29 de abril de 2007

Um novo concorrente para o AdSense


O site de busca Ask.com anunciou, ontem (25/04), o lançamento da sua ferramenta de publicidade contextual. A nova ferramenta será parte integrante da plataforma Ask Sponsore Listing (ASL), a empresa responsável pelo desenvolvimento da ferramenta, a IAC, pertence do grupo e garante que o serviço será lançado com uma base inicial de 34 milhões de usuários únicos mensais através do conjunto de sites do grupo incluindo, o Match.com, Ticketmaster e o Evite.

A empresa espera ganhar editores de sites atacando diretamente o ponto mais fraco do AdSense, a transparência. A Ask.com planeja informar claramente aos parceiros o valor do exato de cada clique, ao invés de os deixar confusos com as variações do valor, como acontece no AdSense.

O serviço também oferecerá algumas configurações, inexistentes no AdSense, para gerenciamento dos anúncios como: a customização da aparência dos anúncios e vários níveis de controle editorial, a fim de adequar os anúncios ao contexto do site que os exibe.

A Ask.com quer unir a transparência a um sistema mais configurável para conquistar os usuários do AdSense, o produto estará disponível a partir do dia 21 de maio.

in: reflexoesdigitais

25 de abril de 2007

"Você já foi a Portugal? Mande sua foto ao G1"


não só em Portugal se vive a Revolução dos Cravos. Os nossos irmãos da rede globo estão a pedir a ajuda de todos aqueles que viveram o 25 de abril ou dos brasileiros que vivem em portugal fica aqui uma oportunidade de dar a conhecer o nosso país ao outro lado do Atlântico.
transquevo aqui parte da matéria disponibilizada no sítio oficial da internet.

Hoje, parte integrante da União Européia, Portugal desponta como um dos principais pontos turísticos da Europa e destino de milhares de turistas brasileiros. (Veja ao lado reportagem do 'Jornal Nacional' sobre brasileiros que vivem em Portugal)


Mande sua foto de Portugal
Você é um brasileiro que vive em Portugal? Ou é um cidadão português que viveu com sua família a Revolução dos Cravos? Já passou férias em Lisboa, Porto, Algarve, Ilha da Madeira ou algum outro ponto especial do país?

Mande uma foto de uma cidade de Portugal que você esteve e um relato sobre sua relação com o país descobridor do Brasil. O G1 vai publicar as histórias e as imagens deste forte laço cultural entre brasileiros e portugueses. Envie e-mail para redacaog1@globo.com. Não esqueça de informar:

1) Seu nome e idade.

2) A cidade onde mora.

3) O lugar e a cidade portuguesa que está retratada em sua foto.

4) Um depoimento sobre o que você mais gosta em Portugal.


in: globo.com

TV Station Manager


Pesquisando na internet encontrei este belíssimo jogo para todos aqueles que pretendam vir a ser uns verdadeiros magnatas na direcção de uma estação de televisão.
TV Station Manager é o FM da comunicação. esta versão demo não contem todas as opções disponíveis e apenas podes dirigir a estação durante "uma semana", no entanto dá uma boa visão do que é o jogo.
baixa-o aqui.
Fico à espera de comentários ao jogo. :)

23 de abril de 2007

Festivais de verão e pré-balneares em Portugal


MAIO
02 MAIO 2007 Qua
Joanna Newsom Lisboa - Aula Magna 21:00 23-30€
06 MAIO 2007 Dom
Ute Lemper Lisboa - Centro Cultural de Belém 21:00 25-48€
12 MAIO 2007 Sáb
George Michael Coimbra - Estádio Municipal 21:30 35-65€
18 MAIO 2007 Sex
Bloc Party + Biffy Clyro Lisboa - Coliseu 21:00 25-150€
19 MAIO 2007 Sáb
Festival Creamfields Lisboa - Parque da Bela Vista 15:00 40-50€
The Prodigy + Placebo + Da Weasel + Soulwax + Expensive Soul + Digitalism + Spektrum + Max Romeo + Dub Incorporation + Slightly Stoopid + Jahcoustix + Wraygunn + The Vicious Five + The Poppers + 2 Many DJs + Who Made Who + You Should Go Ahead ...
24 MAIO 2007 Qui
Beyoncé Lisboa - Pavilhão Atlântico 20:30 30-42€
25 MAIO 2007 Sex
Dave Matthews Band Lisboa - Pavilhão Atlântico 21:00 30-42€
29 MAIO 2007 Ter
Diego El Cigala Lisboa - Centro Cultural de Belém 21:00 15-40€
31 MAIO 2007 Qui
Andrew Bird Lisboa - Cinema S. Jorge 22:00 15-20€

JUNHO
08 JUNHO 2007 Sex

Festival Oeiras Alive! Oeiras - Passeio Marítimo de Algés 18:00 45-90€
Pearl Jam + Linkin Park + Blasted Mechanism + The Used
09 JUNHO 2007 Sáb
Festival Oeiras Alive! Oeiras - Passeio Marítimo de Algés 18:00 45-90€
Smashing Pumpkins + The White Stripes + Plastica + The Vicious Five
10 JUNHO 2007 Dom
Festival Oeiras Alive! Oeiras - Passeio Marítimo de Algés 18:00 45-90€
Beastie Boys + Da Weasel + Sam The Kid + Buraka Som Sistema
24 JUNHO 2007 DomMy Chemical Romance Lisboa - Coliseu 21:00 25€
25 JUNHO 2007 Seg
Rolling Stones Lisboa - Estádio José Alvalade XXI 69-142€
28 JUNHO 2007 Qui
Festival Super Bock Super Rock Lisboa - Parque Tejo 17:00 40-78€
Metallica + Stone Sour + Joe Satriani + Mastodon + The Blood Brothers + More Than A Thousand + Men Eater

JULHO
03 JULHO 2007 Ter

Festival Super Bock Super Rock Lisboa - Parque Tejo 17:00 40-78€
Arcade Fire + Bloc Party + Klaxons + The Magic Numbers + The Gift + Bunnyranch
04 JULHO 2007 Qua
Festival Super Bock Super Rock Lisboa - Parque Tejo 17:00 40-78€
The Jesus and Mary Chain + LCD Soundsystem + Maxïmo Park + The Rapture + Clap Your Hands Say Yeah + Linda Martini + Mundo Cão
05 JULHO 2007 Qui
Festival Super Bock Super Rock Lisboa - Parque Tejo 17:00 40-78€
Underworld + Interpol + Scissor Sisters + TV On The Radio + The Gossip + X-Wife + Micro Audio Waves + Anselmo Ralph
08 JULHO 2007 Dom
Pat Metheny & Brad Mehldau Trio Lisboa - Aula Magna 21:30 45-56€
18 JULHO 2007 Qua
Arctic Monkeys Lisboa - Coliseu 21:00 27€

in: http://eclectismomusical.blogspot.com

Cartaz Super Bock Super Rock


Fica o cartaz completo do 13º SBSR, ao qual se juntará ainda a banda vencedora do Passatempo Preload.

28 de JunhoMetallica(na imagem)
Stone Sour
Joe Satriani
Mastodon
Blood Brothers
More Than A Thousand
Men Eater

3 de Julho
Arcade Fire
Bloc Party
Klaxons
The Magic Numbers
The Gift
Bunnyranch


4 de Julho
The Jesus and Mary Chain
LCD Soundsystem
Maxïmo Park
The Rapture
Clap Your Hands Say Yeah
Linda Martini (na 2ªfoto)
Mundo Cão

5 de Julho
Underworld
Interpol
Scissor Sisters
TV On The Radio
The Gossip
X-Wife
Micro Audio Waves
Anselmo Ralph

Bem enquanto este já está completo, outros ainda só agora se começam a difinir. Sinceramente acho que vai ser complicado algum festival, mesmo os todos poderosos de Verão, baterem este cartaz, mas eu ainda tenho esperança… é a ultima a morrer, como sempre…


