tem de pagar as multas de Guerra;
tudo isto,
Veio alimentar ainda mais os antagonismos entre a França e a Alemanha

Inglaterra preocupa-se com um novo rival – o comunismo da URSS – temor que o comunismo se possa propagar;
Itália quer hegemonia do Mediterrâneo;

A CEE é uma tentativa de apaziguar a Europa e juntar a Alemanha e a França.

Rússia quer ocupar o antigo lugar alemão;


Antagonismo França – Alemanha
é o responsável pela I Guerra Mundial e pela II Guerra Mundial

O que fazer para solucionar este antagonismo?
Tentar a reconciliação, para tentar apaziguar a Europa absolutamente destruída e saturada desse mesmo antagonismo.





Aula 3 3/10/06

Consequências da I Guerra Mundial:

Tratado de Versailles – Alemanha sente-se humilhada  espírito de vingança

Os políticos vão exaltar o nacionalismo ao máximo/exagero

Espírito democrático veio vencer a I Guerra Mundial com a multiplicação de repúblicas – se bem que estas mais tarde vinham a dar lugar a governos autoritários – como o fascismo em Itália.

Fim da I Guerra Mundial – tensões sociais em vários países

implantação de estados autoritários

Caminho para a II Guerra Mundial


A ordem que se estabelece na Europa após a I Guerra Mundial foi efémera.

Uma das principais consequências da I Guerra Mundial é o facto de a Europa perder a sua supremacia.

Entre 1914-1949 vive-se um nacionalismo absolutamente exagerado que vem ajudar à auto-destruição da Europa.

Progressiva igualdade jurídica da mulher, que vem depois nos anos 20 ajudar à grande emancipação feminina.

EUA – de devedores passam a credores da Europa.


Os espaços que sofreram mais com a Guerra:
o França – Nordeste
o Itália – Norte
o Rússia europeia – área profundamente devastada com a Guerra
o Alemanha (pouco)


Áreas devastadas:
 Pontes
 Estradas
 Caminhos-de-ferro
 Fábricas


A I Guerra Mundial foi um “presente” para as revoluções.

(As Revoluções Russas – 1917)

Os preços aumentaram – problemas de inflação de capacidade de consumo.

Doenças
A população está fragilizada, a sua resistência é fraca. Estão mal nutridas.
1918 – um milhão de indivíduos mortos com a gripe espanhola

Militar
Mecanização
Armamento
Aviação (um “laboratório”)
Grandes submarinos

Revolução Russa (1917)


Fevereiro – Março (port)

Revolução Outubro – Novembro (port)


A Rússia no inicio do séc. XX: governada pelos czares é um império (22 milhões km2).

Europa +- 10milhões km2

A população da Rússia – 160/170 milhões de habitantes

1904/1905  Guerra Rússia
Japão – sai vencedor

A industrialização da Rússia: +- 1890 (séc.XIX) e mais na Rússia Ocidental (europeia)
 Fábricas gigantescas

População essencialmente rural/agrícola (80%) – população com dificuldades


Rússia – fome de terra – que possui cerca de 40 % de terra.
Nobreza privilegiada – e uma parte desta nobreza era absentista, nada interessava na modernização.
Técnicas agrícolas rudimentares.

1861 – abolição da servidão – aumento dos pobres

Camponeses ricos – kolaks – força de posição do comunismo na Rússia

Planície do Oeste da Rússia (havia modernização) – O grande produtor de cereais

Rússia
Política: Czar (Nicolau II) – autocrático
rodeado de corte – aristocráticos
- altos funcionários no inicio do séc.XX – corrupção

1905/1906 – Operários – greves – tentativa de direitos civis de igualdade

Fome – manifestações esmagadoras
Derrota na guerra com o Japão + corte corrupta + politica autocrática e autoritária

Imagem do Czar absolutamente negativa foi perdendo popularidade

Partido democrata (oposição a Czar): reformistas – querem uma ordem constitucional, um parlamento, uma democracia ocidental, que dependia dos direitos dos operários

Partido democrata – Marxismo
Bolchevique
Melchevique

Partido Socialista Revolucionário – defendiam o socialismo fundado na economia rural

Lenine – esteve muitos anos na Suiça – exilado por ser contra Czar
Regresso à Rússia. Porquê? – 1917: Revoluções Russas

1914 – Rússia envolvida na I Guerra Mundial e não teve sucesso / êxito (homens mobilizados – 15 milhões)

Os acontecimentos 1914/1917 – relacionados com a Guerra vão abrir as portas aos acontecimentos revolucionários russos.