in: Osuplente

vê ainda: http://www.13sbsr.blogspot.com

O Pudor


12Vergonha, culpa e pudor numa perspectiva cientifica:
Se estudar-mos os aspectos psicológicos da vergonha e os comparar-mos aos relacionados com a culpa, perceberemos não somente o lugar diferente que o outro ocupa para o desenvolvimento destes afectos, mas também sua anterioridade em relação à culpa, contemporânea da trama edipiana, quando a vergonha aparece ligada ao pudor e à nudez. O ponto que quero destacar é um insidioso e progressivo descolamento das características sexuais da vergonha, ligadas às noções de pudor e honra e uma apresentação mais própria da cultura actual onde ela se mostra ligada aos aspectos que destacamos, sendo traduzida por uma vergonha de ser insuficiente, de precisar do outro, muito semelhante à vergonha melancólica. Mas, vamos por partes. Faz-se necessário que realizemos um recorte para o entendimento do aparecimento destes afectos, de vergonha e culpa, na cultura ocidental, de modo a compreendermos as mudanças apontadas dentro do momento cultural em que vivemos. Culpa e vergonha nem sempre estiveram ligados culturalmente. Historicamente, encontraremos na cultura grega um exemplo onde a ideia de culpa tem seu aparecimento tardio. Na aristocracia guerreira da Grécia antiga, podemos localizar um mecanismo socio-psicológico que Dodds (1998) chamou de cultura da vergonha, onde fama, prestígio social e honra eram considerados elementos necessários e supra valorizados como valores éticos e sociais. As acções humanas eram resultantes das intenções dos deuses, podendo ser descritas como desvarios, comportamentos passionais ou mesmo homicidas, sem que coubesse uma abordagem de responsabilidade individual. A progressiva queda do poder dos deuses na cultura grega posterior que culmina com Platão, torna compreensível o aparecimento da culpa. O sentido da culpa não sendo atribuído aos deuses, tornou o humano responsável por seus actos, gerado por uma intencionalidade, agora de natureza interna. Da mesma forma, o Menos, não mais sendo uma intrusão de uma paixão originada pelo capricho de um deus, promoveu a apropriação dos apetites gerando escolhas objectais que podemos incluir na noção de desejo.
Quando encontramos uma era em que a culpa aparece no cenário da vergonha, observamos que é a anterioridade da cultura da vergonha em relação à cultura da culpa que vai promover uma transformação radical nos conceitos arcaicos. A vergonha passa a ser sentida quando vinculada às experiências que se encontram ligadas à sexualidade, resultando numa certa exposição pública do sujeito frente aos outros. A montagem baseada no pudor e na honra, que aparece na nudez exposta é bastante exemplar. No artigo “Sexualidade na etiologia das neuroses” (1898) Freud descreve que o pudor está relacionado à prática clínica no que diz respeito à relação médico e paciente. O enfoque é dado para o contexto dos hábitos culturais da época e o pudor da mulher frente ao médico, que teria como protótipo a vergonha de se desnudar. Em 1905, no ensaio sobre a sexualidade infantil, Freud mantém sua abordagem ligando o pudor à exposição do corpo frente ao outro. Em um outro momento, em que o pudor é citado, no artigo “Sobre o início do tratamento” (1913), Freud, ao se referir à dificuldade do analista lidar com dinheiro, utilizará uma analogia com a vida sexual infantil do médico, onde o pudor de lidar com o dinheiro revelaria a vergonha de estar frente ao outro como que desnudado. Quando Freud diz que na primeira infância a criança é desprovida do sentimento de vergonha, seu enfoque está voltado para a não consciência desta dimensão adulta da sexualização, antes da posse da noção de diferença sexual e na minha opinião, antes de conhecer as normas e valores que a sociedade lhe irá impor. Freud escreve em 1905, em seu ensaio sobre a sexualidade infantil que, a partir de um determinado momento, levantam-se os diques da moralidade, apontando o nojo, o pudor e a moralidade – aspirações ideais estéticas e morais – Explica que este acontecimento não estaria somente ligado a uma fonte externa oriunda da educação dos adultos, mas também, com factores hereditários, organicamente determinados. Estes factores disposicionais ganhariam reforço através das normas de higiene impostas pelos pais que assim, teriam um poder de fixidez. O resultado desta operação psíquica é criar um eficaz obstáculo à satisfação pulsional sexual baseada numa estrutura polimorfa perversa. O período de latência que se segue reforçaria estes diques até a adolescência quando, por conta do declínio do Complexo de Édipo, os vectores identificatórios e de investimento se deslocariam dos pais para as figuras substitutivas. No artigo “Mal-estar na cultura” (1930) distingue dois tipos de culpa que se encontram ligados desde o início: uma frente à autoridade externa e outra, frente ao Superego. Tudo que diga respeito ao corpo e a seus desejos deve se manter afastado do olhar do outro. Assim, estaríamos no terreno da vergonha. Mais tarde, o vice-versa, ou seja, o dever de se manter afastado do território alheio, o remeterá ao sentimento de culpa. A concomitância destes dois tipos de sentimentos são contemporâneos à interligação do conflito entre os interditos parentais e as tendências à satisfação pulsional imediata. Mais tarde, nas “Novas conferências” de 1933, o sentimento de culpa aparece ligado ao sentimento de inferioridade como resultado da tensão entre inter sistémica do Eu com o Supereu, que o condena. Reconhecemos aí, uma dinâmica estrutural que pode ou não ter efeitos mórbidos. Na neurose obsessiva e na melancolia encontramos exemplos desta função hipertrofiada resultando em quadros que cursam com um severo investimento destrutivo contra o Eu. A ambivalência, que constitui a forma dinâmica de relação da criança com os pais, frente ao dilema da demanda de amor e protecção e a agressividade pela frustração da renúncia a estes, vai se transformar em um sentimento de culpa e no desejo de ser punido. No rastro desta luta, o Supereu vai reunir estas características punitivas estabelecendo, então, a tensão que acima mencionamos entre o Eu e o Supereu, sob a forma de uma angústia moral. Na culpabilidade, estará ressaltada uma falta cometida pelo sujeito, onde não necessariamente estará incluído o outro, como alguém externo. Neste ponto, encontramos uma grande diferença entre a culpabilidade e a vergonha pela relação de importância que existe na presença ou não do outro para o desenvolvimento destes sentimentos. Do ponto de vista tópico, o sentimento de culpa marca uma tensão entre o Eu e o Supereu, enquanto que no sentimento de vergonha a tensão se dá entre o Eu e o Ideal do Eu. Do ponto de vista económico, podemos afirmar que a vergonha é mais perniciosa que a culpa pela intensidade do dano a que o Eu se submete. Esta intensidade se refere ao esfacelamento das funções defensivas egóicas que constituem uma forma de perda do controle de si frente a uma testemunha. Esta figura da perda do controle é fundamental para que se entenda o grau de comprometimento que a vergonha carrega em si mesma. É neste carácter de exposição que a vergonha se mostra mais virulenta que a culpa. Enquanto a culpa exige uma reparação e esta se torna, geralmente, possível, no caso da vergonha, não há reparação possível. O que se encontra em jogo é a imagem que o sujeito tem de si em contraposição com aquela que ele imagina que as pessoas têm dele. Na vergonha aparece uma certa impotência de si mesmo que o sujeito acha que os outros foram testemunhas. Em última análise, a culpa revela o confronto do sujeito com a lei e o desejo, enquanto que a vergonha o faz com a imagem de si frente ao outro, ou seja, com o narcisismo. Já uma outra forma de se apontar a vergonha estaria na regulação daquilo que é público e do que é privado. A vergonha aparecerá sempre que algo do mundo privado se tornar exposto, público. A interiorização do lado censor, próprio do Supereu vai acarretar em uma característica importante, qual seja, a não necessidade da intervenção do outro para que a vergonha apareça. Na culpabilidade, sempre teremos a reprovação de um terceiro não intirnalizado. Embora não localizada em alguém específico, a vergonha pode ser desenvolvida pelo julgamento atributivo ao grupo e ao social. Neste caso, a vergonha guarda a possibilidade de atribuirmos um peso ao olhar de alguém, mesmo que este outro não perceba seu carácter de denúncia. Em torno da primeira tópica freudiana situamos a vergonha claramente ligada ao pudor e, portanto, à sexualidade, tendo como pano de fundo a essência do conflito psíquico balizada pela sexualidade e a moral. Quando Freud escreve o artigo “Introdução ao narcisismo” (1914) há a necessidade de se ampliar o conceito de sexualidade, não mais restrita à vinculação com a nudez e às transgressões de natureza edipiana. Essa nova sexualidade que apresenta em 1914 é metaforizada e ampliada, tornando qualquer investimento como sexual. Desta forma, em meio às polémicas típicas do movimento psicanalítico, Freud não abre mão da sexualidade e introduz o conceito de narcisismo. Assim, auto-estima também é uma expressão da sexualidade. Exactamente este aspecto é que necessitará que a vergonha ganhe um outro enfoque. Já falamos da vergonha ligada ao sexual, ao pudor e à exposição nos casos de nudez. Será necessário que abordemos a vergonha como ligada ao narcisismo, ou seja, uma vergonha que tem ligação com injúrias narcísicas. Existem pensamentos que mobilizam a culpa e tem pensamentos que mobilizam a vergonha. Após darmos uma visão geral a respeito das relações entre culpabilidade e vergonha, com a finalidade de mostrar que muitas vezes a vergonha se encontra ligada a situações que envolvem a sexualidade, quando associada ao pudor e à honra, e outras vezes, a vergonha aponta algo que diz respeito ao narcisismo e à perda do controle de si, cabe nos determos nesta segunda forma de expressão da vergonha.

Os meios de comunicação e o despudor da sociedade:
"Quando quisermos destruir uma nação, deveremos destruir a sua moral. Assim, ela cairá em nossas mãos como um fruto maduro". A receita de Lenin, carregada de cínico realismo, sintetiza a táctica adoptada por todos os sistemas de dominação humana. Uma sociedade narcotizada pelo erotismo é presa fácil dos interesses ideológicos, políticos e económicos. A pornografia, foi amplamente instrumentalizada pelos partidários de Hitler. As bandeiras da "liberdade sexual" e da abolição da censura moral, desfraldadas pelos partidos de inspiração gramsciana, têm propiciado excelentes dividendos políticos. E também a indústria pornográfica, livre do desconforto da clandestinidade, factura em cima de uma ficção de liberdade. A experiência quotidiana, contudo, confirma os estudos realizados no mundo inteiro acerca das consequências negativas do erotismo. Ninguém pode considerar-se imune aos efeitos degradantes da pornografia, ou a salvo da erosão dos valores causada por ela. A pornografia, aberta ou a camuflada, deprecia a sexualidade, perverte as relações humanas, explora os indivíduos - especialmente as mulheres, os jovens e as crianças.
Ao longo dos últimos anos houve uma revolução mundial no modo de captar os valores morais, seguida de mudanças profundas na maneira de pensar e de agir das pessoas. Os meios de comunicação social tiveram e continuam a ter um papel importante neste processo de transformação individual e social, na medida em que introduzem e reflectem novas atitudes e estilos de vida. Na verdade, o cidadão médio, alheio a outras fontes de conhecimento e de pensamento, fica inteiramente exposto à influência dos meios de comunicação social, particularmente os electrónicos. Estes são os verdadeiros canais de informação e, portanto, de formação da opinião pública. Assim, a própria consciência nacional, os padrões culturais e morais, as crenças, hábitos e anseios, são, em larga medida, modelados por esses veículos de comunicação.

É natural que exista uma conexão entre o que os media produzem numa determinada sociedade e a realidade própria dessa sociedade, pois o produto e o meio interagem reciprocamente; em países de menor desenvolvimento cultural, porém, a possibilidade dos média exprimirem valores e concepções com relativa autonomia é muito maior. Na verdade, os meios de comunicação social vêm adquirindo uma espécie de monopólio sobre o tempo de lazer das pessoas, e lidar bem com esse monopólio seria a grande responsabilidade de todos os veículos. No entanto, em nome de um conceito distorcido de livre competição, pautado por meros interesses mercadológicos e pela crescente relativização dos valores morais, os media ultrapassam todos os limites da permissividade. A demissão da virtude do pudor, decretada por alguns veículos de comunicação social, é um paradigma dessa tendência.
Basta um único exemplo: uma carta, permeada de precoce amargura, foi encaminhada recentemente à redacção de certa revista brasileira por uma menina de 13 anos, do Recife. Contava ela que aos 11 anos passava dia e noite diante da televisão. "Aprendi, desde então, a ver tudo com malícia e, em consequência, amadureci antes do que devia. Que país é este, que nos passa a irresponsabilidade de uma promiscuidade sem fim?"
Os meios de comunicação social, particularmente a televisão, tornaram padrão um tipo de liberalidade inimaginável em nações civilizadas. Nos Estados Unidos, país reconhecidamente democrático, existe a Federal Commission of Communications, ligada ao Congresso, que acompanha o desempenho das televisões. Há, além disso, uma lei federal proibindo pornografia e programas obscenos, o Communications Act. Mas as próprias emissoras têm os seus códigos e eles são cumpridos com rigor. Na rede NBC, as modelos são obrigadas a usar pelo menos alguma peça sobre o corpo em anúncios comerciais. São apenas exemplos de como um meio de comunicação poderoso precisa preocupar-se com detalhes, pois é a soma dos detalhes que determina o conjunto. Na França, a Haute Autorité Audiovisuelle, composta por 90 membros, não só assessora o Legislativo, mas também fiscaliza o cumprimento da legislação.É característica essencial da democracia respeitar as diferenças de opinião, porque, de facto e de direito, o modo de pensar de todos os cidadãos merece respeito. Segmentos reduzidos da sociedade, contudo, modelam - quase que a cavaleiro sobre a realidade nacional - a cosmovisão de todo um povo. Por isso, é possível exportar, através dos meios de comunicação, para todos os cantos do país, um padrão uniforme de pretensos valores, de estilos de vida próprios de pequenos extractos sociais, que se quer impor a todos sem a menor consideração pela fisionomia do país real. Efectivamente, os paradoxos são eloquentes e reflectem o brutal equívoco de uma cultura que agride a dignidade da pessoa humana.

As ideias de tabu, repressão e libertação, habilmente manipuladas, exercem um autêntico patrulhamento comportamental. O despudor é saudado como manifestação de modernidade. A decência, contudo, é estigmatizada como anacrónica. As reportagens sobre comportamento, veiculadas nos principais meios de comunicação social, reforçam a artilharia da nova “moral”.
Vergonha, culpa e pudor numa perspectiva social:
Mas o que é o pudor?
Com rigor, podemos dizer que se trata de um sentimento complexo, difícil de definir, que incide sobre diferentes objectos, sendo um dos mais comuns a vergonha da nudez. A sua origem é remota, mas cada época privilegia um aspecto diferente do pudor. Jean-Claude Bologne, filólogo francês, no livro História do Pudor (Teorema), resume as duas definições mais comuns e significativas do conceito: “sentimento de vergonha, de incómodo que se tem ao fazer, enfrentar ou ser testemunha das coisas de natureza sexual; disposição permanente para esse sentimento” e “incómodo que se sente perante aquilo que a dignidade de uma pessoa parece proibir”.
O dicionário distingue-lhe igualmente dois sentidos, apresentando-nos um pudor corporal, sexual, e outro dos sentimentos. Enquanto isso, Martin Seligman, investigador da área da psicologia positiva, define-o como uma das 24 forças (de carácter) presentes nas seis virtudes humanas. No caso do pudor, este está ligado à temperança, cujo pecado correspondente é a gula. Embora surja muitas vezes associado à timidez, é diferente desta. De acordo com especialistas da matéria, tem a ver com o escondido, com o não querer desvendar. A partir do momento que existe um desejo de revelar, o pudor desaparece. Já a timidez é uma inibição, está na ordem do bloqueio. “Tem a ver com o medo de falhar e ser julgado pelo outro. Passa pelo receio, pelo temor de enfrentar determinadas situações, eventualmente sociais. Este pode atingir tamanhas proporções que o indivíduo deixa de enfrentar os desafios que a vida lhe coloca”, observa a psicóloga clínica e terapeuta familiar, Catarina Rivero. “Já o pudor tem a ver com o corpo, com o sexual.”
Pode-se ser tímido sem se ser pudico, e o contrário também é verdade. Há pessoas que não têm problemas com a nudez do corpo, no entanto, não gostam de desnudar-se de sentimentos, de se revelar. Outras, pelo contrário, conseguem falar de si, até mesmo contar detalhes da sua vida íntima, mas têm muita dificuldade em mostrar uns centímetros do corpo.
De qualquer forma, do pudor, há quem diga que é como o medo: na medida certa, é estruturante. Resguarda-nos. “Em demasia, pelo contrário, pode ser prejudicial. Aliás, tal como a timidez”, afirma Marta Borges Pires, psicóloga clínica e terapeuta familiar. Porém, conforme assegura também, há sempre uma esperança: “Ambos podem ser trabalhados.” Social, histórico, cultural e dinâmico, o pudor é um conceito subjectivo. Não há um único tipo ou espécie de pudor, há vários ao longo das épocas e até dentro do mesmo tempo histórico. “Quando, no século XVII, as viagens intercontinentais revelaram aos Europeus povos que obedeciam a um pudor diferente do seu, surgiu uma nova reflexão (sobre este sentimento)”, declara Jean-Claude Bologne.
Cada tempo e sociedade cria os seus próprios “recatos” ou dá incidência a uns em detrimento de outros. Segundo Hans Peter Duerr, em Nudez e Pudor – o mito do processo civilizacional (Notícias Editorial), os indivíduos do final da Idade Média não só se “surpreendiam com os selvagens mais ou menos nus, como já antes se indignavam com os membros despidos ou meio despidos das seitas”. E assegura: “A partir desse dado, concluímos que não se pode falar de uma nudez pública sem quaisquer problemas naqueles tempos.” Mais tarde, em 1822, dissertando sobre o tema do amor, Stendhal também se refere ao pudor. “Uma mulher de Madagáscar deixa ver sem pensar o que aqui mais se esconde, mas morreria de vergonha se tivesse de mostrar o braço”, escreve no livro Do Amor (Pergaminho). Segundo o autor do célebre tratado de paixões e ciúmes, três quartos do pudor “são coisa apreendida”. “É talvez a única lei, filha da civilização, que só produz felicidade.” Quanto à sua utilidade? “Ela é a mãe do amor, nada se lhe poderia recusar.” E os mecanismos deste sentimento? “A alma ocupa-se com a vergonha em vez de se ocupar a desejar; sufocam-se os desejos e os desejos conduzem às acções.”
As diferenças de perspectiva e formas de interiorizar este sentimento não são coisas do passado. Por causa de sentimentos de pudor, nós tapamos algumas partes do corpo, e essa prática tornou-se norma social. Os indígenas de alguns clãs destapam-nas e não é por falta dele. Em algumas tribos do outro lado do Mundo, mulheres e homens andam praticamente nus. Sem culpa nem pecado… nem pudor! E, para fazerem o “apelo sexual”, conforme explica Catarina Rivero, agem precisamente ao contrário de nós, ocidentais: vestem--se. “Por exemplo, algumas mulheres tapam os seios.” O sentido de pudor vai evoluindo e adaptando-se. A psicóloga lembra que, em Portugal, por exemplo, se há 60 anos uma mulher viesse para a rua de mini-saia, como hoje, “isso seria considerado impúdico, pois o seu gesto ressaltaria o aspecto sexual”. Neste caso, “podemos verificar uma relação entre moda e pudor: a primeira faz evoluir o conceito da segunda”. Contudo, lembra, “nesta mesma altura, nas herdades agrícolas, as mulheres subiam as saias para melhor trabalhar e não eram avaliadas no mesmo sentido”. Posto isto, podemos concluir que, afinal, o pudor também está condicionado pelo lugar.
No seu livro, Jean-Claude Bologne escreve que “na praia ou na avenida, o fato de banho não tem o mesmo significado”, e lembra que o “pudor individual” – o que cada indivíduo tem em mostrar-se, ver-se nu ou com roupa mais ousada – reforça-se com um “pudor social que define, em função da época e do lugar, os limites tolerados à exibição”. E acrescenta: “A moral vestida de grego ou de latim, conhece também a distinção entre ethos (regras de conduta individuais) e habitus (regras de vida social)” Aliás, para este especialista, o pudor não se apresenta só “como perpétuo combate” entre “indivíduo e sociedade”, mas também “entre instinto e razão, entre consciência e inconsciência”.
Quando se trata de pudor, a fronteira entre o individual e o social é muito subtil. Socialmente, é-nos permitido o uso da roupa curta, decotes, transparências e o melhor que a moda pode criar, salvo em alguns meios. Recentemente, pais e educadores dos alunos de uma escola francesa constataram que era impúdico o uso de calças de cintura descaída que deixavam ver os slips, sendo os jovens proibidos de usar esta indumentária dentro da instituição. Sensivelmente pela mesma altura, o bispo de Leiria/Fátima, D. Serafim Ferreira da Silva, agradecia a presença e a fé por todos manifestada, mas criticava os que se tinham apresentado, no recinto do lugar das aparições, com os corpos “mais descobertos do que o desejável”. “O Santuário não é uma praia nem uma esplanada”, alertava. A diferença entre os dois casos é que este último trata de um pudor específico: o sagrado, que, conforme a definição, proíbe em igrejas e outros recintos sacros o que é permitido fora deles.

Tipologia do pudor:

Não existe um único, mas variadíssimos.
 O individual: diz respeito ao que cada indivíduo interioriza, de acordo com o seu carácter. Prevalece no século XIX
 O social: tem a ver com os limites tolerados em função do lugar e do estrato social. A sua expressão ganha fôlego na França do século XVII
 O cristão: ligado à consciência do pecado original
 O sagrado: proibia a entrada dos indivíduos num templo sem se estar purificado. É predominante na Grécia Antiga, reaparecendo por momentos nos anais da cristandade ocidental, principalmente nos finais do século XVII
 O religioso: ergue-se contra a nudez pagã, inscrevendo-se num quadro bem mais vasto que é a luta contra o paganismo
 O sexuado: constitui a parte mais constante da herança helenística. O homem nu não choca, a mulher nua é escandalosa, pelo que são raras as estátuas de mulheres nuas, por exemplo
Seja o que for para cada indivíduo e sociedade, é transmitido desde muito cedo, à semelhança de outros valores fundamentais. Segundo Marta Borges Pires, “as crianças vão interiorizando a concepção de pudor vigente no seu tempo e na sociedade onde nascem e vivem através do processo de socialização, à medida que adquirem todos os padrões de pensamento e comportamento característicos dessa colectividade”. Provavelmente, esta aprendizagem permite--nos também ter uma noção das regras de pudor adequadas aos lugares e a respeitar a vergonha dos outros.
Os pensadores do nosso tempo são objectivos: os pudores do século XX, de que somos herdeiros directos, estão mais na ordem dos sentimentos. “É indecente (...) falar de si próprio, fazer perguntas indiscretas e falar de dinheiro”, conforme se pode ler em História do Pudor. Segundo o autor do livro, Monsenhor Lustiger afirmava a este respeito que “nos escondemos para fazer o sinal da cruz, que antigamente se multiplicava à vontade”.
“São estes os pudores do nosso século, vergonha do que hoje se considera fraqueza”, observa Jean-Claude Bologne. “Pressente-se aí o laço que une o pudor corporal e pudor dos sentimentos. É errado tentar distinguir neste vínculo um pudor exterior e outro interior. A vergonha da nudez nasceu numa época em que mostrar-se nu era sinal de fraqueza (Idade Média) ou de ridículo (século XIX). Hoje, a moda quer que a literatura, as artes, a publicidade se libertem do pudor corporal: por isso, ele desapareceu do domínio artístico enquanto na vida quotidiana continua a usar-se bastante.”
De qualquer forma, o pudor masculino é diferente do feminino. O do sentimento – chorar, lamentar-se, orar e corar, por exemplo – foi sempre considerado domínio do homem. A mulher privilegia o corporal. A noção de pudor feminino está muito ligada à nudez, às coisas do corpo e do sexo.
A diferenciação dos pudores por sexo é antiga e prevalece nos nossos dias, embora as fronteiras entre uns e outros não sejam tão rígidas e estanques como outrora. Num tempo em que se cultiva o êxito e o sucesso, e se recusa todo o tipo de fragilidades, o pudor dos sentimentos ganha novo fôlego sem distinção por sexos. Espera-se, por isso, que os indivíduos – homens e mulheres – não exteriorizem preocupações, angústias, carências e outras emoções semelhantes. Por outro lado, curiosamente, vai sendo permitido a um homem chorar, sem que uma avaliação pública tão severa e negativa caia sobre si.