Fevereiro 1917 Outubro 1917

Quando? (22-02/03) (24-25: 1 noite)

Onde? S.Petersburg S.Petersburg

Quem? Povo Bolcheviques

Como? Espontânea plano muito bem preparado
(motim contra a fome) o seu mentor – Lenine

Porquê? Descontentamento tomada do poder parte dos
Motim – fome bolcheviques

Resultado? Queda do Czarismo tomada do poder pelos
instauração do 1º governo Bolcheviques, queda do
provisório chefiado por: Lvov, governo provisório
Kerenski

 Bolcheviques em Fevereiro: +- 10mil
 Bolcheviques em Outubro: +- 200mil

Governo provisório – cai, porque não iam ao encontro das aspirações da população comum (povo, operário)

Procurou estar ao serviço
da aristocracia rica e
dos industrializados


Rússia – fora da guerra
Operários queriam o poder das fábricas


Lenine sobe ao poder em Outubro de 1917.

Querem ir ao encontro dos interesses do povo para o conquistar e convencer para a revolução.

Rússia retirou-se do campo de batalha, mas para isso perdeu muitos territórios do seu império

Os nacionalistas exacerbados não estão de acordo com estas medidas (caso do Estaline)


2ª Revolução – foi muito bem preparada e Lenine teve ajuda de Troski.


O seu sucesso revela a grande capacidade de organização dos Bolcheviques – uma pequena minoria resgata o poder.


2ª Revolução:

Congresso dos Soviéticos:

Poder – conselho de comissários do povo: Bolcheviques
Líder – Lenine

A Rússia sai da I Guerra Mundial, prepara-se agora para sangrentas Guerras Civis:


Russos VS Exército
Brancos Vermelho


Bolcheviques (comunismo)

NEP – Nova Política Económica (Lenine – Estaline põe-lhe termo)




Aula 4 10/10/06

Rússia:

Indústria pesada (carvão, ferro) – na zona de – Urais
- Ucrânia
Desenvolvimento económico da Rússia era mínimo às potências europeias.

 A Rússia encontra-se muito dependente do sector primário: agricultura (80%)
 Sector secundário: Indústria
 Sector terciário: Bens e serviços

A técnica e a ciência não estavam de mãos dadas com a agricultura russa.

 O povo quer pôr termo à participação da Rússia na I Guerra Mundial, acabando assim com a miséria, com a fome
 O operário, farto de trabalhar ganhava uma miséria e vivia em péssimas condições (sanitárias, vida, trabalho)

Querem direitos (os soviéticos – controlarem as indústrias).
Mas o poder provisório não saía da Guerra, vai ao encontro da nobreza, não do povo.

Lenine quer tirar a Rússia da Guerra, acabar com a miséria, fome, nacionalismo, paz.

Para isso vai ter de ceder ao poder para pôr em prática a sua política (Revolução Russa – 2ª Revolução/Outubro)

2ª Revolução Russa:
 Noite de 24-25
 Organizada com brilho
 Eram 10mil (agora 200mil)
 Apoia-se no ex-menchevique – troski
 Pontos estratégicos – com os seus guardas vermelhos (gás, centrais eléctricas, cede do governo em S.Petersburg, linhas férreas)
 Bolcheviques – sobem ao poder


Revolução resulta! Mas sendo minoria, como manter o poder?
Atrair a população que colabore com os bolcheviques, tomando medidas que vão de encontro às necessidades do povo.


1917 – Lança-se um conjunto de decretos revolucionários que aspiravam ao derrubo do capitalismo e implantação do socialismo ao comunismo (sociedade sem classes) ditadura do proletariado, sem propriedade privada.