Em suma, a história do pudor cumpre-se assim através dos tempos, estando presente em todos eles. Cada sociedade e tempo histórico valoriza uns em detrimento dos outros, e cria os seus. Do pudor, talvez possamos dizer que, quando bem calibrado, pode ser a virtude que zela pela nossa intimidade plena. E, neste sentido, parece valer a pena cultivar pudor.


Vanessa Bernardo

Nelly Furtado é cabeça de cartaz na Expofacic

Porque as férias já estão a chegar, deixo aqui um belíssimo cartaz de diversão.
A 17.ª edição da Expofacic, que irá decorrer de 20 a 29 de Julho em Cantanhede, terá como grande atracção a artista Nelly Furtado, que se deslocará a esta cidade do distrito de Coimbra para um concerto quase exclusivo, dado que a outra actuação será no Algarve.

A filha de pais açoreanos, que nasceu em Vitoria (Canadá) em Dezembro de 1978, tem como cartão de visita o tema “I’m Like a Bird”, incluído no álbum de estreia “ Whoa Nelly!” e que venceu um Grammy (os Óscares da música) na categoria de Melhor Interpretação Pop Feminina. No Euro 2004 a canção “Força” tornou-se num hino oficial do campeonato europeu de futebol e de apoio à selecção portuguesa.

Nelly Furtado estreou-se em 2006 na 7.ª Arte com uma participação em “Nobody’s Hero” (e já este ano gravou algumas cenas para um episódio da série CSI Miami) e gravou o álbum “Loose”, com o qual já venceu um Brit Award (prémio da indústria musical Britânica).

O cartaz de artistas da Expofacic foi ontem à tarde apresentado, em conferência de Imprensa, onde a comissão organizadora também deu a conhecer todas as novidades previstas para a edição deste ano, a qual tem um orçamento de 1 milhão e 290 mil euros, mais 30 por cento que em 2006, mas que continua a ser auto-sustentável.

A noite de espectáculos da Expofacic abrirá a 20 de Junho com os D’Zrt e o grupo alemão Reamon. A 21 (sábado) actuarão os GNR e no domingo, 22, o bem conhecido Tony Carreira. Seguir-se-ão, Quim Barreiros (dia 23), Fingertips (24), 4 Taste (25), Paulo Gonzo (26), Da Weasel (27), Nelly Furtado (sábado, 28) e Xutos e Pontapés para encerrar (domingo, 29).

A Expofacic - Exposição/Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Cantanhede ocupará este ano uma área de 8 hectares (mais um hectare do quem em 2006), passando a apresentar um total de 590 expositores (mais 73 lugares que na edição anterior).

Trata-se de um aumento muito significativo, que dá possibilidade à comissão executiva de responder favoravelmente a muitos dos inúmeros pedidos que em edições anteriores não tem sido possível satisfazer por manifesta falta de espaço, possibilitando igualmente ter mais tasquinhas, uma área muito procurada durante o certame.

A expectativa é a de que a próxima edição da Expofacic seja a maior e melhor de sempre, cumprindo assim uma tradição que constitui uma das suas mais imagens de marca, decorrente do facto de registar, todos os anos, um crescimento sustentado em todas as vertentes. Uma expectativa que assenta na convicção de que estão reunidas as condições para que a afluência de público venha a ultrapassar os 350 mil visitantes do ano passado, não só devido à indiscutível qualidade de um cartaz de espectáculos que, além de alguns dos mais importantes nomes do panorama musical português, vai incluir uma artista internacional de relevo (Nelly Furtado), mas também por outros factores, como a ampliação do recinto, o aumento do número de expositores e a significativa valorização das infra-estruturas e equipamentos.

Aspecto que terá reflexo no êxito que se perspectiva é certamente o custo dos bilhetes, que continuam a ter um preço social, exactamente igual ao do ano passado: a entrada diária custará 2,5 Euros, com excepção dos dias dos espectáculos de artistas internacionais.

in:http://www.campeaoprovincias.com/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=342&Itemid=1

Para o espectáculo da Nelly Furtado o bilhete é de 17,5€

“Pior realizador do mundo” faz filme satirizando 11 de setembro


Como chamar a atenção após realizar quatro filmes baseados em jogos de video que, além de serem um fracasso de audiências, foram massacrados pela crítica? A estratégia do realizador alemão Uwe Boll foi colocar Osama Bin Laden como um dos personagens principais e fazer paródia dos atentados de 11 de setembro de 2001. “Postal”, a sua mais recente adaptação para os cinemas de um jogo, promete, segundo o próprio trailer, ser “ofensivo, repugnante, escandaloso e retardado”. O lançamento está previsto para o segundo semestre deste ano.

in: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL22710-7086,00.html

Assiste ao trailer de "Postal"

22 de abril de 2007

Fotos







João Pereira
Sofia Simões
Vanessa Bernardo
Nuno Barata
Mário Matos
David Barôa

Trebalho Diane Arbus


DIANE ARBUS

FOTOGRAFIANDO LO EXTRAÑO.
PROVOCANDO CON SUS FOTOS


I. Diane Arbus. La persona


El 1923 nace, en Nueva York, Diane Nemerov. Hija de unos comerciantes judíos adinerados, tuvo una infancia fastuosa. No le falto de nada y le sobró protección. Criada en un mundo hermético, es apartada de cualquier cosa que pueda suponer un peligro. Por este motivo, cuando empieza a tener uso de razón y a poder decidir por si misma, quiere conocer y descubrir los ambientes menos pulcros, lujosos y limpios de la ciudad. Quiere apartarse de todo aquello que le recuerde al ambiente de su casa paterna.

Diane era una persona extremadamente sensible y se dejaba influenciar libremente por amigos, libros y situaciones que ella previamente había decidido que formaran parte de su vida. Los que la conocieron dicen de ella que era libre, rebelde, inteligente, segura de su filosofía de vida pero insegura con respecto a su propia valía, su autoestima.

A los 14 años conoce a Allan Arbus, con quien Diane se va casar justo al cumplir los 18 años. Un matri-monio que cuenta con la total oposición de sus padres pero que, después de todo, es aceptado por ellos. Con su marido, Diane descubrió el mundo de la fotografía. Con él aprendió algunas de las técnicas que, un tiempo después, utilizaría para dar vida a sus propios proyectos. Empezaron trabajando juntos y convirtieron, así, la fotografía, en un proyecto de vida en común. Instalaron el laboratorio de revelado en al baño de su pequeño apartamento. Comenzaron realizando fotografías de moda por encargo para el negocio de los padres de Diane. Poco a poco, las fotografías de la pareja fueron apareciendo en revistas tan importantes como Vogue.

El matrimonio Arbus tuvo dos hijos y, aunque jamás les faltó trabajo, nunca tuvieron una economía doméstica estable. Una fecha importante para la historia personal y artística de Diane fue el 1958. A partir de éste año empieza a asistir a las clases de fotografía de Lisette Model, lo que va a provocar un viraje radical a su trabajo. Con ella fue con quien descubrió la faceta más cruda de la fotografía. De hecho, había un fuerte paralelismo entre ellas, ya que Model era también hija de padres ricos judíos. También fue una retratista de lo crudo, que plasmaba la pobreza, la miseria, y la vejez con plena frialdad. Con sus fotografías, Model no buscaba el impacto estético, sino que quería sacudir al especta-dor. Cosa que caló hondamente en la que fue su alumna más aplicada, Diane Arbus.

Mientras tanto, en la vida privada de Diane, su matrimonio hacia aguas. Las cosas no funcionaban del todo bien. Y todo acabó en una ruptura, aunque en buenos términos. Pero el hecho es que la crisis matri-monial que tuvo que vivir, junto a la estrecha relación que llegó a tener con Lisette Model, convirtieron definitivamente a Diane en una cazadora desesperada de lo extraño, de lo sorprendente. Esto la llevó a recorrer los lugares más extraños, lúgubres y sórdidos de la Nueva York de los años 60. A pasear por las peores calles de la ciudad que nunca duerme en busca de sus presas.

A finales de los años 60 ya se había convertido en una fotógrafa de culto y su trabajo era respetado y admirado por fotógrafos de la talla de Avedon y Walter Evans. La fama no le sentó nada bien. De hecho, ella era tremendamente tímida y con una autoestima muy baja, con lo que nunca llegó a aceptar que la fama la consiguiera por su propio trabajo. Por lo tanto, tanta fama la acabó por llevar en un callejón sin salida. Lo que le sucedió, básicamente, fue que se sus depresiones se hicieran más fuertes y habituales, de lo que ya era normal. Finalmente, no consiguió salir de ésta situación y, el 27 de julio del 1971 se suicidó. Se cortó las venas y tomó una sobredosis de pastillas para dormir.










II. Diane Arbus. La fotógrafa de lo extraño


Al mirar las fotografías de Diane Arbus prácticamente todos sentimos una mezcla de fascinación y rechazo ante sus retratos. Se empeñaba en fotografiar a gente con físicos peculiares, con estilos de vida marginales, con disminuciones físicas o psíquicas. Lo más sorprendente de toda su obra es intentar saber cómo conseguía convertir a toda persona que se colocara delante de su cámara en un ser extraño. Sus fotos son en blanco y negro en las que se trabaja exhaustivamente la luz y las sombras, no obstante, los personajes retratados eran tan impactantes que el espectador se fijaba muy poco en la calidad. Las fotos de Arbus se puede considerar que tenían algo de “morbo amarillista”, ya que los personajes miran directamente a la cámara, lo que hacía que el flash revelara todos sus defectos.

Diane Arbus conocía bien el oficio de idealizar, pues había trabajado como fotógrafa de moda para las revistas más importantes de la época. Sin embargo, en su obra personal usa todos estos recursos para mostrar el lado menos seductor de la realidad. No pretende la objetividad del documento fotográfico, es consciente de que lo manipula tanto como la fotografía esteticista, pero con signo contrario. Sus fotografías acentúan la separación y la soledad. Hasta el retrato de un bebé consigue que resulte antipático y prepotente.






A child crying, 1967, Diane Arbus
Las fotografías transmiten la curiosidad obsesiva de Diane Arbus por encarar lo diferente y lo desconoci-do. Por un lado, la artista normaliza lo extraño. Busca gente con rasgos peculiares, sea por su aspecto físico o por su forma de vivir. En éste sentido, por sus diarios y correspondencia, se sabe que mantenía una relación cercana con muchos de ellos, y por ello, tenía un acceso a su vida más cotidiana. Ella misma explica su relación con estos personajes afirmando que “los monstruos eran una cuestión que yo fotografié mucho. Fue uno de los primeros motivos que fotografié y poseía un tipo de excitación terrorífica para mí. Yo empecé como a quererlos. Realmente no quiero aseverar que ellos son mis amigos, sino más bien que ellos me hicieron sentir una mezcla de vergüenza y temor. Hay una cantidad de leyenda sobre los monstruos. Todo para ellos sucede como en un cuento de hadas. Los monstruos nacieron con su trauma. Ellos ya han pasado su prueba de la vida. Ellos son aristócratas”.

Por otro lado, convierte lo normal en extraño. Nadie se salva de la mirada de la fotógrafa y pasa a formar parte de un mundo lúgubre y estrambótico. Así pues, Diane Arbus retrata a personas con un as-pecto físico inusual. Algunas tienen un cuerpo distinto por naturaleza, como por haber nacido con síndrome de Down u otra enfermedad, o por ser de tamaño poco habitual, como los enanos o los gigantes. En el caso concreto de la fotografía Untitled 7, se pueden ver a un grupo de enfermos mentales paseando por un parque. Pero Arbus no quiere transmitir una imagen cariñosa de ellos y, al contrario, los convierte en más grotescos aún. Y los muestra disfrazados y con máscaras.


Untitled 7, 1971, Diane Arbus
Por ejemplo, la foto del Gigante judío en casa de sus padres es una de las más importantes y sorprendentes de toda su carrera. Dentro de la categoría de extraño también entran los llamados monstruos o freaks. También le interesa la gente con un aspecto físico distinto por un acto de voluntad y artificio, como los tatuados, los que se maquillan de forma exagerada o los travestidos.




A Jewish giant at home with his parents in Bronx, N.Y. 1970, Diane Arbus

Otra categoría de extraños la conforman, para Diane Arbus, las personas que llevan un estilo de vida distinto. Las que ejercen una profesión infrecuente, como el hombre faquir o la mujer que traga sables en un circo. O disfrutan de aficiones poco comunes en la época, como el nudismo. En éste mismo sentido provocativo, también fotografía a personas que desafían las convenciones de la época, como parejas de lesbianas o interraciales.

Albino sword swallower at a carnival, 1970
Así pues, todos estos personajes nos parecen extraños porque, de un modo u otro, se alejan de lo que consideramos normal. Y Arbus nos dice, a través de sus fotografías, que todo esto lo podemos encontrar a la vuelta de la esquina. En su caso, en la ciudad de Nueva York de los años 50 a los 70. Unos años de muchos cambios a nivel de la sociedad norteamericana, pero también, de la del resto del mundo. Esto también queda retratado a través de la lente de Diane Arbus porqué aparecen unos personajes o situaciones que, para la época en la que fueron tomadas, podían ser sorprendentes, pero que, pasados los años, nosotros las encontramos dentro de la normalidad.




Hermaphrodite with dog, 1968, Diane Arbus


Su obra fotográfica sorprende, entre otras cosas, porqué rompe con la imagen típica de la clase media blanca, saludable y sonriente, que proclamaban los medios de comunicación estadounidenses. Un mo-mento en el que el fotoperiodismo era la pauta a seguir. Era una moda indiscutible. La foto convertida en una poética de la vida cotidiana. Los fotógrafos del momento eran Cartier-Bresson y Elliot Edwin. Además ya asomaban como jóvenes promesas Irving penn, Richard Avedon o, incluso, Stanley Kubrick.

Su técnica busca, por lo tanto, subrayar lo extraño. Así, resalta los detalles peculiares como el rictus de una boca o la pose exasperada de una mano y la congela con su cámara. Y es que, lo extraño, en la mayoría de sus fotografías radica en el punto de vista de quien mira, y no en los propios protagonistas. Ella misma afirma “si me encuentro ante una casa, en vez de colocarla, me coloco yo”. Ésta forma de pensar, y de actuar, tiene una relación directa con las enseñanzas que recibió de Lisette Model, quien resumía su percepción de la fotografía en la frase “no pulsen el disparador hasta que el sujeto que enfocan les produzca un dolor en la boca del estómago”.



Masked women in weelchair, Diane Arbus


Lo que nos resulta más obvio de la pintura, la manipulación de la realidad por parte del pintor, también ocurre en la fotografía. En éste sentido Arbus confesaba que estaba convencida que “los pintores sienten la imagen mucho más que un fotógrafo porqué trazan cada línea sobre un lienzo, y eso me molestaba”. El hecho de utilizar una máquina, la cámara, puede hacernos pensar que hay una docu-mentación objetiva. Y sobre esto también recibió la lección de Lisette Model, de la que dice “me habló de cuán antigua era la cámara fotográfica y de que la luz imprime una imagen en la capa de plata de la película, al igual que lo hace la memoria”.
Para Diane, decidir dónde se coloca, cuándo toma la fotografía o cual es el negativo que ampliará, son algunos de los recursos con los que la fotógrafa construye su mundo habitado “sus extraños”, cómo ella misma los definía. De todas formas, no dejaba nada al azar. Ella misma se recorría en varias, acompañada de una amiga, el metro de Nueva York. Buscaba los pordioseros, los borrachos y los artistas callejeros que le llamaban la atención de manera especial. Pasaba horas estudiando sus movimientos. En muchos de estos safaris de exploración por el metro no desaprovecha la oportunidad para acosar a los exhibicionistas.




Child with a toy hand grenade in Central Park, 1962, Diane Arbus


La película de Tod Browning “Freaks”, del 1932, fue muy importante en su trabajo. La película cautivó a Diane porqué los monstruos no eran imaginarios sinó reales, y esos seres siempre habían sido para ella el motivo de atracción, de reto y de terror. En su infancia le habían prohibido que mirar todo lo que fuera anormal. Como se lo habían prohibido, Diane los miraba con más atención.

En 1962 quiso buscar una mayor claridad en sus imágenes y una relación más directa con la gente que ella fotografiaba. Por eso Arbus comenzó a experimentar más allá de la cámara fotográfica de 35mm y empezó a trabajar con una cámara fotográfica cuadrada del formato (2 1/4-inch twin-lens reflex). A partir de aquí ella comenzó a hacer los retratos marcados por un estilo clásico formal que se ha reconocido desde entonces como una característica distintiva de su trabajo.
Para retratar nudistas tuvo que visitar algunos campamentos, lo que supuso una liberación sexual para ella, algo muy novedoso en esos años. La primera vez que los visitó fue el 1963. Cuenta ella misma de ésta experiencia que “era el campamento más grande y, por alguna razón, era también el más patético. Realmente estaba cayéndose en pedazos. El lugar era mohoso y el césped no conseguía crecer.




Pareja de nudistas en casa, 1960, Diane Arbus


En definitiva, que Diane Arbus consiguió revolucionar lo que en ese momento se entendía por fotografía. Con técnicas cercanas a las del fotoperiodismo, como es el usar el flash constantemente, incluso en plena luz del día, para separar el protagonista del fondo de la imagen. Conseguía así marcar la silueta y hacerla destacar respecto del resto de la composición. Le permitía cobrar vida.

Por otra parte, su herramienta de trabajo (la cámara) era su forma de hablar y de comunicarse con el objetivo de su punto de vista. Con lo cual, para ella, fue muy importante utilizar una cámara para mirar a la altura de los hombros, con lo cual, le quedaba la cara y los ojos al descubierto para poder ver completamente la escena. Así, con éste cambio (los fotógrafos del momento usaban las tradicionales cámaras con el visor hecho para poner delante del ojo), Arbus consigue estar atenta a cualquier pequeño cambio que se produjera en la escena y, así, poder disparar la cámara en el momento más adecuado. Junto a esto, la utilización de ésta cámara también le permitía un ángulo de fotografiar un poco más bajo del de los ojos humanos, con lo que los personajes y las escenas tenían una perspectiva un poco de contra-picado. Una perspectiva que, como ya es bien conocido, exagera todas las formas i da un aspecto más grotesco a los personajes. A demás, otra característica importante, es la que se refiere a la actitud del personaje. Cuando la cámara está más baja, como es el caso de Diane, el protagonista no se siente tan atacado por ella y, por lo tanto, se muestra más libre, actúa de manera más natural. La cámara no es, por tanto, una barrera entre el ojo del fotógrafo y el del fotografiado.




Diane Arbus, Patriotic Young Man With A Flag, N.Y.C., 1967


Así pues, queda claro, que para Arbus el sujeto es lo más importante que hay en su fotografía. No le da importancia al entorno, ni a cualquier otra cosa que pueda estar pasando alrededor. Lo que merece toda la tención del espectador (y de ella misma) es el personaje, que lo encierra en un encuadre totalmente cuadrado, que no permite la dispersión de la mirada del espectador. Una mirada que tampoco puede ser apartada por la característica ya comentada de que los objetivos de su cámara siempre miran al objetivo, con lo que, en definitiva, están mirando hacia el que los mira. Lo que te convierten siempre en cómplice de la escena, y de lo que allí sucede.