Forma que o estado assume na transição de uma sociedade capitalista para socialista (rumo ao comunismo)

 Nacionalização económica
 Propriedade colectiva


O que acontece à grande propriedade?

Expropriada sem indemnizações, oficinas com mais de 10 trabalhadores – nacionalizados, produções agrícolas – tem que entregar ao Estado a sua produção e ficar só com o que precisa para sobreviver, quem controla as indústrias.
Quem controla as indústrias, grandes fábricas e a economia é o ESTADO.


A Rússia não paga as dívidas; saída da Guerra.
(1917 – armistício, nem todos os bolcheviques são a favor).
Março 1918 – tratado Brest – Litovsk: grandes cedências da Rússia “necessárias para pagar a salvação da Revolução Lenine”.


Minoria do povo russo – organiza-se num movimento contra-revolucionário.
Contra os bolcheviques – oficiais de guerra, nobreza descontente, burguesia (patrões) lesados pelos decretos.
 Organizam um exército russo branco, contam com o apoio de potências externas – França (extremamente lesada), Inglaterra, Japão


França/Inglaterra/Rússia – Tríplice Entente Cordial

Tentou impedir que esta revolução bolchevique
tivesse réplicas na Europa Ocidental

Russos brancos são perseguidos – polícia política, são organizadas campanhas para que os agricultores se revoltem contra os Kullacs.

Sumários de Técnicas de Redacção Jornalística

Capítulo 1:
1- O que é a escrita jornalística?É específica, não é literária nem administrativa. Ocupa-se da realidade. É lida por todas as pessoas de diferentes classes sociais.Lorenzo Gomis: géneros literários, organizam os textos literários de maneira diferente do jornalismo, construindo ficções semelhantes e criando personagens. No jornalismo não há ficção, apenas se dá a conhecer factos reais.
O jornalismo:
§ Explica o que se passa com personagens reais conhecidas
§ Escreve-se para transmitir de forma perceptual algo aos leitores e não só por gosto.
§ Não pode ser literária: não se usam palavras raras, construções rebuscadas, imagens, metáforas ou comparações artificiais (ex: Cunhal era um prato que Freitas não gostava de comer -> ERRADO)


Literatura ¹ Jornalismo Arte Técnica de Comunicação
Condição base à escrita jornalística: gramática; tem que se saber dominar a linguagem
Só se aprende a escrever, escrevendo!


Aula 2 6-10-06
Jornalismo:


Dizer de maneira simples as coisas complicadas



2- Qual o segredo da escrita jornalística?Dar o máximo de informações no mínimo de palavras, ou seja responder às perguntas “O que há de novo?”, “O que há de importante?” e “O que há de interessante?”. Toda a notícia responde a estas perguntas.

Heminguey – Segredos da escrita:
§ Frases curtas
§ Verbos indicativos
§ Sempre na voz activa
§ Linguagem simples e pela positiva

® O público em geral compreende uma palavra em cada 50.
® Os leitores de jornais conhecem em média 3 mil palavras.
® Na vida quotidiana é necessário conhecer 2200 palavras.


As regras para ser lido:

Saber para quem se escreve, ou seja, conhecer no público para quem se escreve (saber quem é o leitor tipo)
Determinar a mensagem que quero comunicar, ou seja, responder à pergunta “o que é que eu quero comunicar?”:
® Definir a mensagem
® Ordenar correctamente as frases
® Utilizar um vocabulário acessível

Fórmula: clareza da mensagem; clareza da linguagem


Reduzir a mensagem ao essencial:

Seleccionar os elementos, ou seja, pôr por ordem de importância;
Ordenar os elementos
Eliminar o dispensável

LINGUAGEM:

C® Centrada
L ® Lisível (acessível a todos os leitores)
A ® Actual
R ® Rigorosa
A ® Agarra o assunto no 1º parágrafo


Qualidades da linguagem:

Compreensibilidade
® Clareza na gramática
® Usar expressões usuais (ex: em vez de Exórdio, usar Início, Princípio)
® Usar expressões mais curtas e concisas
Regra de Ouro: nunca usar palavras que não se compreendam perfeitamente