III. Diane Arbus. La artista

Diane Arbus decidió ser una gran artista triste, y lo fue. Decidió salir a buscar un mundo en la realidad que parecía fantástico e irreal, y lo encontró. Decidió actuar en la vida sin reglas sociales, morales o artís-ticas. Odiaba la máscara que la gente se ponía para parecer ser lo que no eran. Intentaba por todos los medios que sus retratados se despojaran de ella, quería mostrarlos tal y como eran. Esto le produjo cierta incomprensión de su obra por parte de la sociedad.

Después de las clases con Lisette Model, empezaron sus 12 años de mayor y duro trabajo. En 1961 em-pezó a escribir textos para algunas de sus imágenes, cosa completamente inusual en aquella época. Posteriormente, en 1963 obtuvo la prestigiosa beca Guggenheim. Volvió a recibir ésta beca el 1967. Su primera exposición fue el 1964, en el Museo de Arte Moderno de Nueva York (MoMA). El 1967 también formó parte de los cuatro fotógrafos que expusieron en el New Documents del MoMA. Los retratos de freaks provocan distintas reacciones. Algunos rechazan las fotos de manera rotunda, otros subrayan su tono decadente y de mal gusto.

Después de ésta exposición empezó su trabajo como profesora de fotografía en varias escuelas, entre ellas Parsons School of Design y la Hampshire Collage. Paralelamente, revistas como Harper’s Bazar y Esquire le encargan una serie de retratos de escritores, actores y poetas. Por delante de su objetivo desfilaron personajes como Norman Mailer, Mae West o José Luís Borges.

Diane Arbus fue la primera fotógrafa americana que expuso en la Bienal de Venecia, el 1972 (una expo-sición hecha después de su muerte). En ésta exposición se pudieron ya ver muchas de sus fotos inéditas, las que había realizado antes de su muerte, pero que aún no había rebelado. Todas estas fotos, muy impactantes, son las que forman parte de la serie “untitled” (sin título), en las que se ve a personas con deficiencias mentales en unas situaciones y en una actitud nada respetuosa, ofensiva incluso a la vista. Una prueba más de la provocación que Arbus buscaba constantemente con sus fotos.
A la luz de hoy, las fotos realizadas por Arbus siguen perturbando. Su trabajo posee el toque mágico de lo artístico, hay una insana metódica, lírica y plástica que se eleva por encima de todo amarillismo mediático.

La enciclopedia de fotografía americana dice que des del año 1972 Arbus ha vendido más de cien-mil copias de sus fotografías. Este dato muestra que para el sueño americano el arte válido es aquel que se cotiza bien en el mercado. Diane Arbus fue una fotógrafa de los extremos, los seres que trató estaban empañados de una belleza frenética. Sus fotos en alguna medida fueron ese espejo donde pudo conocer-se y descifrar-se esa monstruosidad que en algunos vive muy bien guardada y, en otros escapa a la superficie como una extraña metáfora que cala los huesos.

En estos momentos se tiene que estrenar una película basada en la biografía de ésta artista. Dirigida por Steven Shainberg, y protagonizada por Nicole Kidman y Robert Downey Jr.


IV. Diane Arbus. Algunos ejemplos destacados



Two Young Men on a Bench in Washington Square Park, 1965, Diane Arbus


Untitled, 1970-7, Diane Arbus

Teenage couple on Hudson Street, 1963, Diane Arbus

Identical twins, 1967, Diane Arbus


Young Brooklyn Family going for a Sunday outing, 1966, Diane Arbus Young man in curlers at home, 1966, Diane Arbus

Woman in a Rose Hat, 1966, Diane Arbus


Boy in the straw hat waiting to march
in a pro-war parade, 1967, Diane Arbus


Woman in the veil on Fifth Avenue, 1968, Diane Arbus


Young Man in a Trench Coat, 1971, Diane Arbus




A family on their lawn one Sunday
in Westchester, 1968, Diane Arbus


Untitled 4, 1970-71, Diane Arbus




Flowergirl at a wedding, 1964, Diane Arbus


The King and Queen of a Senior Citizens Dance, 1970, Diane Arbus

V. Bibliografía



“Diane Arbus” Patricia Bosworth. Traducción de Beatriz López-Buisán.
Barcelona : Lumen, cop. 2006

Dossier educativo “Retratos de lo extraño. Diane Arbus”. Elaborado por la Fundación la Caixa con motivo de la exposición “Retrospectivas”, instalada en el Caixa Fórum de Barcelona durante el 2006.


Unofficial Dianne Arbus Website: http://www.dianearbus.net/index.htm
Revista poética almacén: http://www.librodenotas.com/almacen/


Otras páginas de consulta:
http://www.39ymas.com
http://www.analitica.com
http://about.com
http://es.wikipedia.org




"It's important to take bad pictures. It's the bad ones that have to do with what you've never done before. They can make you recognize something you hadn't seen in a way that will make you recognize it when you see it again."

Diane Arbus


xavier sala

Massa, público e audiéncias


Massa, público e audiéncias.
Tradições de investigação destes conceitos


Introducción

Resulta obvio que en toda sociedad la comunicación masiva envuelve virtualmente, con muchos propósitos diferentes, a todos de una manera u otra. No sorprende, entonces, que pueda ser vista desde muchas perspectivas diferentes y encierre muy diversas clases de procesos y conductas. Aún así, hubo una tendencia en parte de los investigadores, profesionales y aún en el público en general de desplegar un modelo predominante de imagen de comunicación. Este modelo era un proceso lineal desde un emisor, por medio de un canal, en la forma de un mensaje, a un receptor, para lograr alguna clase de efecto, sea intencional o no. Este es actualmente un común y fuerte marco de referencia para proponer y manejar preguntas sobre la comunicación, tanto desde perspectivas prácticas como teóricas.

Y, precisamente, el abordaje que las diferentes tendencias teóricas han hecha acerca de ésta materia es uno de los elementos más interesantes sobre el que profundizar. Sobre todo, cuando se está hablando de conceptos como masa, público y audiencia. Unas palabras que, en el terreno de la comunicación, encie-rran unos significados realmente complejos. Sobre todo, por las connotaciones que tienen a la hora de poner en práctica. Pero, sobre todo, a la hora de encontrar los puntos en común y las diferencias que, acerca de ellos, tienen las diferentes escuelas de la comunicación.

Los estudios sobre la recepción, ligados al análisis de la influencia, se han convertido en los últimos vein-te años en uno de los sectores clave del desarrollo de las teorías de la comunicación. En este ámbito se ha producido, además, un progresivo acercamiento –algunos autores hablan de convergencia— entre las tradiciones de investigación hasta aquel momento separadas –y en oposición--: la funcionalista, también llamada sociológica o liberal y la crítica, también conocida como marxista, junto a los estudios etnográficos de audiencia o conceptos como “comunidad interpretativa”, de procedencia interpretativa.

Más allá de los modelos, lo que si que se intenta hacer en el siguiente trabajo es realizar una aproxima-ción a los conceptos mencionados anteriormente, des del punto de vista más teórico. Para luego adentrarse en las perspectivas más prácticas que se tienen del hecho de la comunicación.


La masa: un concepto difícil de concretar

La palabra masa es casi imposible de ser definida, de una forma concreta, a causa de sus diferentes connotaciones. Según Dennos McQuail, su rasgo esencial es la ambivalencia. En el pensamiento social ha tenido y tiene significados tanto negativos como positivos. Sus significados negativos derivan históricamente de su uso en referencia a la multitud o el "populacho" en tanto masa de gente revoltosa e ignorante, inteligencia o racionalidad. En su sentido positivo, especialmente en la tradición socialista, connota la fuerza y solidaridad de los trabajadores cuando se organizan para fines comunes. En contextos donde la cantidad es entendida como positiva es una palabra de aprobación. Por ejemplo, en las expresiones como “respaldo masivo”, “movimiento masivo” o “acción masiva”.

Más allá de los sentidos positivos y negativos que tiene el concepto, según quien lo analice, la relevancia para la comunicación masiva proviene principalmente del significado de la producción masiva y del gran tamaño de la audiencia que se alcanza con los denominados mass media. Había también en uno de los significados originales de la palabra masa la idea de una colectividad amorfa en la que los componentes eran difíciles de distinguir entre sí. Incluso puede utilizarse la definición de éste concepto que dice que “masa es aquel agregado en el que la individualidad se pierde”. Ésta descripción es la que mejor se adapta a ésta palabra, cuando se refiere, especialmente, a la audiencia de los media.

Herbert Blumer consigue una buena definición del concepto de masa, a partir de su posterior comparación con otros términos como los de multitud, opinión pública y el público.

Se acepta el uso del término masa para indicar un grupo colectivo elemental y espontáneo, en muchos aspectos similar al concepto de multitud. Las principales características son que sus participantes forman parte de cualquier categoría social y profesional; sus participantes son anónimos; existe poca interacción e intercambio de experiencias entre los miembros de la masa. Finalmente, la organización interna es frágil y no es capaz de actuar de forma integrada y con la unicidad que caracteriza la multitud. El interés básico es aquel que atrae la atención de las personas, más allá de sus culturas y de sus esferas de vida.

En contraposición a éste difícil concepto, se encuentra uno muy parecido en sus características, que es el de multitud. Éste grupo es mayor, pero todavía restringido a límites observables en un espacio específi-co. Es temporal y es muy difícil que se recomponga con los mismos miembros. Puede tener un alto grado de identidad y compartir el mismo humor, pero es usual que no tenga estructura ni orden en su composi-ción moral y social. Puede actuar, pero sus acciones tienen un carácter efectivo, emocional y a menudo irracional. En momentos de excitación, el comportamiento de la multitud y el de la masa son semejantes.

Otra forma de colectividad, considerada por Blumer, es el público. Es la mayor, muy dispersa y constan-te. Se tiende a formar en torno a un tema o causa en la vida pública y su propósito principal es promover una opinión o tema y lograr un cambio político. Es un elemento esencial en la institución de las políticas democráticas, basadas en el ideal del discurso racional dentro de un sistema político abierto y compren-diendo los sectores mejor informados de la población. El surgimiento del público es característico de las democracias liberales modernas y acompaña al de la burguesía, los partidos políticos y los diarios. Y, precisamente sucede esto, porqué la interacción existente entre los miembros del público lleva a generar una oposición en lugar de un apoyo mutuo y unanimidad, más característico de las multitudes. Con todo esto, se entiende que el público no existe como un grupo establecido y que su comportamiento no es determinado por tradiciones o padrones culturales. El público constituye un agrupamiento natural y anticonvencional, espontáneo y que no es preestablecido.