Simplicidade
® Não usar neologismos nem estrangeirismos (ex: dumping – venda de bens ao preço inferior do mercado). No caso de ser necessário usar palavras estrangeiras, explica-se o significado.
® Não usar calões

Concisão
® Escrever curto, ou seja, ir direito ao assunto;
® Transmitir uma ideia ou informação por frase;
® Os textos não devem ultrapassar os 2800 caracteres num jornal diário

Propriedade
® Qualquer peça jornalística tem de ser fiel aos factos que relatam. É preciso haver propriedade na linguagem.
® Sem propriedade na linguagem não há fidelidade que resista.
® Escolher sempre a palavra mais rigorosa e exacta
® Acordo das palavras com o pensamento, com o assunto, com as circunstâncias e com as pessoas a quem se fala.

a. Ter cuidado com os registos linguísticos:
o Nível oral-prático
o Nível oral-exigente (palestra)
o Nível escrito-prático (graffits)
o Nível escrito-exigente (poesia)

b. Verbos “discendi” (verbos de dizer):ex: “Nós pagamos!” afirmou o… garantiu o… verbos “discendi” sugeriu o ….

c. Ter cuidado com as ambiguidades ex: “O presidente reuniu-se com o 1º ministro na residência oficial” Mas, qual residência oficial?

d. Usar expressões de estética e bom gostoex: dizer “fazer amor” em vez de “fornicar”

e. Ter cuidado com a troca de palavras (organização de frases)

f. Escrever com palavras naturais
Objectivos:Nas notícias e nos textos informativos, não usar adjectivos qualificativos


Aula 3 13/10/06

Expressividade: a correspondência entre cada palavra e aquilo que se quer expressar:
§ Narração
§ Descrição
Livro de Estilo: conjunto de regras que os jornalistas têm de ajustar conforme cada jornal. Regras por que se regem.

Of the Record: não publicar determinadas notícias ou informação sem o prévio aviso ou autorização da pessoa que foi entrevistada.


Normas práticas:
§ Nunca se usam adjectivos
§ Nunca tratar o entrevistado por tu
§ Usar “Dr./Dr.ª” para médicos, enfermeiros, farmacêuticos e advogados.
§ Nunca separar por vírgula sujeito e predicado


Aula 4 27/10/06


REPORTAGEM

Género jornalístico:

informativos – noticia
interpretativos – são também géneros informativos (interpretar significa explicar, com pormenores)
de opinião
Notícia – matéria-prima do jornal

“Back-grount” – antecedentes para o leitor perceber o que aconteceu: contextualização da notícia

O género interpretativo foi criado em 1922 pela revista Time.
(A revista Visão tem o exclusivo português da americana Time – tradução de artigos)

A reportagem é um pedaço de vida – o jornalista testemunha a realidade


Essência de reportagem:

O leitor faz ver, ouvir, sentir, experimentar como se o leitor lá estivesse.


Þ É como a montagem de um filme, pegamos em todos os elementos que temos e organizamos
Þ Pode eventualmente ter uma certa subjectividade, um estilo próprio do repórter
Þ RIGOR – conceito-chave – no que se diz e na transmissão dos diálogos


Regra Importante: Parte-se sempre do particular (um caso concreto) para o geral e nunca o contrário (isto só nos textos de opinião)

Vários tipos de Reportagem:

Reportagem Quente (ex: greve surpresa)

Reportagem Morna (ex: acontecimento que foi noticia sem ter de voltar ao tema ou um acontecimento que perdura – caso do Iraque)

Reportagem Fria (os acontecimentos de agenda que já estão previstos)

Reportagem de Revista (lançamento de livros e discos)

Reportagem Intemporal (trata-se de assuntos que são importantes – ex: sobre um hospital, o racismo, a droga, a sida…)

Reportagem de Sequência (ex: uma barragem rebenta – 6 meses depois vamos ver como estão as coisas)

Reportagem Relocalizada (pegar num tema nacional e ver como está a nível regional)

Técnica para fazer reportagem:

Escolher o tema (se é susceptível e se tem os ingredientes necessários para ser reportagem)

Fazer um plano/guião (escolher um ângulo – a perspectiva sob a qual foi tratar tema)

Compilar dados (ver as informações disponíveis e divulgadas – documentos, dossiers…)Não se deve ficar com a cabeça cheia de textos, pois isto bloqueia a criatividade.
Antes da reportagem:
Þ Ter sempre bloco de apontamentos
Þ Ter sempre esferográfica seca
Þ Ter sempre um gravador
Þ Nunca esquecer de material de apoio informativo – mapas, etc
Þ Levar sempre as perguntas estudadas e de preferência memorizadas

Trabalho de campo:
Þ Observar tudo – reportagem é observação
Þ Saber contactar com as pessoas para as contactar
Þ Olhar e sentir – partilhar com o leitor os sentimentos experimentados
Þ Podemos sempre ter de mudar
Þ Tempo de mudar o ângulo consoante o tipo de informações que encontramos
Þ Encontrar as pessoas com quem realmente é necessário falar


Redacção da Reportagem:
1) Antes de começar a escrever verificar se compreendemos toda a história.
2) Ver se as fontes consultadas são credíveis e se as podemos citar
3) Verificar se as fontes recolhidas foram confirmadas – podem ser falsas
4) Verificar se o texto não é susceptível de dar origem a uma acção judicial

Etapas a percorrer:
1) Não nos devemos precipitar para o bloco de notas – começar a lançar ideias ao acaso sobre o tema + imagem que nos impressionou + citações importantes. Seleccionar tudo aquilo que é importante.
2) Fazer o plano da reportagem: ver as notas que temo, sublinhar o mais importante.
3) Saber fazer o plano da redacção.
3.1) O plano tem que ser sempre flexível de modo a puderv ser modificado ao longo da redacção
3.2) Evitar a “lógica académica” de introdução/desenvolvimento/conclusão: usar o fio condutor das ideias e escolher a ideia dominante


A impressão dominante é que é fio condutor: aquilo que nos chocou

Þ A Reportagem não é uma narrativa científica, mas sim uma reconstrução do que se viu, sentiu…

Þ Objectivo – fazer a sinopse, restituir o acontecimento na sua contextualização

Citações
Personagens
Seleccionar Cores
Sons
Cheiros
Cenários


“LEAD” = entrada Þ o primeiro parágrafo do texto

§ Em jornalismo não há introdução
§ Uma boa reportagem joga-se com o lead: elementos fortes, a imagem mais viva, a personagem-chave/principal
§ Como num filme – o início é sempre um grande plano, um plano aproximado
§ Uma citação forte, chocante, como um “murro no estômago”
§ Último parágrafo – também é importante, pois é o que fica na memória do leitor – Nota: nada de fazer conclusões nem dar lições de moral – o leitor é que deve tirar as suas próprias conclusões
§ A reportagem deve terminar de forma natural, nunca forçar o seu fim artificialmente


Corpo da Reportagem:

A partir do 2º parágrafo, o leitor deve saber para onde vai.
Como reactivar/captar a atenção? Com citações (não demasiadas longas) e diálogos.


No fim: Revisão completa do texto dando a ler a outra pessoa; verificar a ortografia, sintaxe.
§ Titulo – deve informar sobre o essencial do texto (lança a reportagem/cativa)
§ Super-lead/inter-títulos – deve ser escrito no fim da reportagem
§ Fotografias boas – informativas e ilustrativas do assunto


Uma má foto pode estragar uma reportagem
Legenda: não repetir o que está no texto – é mais um elemento novo que acrescentamos ao texto e pode ser por exemplo uma citação

Gravador + Bloco de Notas


Ir marcando economia no tempo
os tempos de transcrição


Estrutura da reportagem



Lançamento – “Lead”


Desenvolvimento – corpo da reportagem, descrição, narração, diálogo… testemunhos


Final


ENTREVISTA(Género autónomo)

Três modalidades de entrevista:
Entrevista de Personalidade(+/- de opinião – do entrevistado)
Entrevista Retrato(o retrato da pessoa entrevistada)
Entrevista Expresso(2-3 perguntas sobre o tema)


Preparação Entrevista
1. Escolher o assunto
2. Formatação das Perguntas Necessárias (média 10 (máximo) surgem sempre novas)


Dez regras para uma boa entrevista:

1. Se possível memorizar perguntas
2. Evitar perguntas muito técnicas
3. Fazer perguntas abertas
4. Apertar ângulo = perguntas concretas
5. Não fazer 4 perguntas numa só
6. Não hesitar, reformular pergunta se o entrevistado não percebeu ou respondeu ao lado
7. Fazer perguntas curtas
8. Não fazer perguntas ingénuas ou sem interesse
9. não esquecer perguntas pessoais sobre hobbies – humanização da entrevista
10. Se o entrevistado não responde adoptar uma atitude directiva

Como se conduz a entrevista para ter êxito?
Criar condições para a colaboração do entrevistado
§ Durante a entrevista não nos sentarmos antes do entrevistado
§ Não acender cigarro se não houver cinzeiros e pedir licença
Pergunta: obter respostasComeçar por perguntas gerais apertando depois para os aspectos concretos
Não há entrevistas sem tomar notas (discretamente ® palavras – memória) – no fim da entrevista escrever tudo imediatamente

Últimos 5 minutos são fundamentais
§ Não devemos ceder ao desejo de mostrar a entrevista antes da publicação
§ Ficar com os contactos dos entrevistados para depois confirmar dados


Redacção da entrevista: Fidelidade de transição da oralidade


Aula 5 03/11/06


Redigir a Entrevista:

Fidelidade na transposição da linguagem falada para a escrita (ser fiel ao pensamento do entrevistado)
Suprimir os defeitos da gramática, sintaxe, e da fonética. Construir as frases correctamente.
sempre do mais importante para o acessório e não necessariamente pela ordem das perguntas – técnica da pirâmide invertida
Fazer um pequeno perfil do entrevistado e razões da entrevista
§ Existência de uma super-lead (dizer o essencial da entrrevista);
§ Pôr sempre uma foto do entrevistado;

® A entrevista é uma declaração do entrevistado – o título deve ser uma frase do entrevistado
Questão gráfica:
Pergunta/Resposta
§Na primeira pergunta devemos indicar nome do jornal e nome do entrevistado. Contudo, nas seguintes basta colocar as iniciais ou
Þ Perguntas a negrito.
§ Entertítulos entre pergunta/resposta


Como construir um texto jornalístico
Técnicas de Construção

1) Seleccionar e hierarquizar as informações obtidas.
a) Como?
a. Em função da actualidade (excepto “informação congelada”)
b. Em função do interesse do leitor
c. Em função da linha editorial

Estatuto Editorial – lei obriga: objectivo do jornal, normas que o regem, o que pretende e a forma como o escreve. O director do jornal zela pelo respeito às normas. O Editorial é a posição oficial do jornal em relação a um determinado tema e é escrito pelo director ou pelo jornalista encarregue pelo director. Livro de Estilo

b) Parte-se do mais importante para o menos - nunca se vai do geral para o particular, mas sim ao contrário.
c) Evitar o nariz de cera: palha – vai-se directo ao que importa/assunto
d) Notícias: não se inscrevem introduções.
e) Em qualquer elaboração da notícia é dizer-se o que se tem a dizer e nada mais.

2) Escolha do ângulo
Em qualquer peça jornalística escolhe-se sempre um ângulo que serve de fio condutor.