Finalmente, la opinión pública debería ser encarada como un producto colectivo, según Blumer. Como tal, no constituye una opinión unánime con la que cada miembro del público está de acuerdo, sin ser tampoco forzadamente la opinión de la mayoría. Siendo así un producto de la colectividad, la opinión pública representa el público como un todo y, de esta manera, posibilita la acción en conjunto que no está, necesariamente, basado en el consenso, en una relación determinada o en el aislamiento de las elecciones individuales.



La audiencia: una forma de entender a los receptores

La audiencia de los mass media no es la única formación social que tiene unas características similares a las de masa. La palabra también se aplica a quienes consumen en mercados masivos o a grandes grupos de votantes (por ejemplo la masa electoral). En todo caso es significativo que tales entidades a menudo corresponden con las audiencias y los mass media se usan para dirigir o controlar la conducta del consu-midor y la conducta política de grandes masas de votantes.

Para la mayor parte de los medios de comunicación de masas, la audiencia no es observable. Tal y como afirma Allor “la audiencia no existe no existe en ningún sitio, no habita en ningún espacio real, solo tiene lugar en los discursos analíticos”. Como resultado de ésta apreciación, el concepto de audiencia tiene un carácter eminentemente abstracto y cuestionable, y la realidad a la que se refiere es también diversa y cambiando constantemente. La audiencia de amasas es grande y muy dispersa, y sus miembros no se conocen ni se pueden conocer. Su composición está en un constante cambio y no tienen ningún sentido de identidad propia.

Según la ideología de la cultura de masas, las percepciones de la audiencia son, muchas veces, influenciadas por visiones negativas acerca de su relación, y de la influencia, de los medios de comunicación de masas. La misma teoría considera la mayor parte del entretenimiento popular como inferior, y a los que gustan de él, los considera como audiencia sin gusto y sin capacidad de discriminar.

Así pues, la relación comunicativa es entendida, por un grupo de investigadores, como una débil forma de relación de poder. Descrita, sobretodo, en términos de influencia. Pero hay analogías que se encuentran entre el ejercicio del poder en la comunicación masiva y las relaciones interpersonales. El denominado modo imperativo (según Etzioni), es el más cercano equivalente al uso de la fuerza. El modo de servicio equivale al de la recompensa material, ya que éste supone ofrecer un servicio o gratificación a cambio de la atención o pago del receptor. Finalmente, éste autor describe una tercera relación, el llamado modo asociativo está basado en lazos normativos y morales entre emisor y receptor. Por varias razones el tipo de relación de servicio es el más común y apropiado para la comunicación masiva, especialmente porque la atención es voluntaria, no es supervisada y los contenidos pertenecen primordialmente a las esferas del entretenimiento o la utilidad. En general la teoría de la comunicación de masas ha sido predominantemente marcada por la atención prestada a la primera y la tercera más que a la segunda.

Los teóricos tienden a ser críticos de la propaganda, manipulación y fragmentación social y, defensores de los lazos normativos entre emisores y receptores. La comunicación tiende a ser vista en términos idealistas, como si estuviera amenazada por rasgos de la misma comunicación masiva (impersonalidad, gran escala, etc.) o por intereses que buscan sacar ventaja (en poder y dinero). Una actividad central de los mass media es la venta de información y otros productos comunicativos, y ésta carece de una teoría apropiada de sí misma, que no sea normativa y corresponda a la teoría en otras esferas de la producción y el consumo.


Investigación de audiencias: teorías alternativas

Dos de los investigadores más prolíficos en el campo de la investigación de la comunicación, Jensen y Rosengren, distinguieron hasta cinco tradiciones de investigación de las audiencias. Estas serian: las que fundamentan sus argumentaciones en los efectos; la que se basa en los usos y las gratificaciones; la de criticismo literario; la relacionada con los estudios culturales; y la de análisis de la recepción. De todas formas, y siguiendo la línea teórica de Dennos McQuail, todas estas se pueden concentrar en tres grandes grupos, que son los que aglutinan las principales ideas acerca de la audiencia.


TRADICIÓN ESTRUCTURAL DE MEDICIÓN DE LA AUDIENCIA

Ésta tradición enfatiza los sistemas mediáticos y sociales como los determinantes fundamentales de la comunicación. Las crecientes necesidades de la industria de los media dieron origen a los tipos más anti-guos y simples de investigación, diseñados sólo para obtener los datos estimativos de quien y qué con-sumían de los mensajes ofrecidos en los medios. Sólo se preocupaban de intentarse aproximar a unos datos que, de otra forma, serian totalmente desconocidos. Más allá de los datos, siempre fríos, que se intentaban conseguir con éste enfoque, también era importante para estos autores saber la composición social de la audiencia.

TRADICIÓN COMPORTAMENTAL

La tradición comportamental, o funcionalista, identifica las necesidades individuales, los motivos y las circunstancias como punto de partida de todos sus estudios. En éste sentido, vendría a unir aquellas investigaciones hechas en la línea de los efectos y los usos y gratificaciones de los media. Las investigaciones que, en este sentido, se realizaron en un primer momento, se preocupaban sobretodo por los efectos que estos podían tener sobre los receptores. Los típicos modelos de los efectos se basaban en un proceso unidireccional, dónde la audiencia era concebida como un objetivo no deseado, o bien, como un recipiente pasivo del estimulo que generaba el propio consumo de los medios. Los estudios llamados “comportamentales” son aquellos en los que la audiencia era vista como un conjunto más o menos activo y motivado de consumidores que lo que hacen es procurar cultivar su propia experiencia mediática. De esta manera, estos autores se alejan de la visión de la audiencia como víctimas indefensas de sus maléficos y calculados objetivos.


TRADICIÓN CULTURAL Y DE ANÁLISI DE LA RECEPCIÓN

En esta línea de investigación se enfatiza el uso de los medios como la respuesta a un cierto contexto sociocultural en el que la audiencia se encuentra. Y, por lo tanto, la exposición a los medios se trata de un proceso que sirve para dar sentido a los productos culturales y a las experiencias del día a día. Precisa-mente, el análisis de la recepción es, efectivamente, la herramienta de la investigación de las audiencias de los actuales estudios culturales, más allá de ser una simple tradición independiente. Por lo tanto, se enfatiza el contexto particular en el que un miembro de la audiencia es colocado y la forma como éste analiza sus posibles alternativas a la hora de escoger los medios, justificando con éste tipo de argumentos, su elección final.

Así pues, las principales características de la tradición culturalista son que el texto mediático tiene que ser leído con los ojos de la audiencia, ya que así se puede acercar más a las percepciones que tiene ésta del mensaje. Por otro lado, son parte del objetivo de análisis de ésta tradición tanto el uso como la manera como se utilizan los medios. Y, a demás, el uso de los medios es, generalmente, muy específico de una situación concreta, y está orientado para objetivos muy cercanos a los de la sociedad, lo que se conoce como “comunidades interpretativas”. Y, finalmente, en ésta línea de investigaciones se considera que las audiencias nunca son pasivas y que los métodos que se deben utilizar para estudiarlas tienen que ser cualitativos, no cuantitativos, y muy profundos para llegar a saber bien lo que ellos piensan e interpretan de los mensajes recibidos.


Los últimos años de investigación de las audiencias


A partir de los años ochenta se desarrolla lo que podríamos calificar como una nueva corriente –o, por lo menos, que tiende a definirse como tal, aunque solo lo sea relativamente— en el análisis de audiencia. De forma general, esta corriente estudia los procesos a través de los cuales la audiencia construye significado a partir de la exposición a los medios. Justamente, uno de los puntos centrales de los estudios de recepción es el carácter activo que se otorga a la audiencia; la capacidad de actuación que se le reconoce en su relación con los medios. Este punto, además, se presenta como novedoso en la investigación.

El investigador danés Klaus Bruhn Jensen, que trabaja en este campo desde la perspectiva de la semiótica social de la comunicación de masas, lo ha sintetizado así:

“La investigación cualitativa reciente indica que las audiencias tienen la capacidad de asignar su propio sentido a los medios de comunicación y además, que en el proceso de recepción los medios satisfacen una fama de intereses y placeres legítimos de la audiencia”.

Sin embargo, hay que matizar que la tradición funcionalista clásica ya había reconocido una primera actuación a la audiencia, por lo menos en términos de cierta capacidad selectiva. Precisamente, una primera conceptualización de la audiencia como tal, diferenciándola de masa o de público, tiene lugar en The People’s Choice: How the Voter Makes Up His Mind in a Presidential Election escrito por Paul La-zarsfeld y Bernard Berelson. Una investigación que marcó el inicio de la etapa de los llamados “efectos limitados” y que comportó el reconocimiento de la capacidad selectiva de la audiencia o, dicho en otros términos, la tendencia a buscar contenidos afines con sus opiniones y a evitar los discordantes. Aunque posteriormente la hegemonía de la televisión dentro del sistema comunicativo llevó a cuestionar estos supuestos, que se resumen en la afirmación que “la evitación defensiva de mensajes disonantes persiste hasta cierto punto, particularmente cuando la definimos como falta de atención en lugar de sim-plemente como abstención”.

En la misma línea, también el modelo de los Usos y las Gratificaciones había entendido a los receptores como individuos activos en su relación con los medios de comunicación en términos de exposición, con-sumo, decodificación y usos sociales. La autora Virginia Nightingale, al estudiar la genealogía de los nuevos estudios de audiencia y recepción, ha señalado que la actividad de la audiencia y su prioridad como fuente de crítica cultural, dos premisas básicas que contemplan las teorías de los Usos y las Gratifi-caciones, “se puede considerar que anuncian algunos de los aspectos más radicales de la teoría textual abordados por el experimento de los estudios culturales de audiencia, aunque la adhesión de este modelo al funcionalismo resulte inaceptable para el culturalismo”.

Desde el punto de vista de los estudios críticos, la investigación ha tendido a subrayar como la audiencia genera significados propios a partir de la recepción de los textos mediáticos, incluso en oposición a las lecturas preferentes propuestas por los propios textos. Toda esta tradición de investigación ha sido muy influida por la obra del francés
Michel de Certeau, filtrada por John Fiske. Las ideas-fuerza de estos autores giran alrededor de la capaci-dad de la audiencia para desarrollar tácticas de resistencia y para crear significados acordes con sus necesidades sociales y emocionales y no con la de los productores capitalistas.