O que é?
A maneira como o assunto vai ser abordado
Þ A técnica do ângulo personaliza o trabalho do jornalista.
§ Como escolher o ângulo?
O ângulo determina-se em função da curiosidade de cada um:
(a) Qual é a minha prioridade?
(b) Qual é a impressão dominante?
Mas é uma escolha feita sempre em função do interesse do leitor

Þ O ângulo varia se a noticia for do mundo da política ou do espectáculo, isto é, o ângulo varia conforme o tema.
Þ Vai ser o fim condutor de toda a narrativa jornalística – é preciso seleccionar o melhor daquilo que o ângulo consegue apanhar
Þ Se as informações que temos não se inserem no ângulo pretendido deitam-se fora

3) Plano
Fazer um plano do trabalho que vamos realizar.
Todo o texto informativo tem um plano narrativo:
a) Plano cronológico
b) Plano da Pirâmide invertida
c) Plano da ampulheta

Plano Cronológico:
Aqui a notícia é redigida seguindo hora-a-hora o que acontecem

Caixa Jornalística
Depois de fazer texto e se ainda temos informações interessantes, fazemos uma caixa com as mesmas: pôr em destaque um só elemento do texto (+/- 900 cada)
Caixa jornalística
(não se inclui no superlead e trata apenas de um tema)

Depois de fazer texto e se ainda temos informações interessantes fazemos uma caixa com as mesmas: pôr em destaque um só elemento do texto (+/- 900 caracteres e não deve ter mais). É complementar ao texto jornalístico.


Cacha(“Scoop”)

É uma notícia exclusiva que só o jornalista conseguiu (um furo jornalístico em 1ª mão)















Sistema flashback – que vem de literatura clássica: explica-se o último e mais recente acontecimento e depois desenvolve-se o resto da matéria. Usa-se muito em notícias de morte de personalidades importantes.

Plano da Pirâmide Invertida

clímax (lead) – dados principais
sub-lead – quando necessário

dados explicativos e complementares

dados secundários 1)


Pormenores 2)
1) (corpo da notícia) : Antecedentes, Consequências e Declarações das pessoas implicadas.

2) Background (contextualização)


Plano da Ampulheta – é uma variante da Pirâmide Invertida: para dar mais suspense/interesse à noticia guarda-se elementos importantes para o fim.

Plano de Citações (comum a todos os planos):
Þ Dizer o nome de que falaEx: conferências – seleccionar as frases que tiveram mais impacto – começar sempre pelo mais importante
Þ Citar frases (discurso directo) com o discurso indirecto
Þ Ter sempre em conta os verbos discendi para evitar repetição de “dizer”


4) LEAD

Þ Entradaparte fundamental da notíciaporta pelo qual o leitor passa ou não passa para leitura da noticia
Þ Primeiro parágrafo (só existe Lead nos textos informativos)


Sub-lead – parte-se a frase, é uma ligação do lead (quando este é muito longo)

Superlead – resumo da noticia de uma ou duas frases logo a seguir ao titulo. Quer o titulo quer o superlead vêm sempre do lead – se este estiver bem feito tem-se um bom título/superlead

LEAD – 5 W’s:

§ Who – Quem
§ What – O quê
§ When – Quando
§ Where – Onde
§ Why – Porquê
(How – Como) – o modo e as circunstâncias do acontecimento

Quando e Onde vão quase sempre na mesma frase.


Normas do Lead:
1) Deve obedecer a 3 requisitos:
1.1 dizer algo de novo
1.2 brevemente
1.3 clareza (dizer claramente o essencial e numas frases curtas)

2) Funções do Lead:
2.1 facilita leitura do jornal: agarra o leitor para ler o texto e determina sempre a construção do texto
2.2 chave-informativa para a leitura integral da notícia
Extensão do Lead: não mais de 250 caracteres


Normas práticas para redacção do Lead:
1. Deve ser breve: parágrafos longos cansam o leitor
2. Deve ser claro, preciso e concreto
3. Nunca deve começar por uma negativa, nem de frases dubitativas, interrogativas ou condicionais, pois isto baralha o leitor
4. Evitar os gerúndios ao máximo
5. Nunca começar com conjunções nem com expressões “como se sabe”…
6. Deve ser dinâmico
7. Numa entrevista, o lead pode ser uma citação, na reportagem é uma imagem forte, na crónica ou texto de opinião não existe.


“Um bom lead nasce de uma boa recolha de informações”
Livro Estilo do “El Mundo”


Como se redige uma notícia?

Notícia = matéria-prima de um jornal


O que é uma notícia?
É um texto de determinado tipo; que se difunde através dos meios de comunicação; que narra ou expõe factos ou ditos novos ou de actualidade que presumidamente pode interessar os leitores


Critérios para saber quando há notícia:

Carl Warrer: publicou livro sobre géneros jornalísticos e definiu 10 critérios para ser notícia:
1) Actualidade
2) Proximidade (Espaço Geográfico)
3) Consequência (repercussões futuras do facto)
4) Relevância Pessoal (importância do protagonista)
5) Suspense
6) Rareza (insólito: homem morde cão)
7) Conflito (desavenças entre pessoas importantes, eminência de escândalos)
8) Sexo (sensacionalismo + revistas cor-de-rosa)
9) Emoção
10) Progresso


Estrutura da Noticia:

3 elementos:
1. Título
2. Lead
3. Corpo da Notícia
Título:
Função – 1º do título – transmitir a mensagem essencial da notícia.
§ Corresponde ao “quê?” e “quem?” do lead
§ Textos opinião – sintéticos, curtos/expositivos, breves
§ Reportagem – criativos e anunciativos (não informam
§ Entrevista – frase do entrevistado


Ponto a não esquecer:

JORNALISMO:
1. Resumir
2. Seleccionar
3. Hierarquizar

§ Máximo 16 palavras para um titulo: o tamanho ideal são 6/7 palavras

Técnica da notícia: agarrar sempre o mais importante nem que seja o que aconteceu no fim

Corpo da notícia: explica os dados complementares e secundários. Normalmente, são vários parágrafos e deve conter os seguintes elementos:
1. dados que explicam/ampliam o lead
2. explicação de dados que ajudam a situar a notícia num determinado facto (contextualização da notícia)
3. caixa jornalística – deve ter 1000 caracteres e título, lead, corpo da notícia



Aula 6 10/11/06


Modalidades da notícia:

1. Notícia Breve – molécula da informação, ou seja, é uma informação bruta/seca, dada com o mínimo de palavras, só com o essencial, responde ao: Quem? Quê? Onde? Quando?
2. Notícia de Montagem – partes de comunicação encadeadas, feitas a partir de várias informações. A montagem é feita a partir da contextualização, do background.
3. Notícia de Síntese – sintetizar um acontecimento com base em consulta de jornais.
4. Notícia de Reportagem – notícias mais extensas que o normal e por vezes assemelha-se a uma reportagem, pela sua apresentação e pela escolha do ângulo.
5. Notícia de Agência – o primeiro parágrafo dá o essencial, dando resposta aos 5 pontos do “Lead”: O quê? Quando? Onde? Quem? Porquê?

Lei da Proximidade – qualquer texto jornalístico deve obedecer à lei da proximidade. Condiciona qualquer seja o ângulo de abordagem.



GEOGRAFIA

O meu País
A minha região
O meu bairro
A minha ruaT Ideologia S
E Outro tempo Política O
M Ontem Religião C
P Hoje EU Classe-social I
O Amanhã Profissão A
R Família L
A
L
PSICO-AFECTIVA

Saúde
Segurança
Amor
Sexo
Acaso
Destino


As notícias são todas em face da proximidade, quanto mais próxima for, mais importante se dá.

Onde se vai buscar a informação para a notícia? Às fontes
Pesquisar as fontes. As fontes são o coração do jornalismo.

Fontes jornalísticas – são pessoas ou instituições que fornecem elementos noticiosos.

§ REGRA DE OURO: saber escolher as fontes


Fontes Habituais:
1. A informação relatada – comunicados da imprensa
2. Correio dos leitores
3. Comunicações Diversas – contactos pessoais

Fontes Documentais:
1. Agências noticiosas – ex: LUSA
2. Bases de dados
3. Ler jornais e revistas


Informação Procurada:
1. Ter uma boa agenda de e-mails, endereços e telefones
2. Dossiers pessoais
3. Boa rede de informadores
4. Cocktails – porta de honra
5. Consulta de biblioteca
6. Ter contacto com organismos profissionais e sindicatos


Regras básicas:
§ Curiosidade jornalística activa
§ Falar pouco e ouvir muito
§ Ser discreto
§ Ser jornalista 24H