Un futuro incierto para la audiencia

En un momento en el que las nuevas tecnologías han demostrado ya su poder de convocatoria sobre la audiencia, en detrimento de otros medios, es cuando los investigadores se han empezado a plantear los posibles escenarios de futuro. Un camino que, con las nuevas reglas del juego, puede cambiar radicalmente planteándose incluso, en algunos casos, el hecho de que pueda llegar a desaparecer la audiencia de masas, tal y como se ha definido históricamente (y como la hemos presentado ante-riormente).

Esto es así porqué las nuevas tecnologías levantan la cuestión de la distinción clara entre el emisor y el receptor, algo que parecía intocable en las teorías que estudiaban la comunicación. El futuro es incierto por el hecho de que los efectos de todos estos cambios aparecen muy mezclados. Por un lado, en algunos aspectos se considera que las nuevas tecnologías pueden aumentar la dimensión de las audiencias, como resultado de la concentración, así como de la posibilidad de explorar el mismo contenido en muchos mercados diferentes. Por otro lado, las audiencias concretas se diversifican como resultado de la multiplicación y la especialización de los canales. Existe mucha más audiencias pero, muchas veces, más pequeñas y homogéneas.

En este momento pero, a pesar de las tendencias descritas, es aún muy temprano para llegar a una conclusión clara y cierta de que la audiencia de masas desaparecerá. Aunque es evidente que se han multiplicado los medios, y por tanto, se ha fragmentado la audiencia, la estructura global aun no se ha alterado fundamentalmente. En éste sentido, afirma Neuman que existe una fuerte inercia que limita el cambio fundamental que debería producirse en el consumo de los medios, para que desaparezcan las audiencias de masa, como aún hoy las conocemos.


Conclusión

Después de éste análisis queda claro que saber como piensan, como actúan, y porqué hacen todo lo que hacen, es siempre uno de los aspectos que más preocupa a los investigadores de la comunicación. Pero incluso más que a éstos, son los propios responsables de los medios de comunicación a quienes les inter-esa poder tener toda ésta valiosa información. Una situación que, a la vista de los hechos, se repite cada vez que en el escenario de los mass media se produce alguna alteración significativa. Sucedió cuando aparecieron los periódicos, sucedió cuando hizo su aparición la radio, se repitió nuevamente con la llega-da estelar de la televisión. Y ahora, a las puertas de la era de la comunicación global, total e instantánea, con Internet, se repite nuevamente la historia.

Una situación que fue la que provocó la aparición de las diferentes escuelas y tradiciones de investiga-ción. Todas y cada una de ellas fue a sustituir o a complementar la anterior por el hecho de que, básica-mente, el escenario en el que se desarrollaban sus respectivas investigaciones cambiaba sustancialmente. Pasó al aparecer la tradición culturalista, posterior a la estructural o funcionalista. Y pasará, con certeza ahora otra vez, cuando se vea que la tradición culturalista no puede dar explicación suficiente a la nueva realidad de la comunicación global.

De todas formas, esto no significa que todo lo investigado hasta el momento no sirva de nada. Al contra-rio, todo lo que cada una de las tradiciones, y los respectivos autores, han investigado sirve para sentar las bases, las estructuras, de las nuevas tendencias. De las nuevas percepciones de la realidad. Una realidad que, fundamentalmente, continúa basándose en la existencia de mensajes a transmitir, y en receptores y emisores de éstos. Que más lejos o más cerca de generar algún tipo de influencia hacia el otro lado, continúan comunicándose.

Xavier Sala

On the social effects of television


Morris, P. and Torhnham, S. “Media Studies: a reader”. Edinbinburgh University Press, 2003

Capítulo XXXIV: “On the social effects of television” Halloran, J.D.



Las consecuencias que tiene la televisión sobre todos los individuos es uno de los campos en los que se está investigando más intensamente, des del punto de vista de la comunicación social. La aún reciente aparición de éste medio, junto con su exponencial crecimiento por todo el mundo, ha hecho que sea cada vez más importante saber como puede afectar, o no, todo aquello que sucede dentro de la pequeña pantalla. A demás de todo esto, la relevancia que ha conseguido como medio de comunicación, convierte los resultados de cualquiera de estos estudios en algo de aplicación e interés global. Toda ésta introducción serviría para justificar la importancia de las ideas recogidas en el texto de James Halloran, que incide en los efectos de la televisión en las sociedades.

De la misma manera que lo hace el autor en el texto, creo que es bueno para definir el “terreno de juego” presentar tres de los conceptos que son la llave para entender el proceso de influencia y manipulación de los media hacia sus audiencias. Se concretan en manipulación, explotación y vulnerabilidad. Como argumenta el autor, la correcta combinación de éstos hace que los medios puedan conseguir buena parte de sus objetivos. Eso si, dando por cierto el supuesto de que los individuos, la audiencia, son manipulables.

Haciendo referencia directa al texto, se afirma que actualmente se piensa más en términos de interacción o intercambio entre el medio y la audiencia, que no en la influencia unidireccional de estos. Junto a esto, el autor también reconoce que el espectador aborda cada situación con un complicado sistema de selección de aquello que recibe. Una alteración de los puntos de vista paralelo a los cambios que en los últimos años se han producido en la teoría de la percepción y las primeras ideas sobre la sociedad de masas. Entre otros cambios, consideran que actualmente estamos viendo que los espectadores ya no son aquel “ser solitario e individual” que se encuentra en frente de la televisión. Reconocen, finalmente, la importancia de sus experiencias, de sus conocimientos previos adquiridos y de sus relaciones interpersonales. Todo esto convierte al débil e indefenso espectador de la sociedad de masas en alguna cosa mucho más activa y potente.

Para ejemplificar sus teorías acerca de los efectos que pueden producir los mensajes de la televisión en la sociedad en general citan un estudio ya existente sobre ésta cuestión. En concreto es un estudio conducido por el Centre for Mass Communication Reserach de la Universidad de Leicester que estudio las consecuencias que generó sobre el grupo de estudio un reportaje sobre la vida en la República Checa. A la vista de los resultados obtenidos, que creo que eran de esperar por el tipo de reacción que generaron entre la audiencia, el autor del artículo extrae su propia conclusión, base de su desarrollo teórico. Argumenta que los miembros de la audiencia vieron en dicho programa aquello que más les preocupaba, más allá de lo que el propio programa quería destacar. Los diferentes tipos de espectadores vieron diferentes cosas en el mismo reportaje, y todos ellos respondieron diferente ante los mismos estímulos. Todo esto lo explica a partir de la valorización de las experiencias vitales de cada uno de los miembros de la audiencia antes de la visualización del reportaje. Cosa que influye en la concepción de prejuicios o no.


Otra idea desarrollada en el artículo es la que se refiere a la posibilidad que tiene la televisión para influir en los espectadores a través de sus mensajes. El eterno tema sobre el que ya muchos teóricos han debatido y que, en éste caso, se concentra en el tema concreto de cambiar o no las actitudes de los individuos. Considero que la forma en la que se presenta éste razonamiento es uno de los puntos fuertes del texto. Esta forma de presentar, junto con la concreción y claridad del texto, convierten el artículo en atractivo y muy recomendable para tener una primera visión de éste tema. En este sentido, y continuando con el comentario acerca de esta idea, se afirma que es mucho más fácil para los responsables de la televisión el impartir conocimiento que no el intentar cambiar (modificar) las actitudes de los mismos. Así pues, a sabiendas de esto, los responsables de las televisiones saben que éste es el mejor camino para poder acceder a sus espectadores. Procurando hacer llegar los mensajes deseados a través de este camino. De esta manera, si quieres que los espectadores hagan o piensen alguna cosa, no les digas que cambien su manera de pensar (va a ser difícil que esto funcione), mejor les explicas porqué la otra manera de pensar es buena y mejor a las otras (el camino de la enseñanza es más sutil y puede tener mejores resultados).

En lo que si que discrepo de lo que dice el autor es, precisamente, en su consideración final. Cuando dice que posiblemente la televisión no tiene la influencia que algunas personas creen que tiene, aunque si que reconoce que su poder de influencia puede tomar una amplia diversidad de formas. Y digo que discrepo porqué, hasta el momento, la televisión es el medio de referencia por una gran cantidad de personas, con lo cual, llega casi a la totalidad de los individuos y, el hecho de que toda la gente tenga los mensajes allí vistos como referencia, convierte en difícil nadar en contra, o ignorando sus mensajes. Así pues, si que creo que la televisión tiene poder, pero también considero que mal utilizado, o utilizado de manera poco sutil y muy descarado, no surge los efectos deseados.


Xavier sala

Densensitization



Morris, P. and Torhnham, S. “Media Studies: a reader”. Edinbinburgh University Press, 2003

Capítulo XXXIII: “Densensitization, violence and the media” Eysenck, H. and Nias, D.K.B.



Este texto es un buen ejemplo de cómo los mensajes pueden afectar directamente a la audiencia. Un trabajo de los autores para recoger los diferentes experimentos, análisis e investigaciones que se han realizado, en los últimos años, acerca de la posibilidad que tienen los medios de comunicación de influir en las personas. Y, en concreto, se concentran en intentar averiguar si es posible reducir la sensibilidad de las personas a imágenes de violencia. Lo que los autores llaman “densensitization”. Y lo intentan averiguar a partir del comentario de algunos estudios hechos en éste sentido.

Estoy de acuerdo, totalmente, con la exposición que hacen acerca de la influencia evidente de los mensajes visuales en nuestro carácter, en nuestra actitud acerca de las cosas que nos rodean. No todas las personas tienen la misma reacción delante de un mismo estímulo, por lo tanto, tampoco todas las personas se van a influenciar de la misma manera. Pero, en éste mismo sentido, todos los estudios si que recogen una tendencia a reducir su sensibilidad a las imágenes de violencia si, previamente, han sido ya “tratados” contra esa violencia. Y esto está explicado a través de las experiencias de diferentes autores en sus respectivos estudios.

Presentan, por ejemplo, el trabajo de Lazarus del 1962 que concluyó que un 70 por ciento de los elementos que estuvo estudiando tuvo una reacción en su cuerpo al ver las imágenes de extrema violencia de una película. En el momento en el que estas personas veían el sacrificio de mutilación de una tribu, desencadenaban una alteración en su piel como respuesta a éste estímulo visual. Y, a continuación, complementan éste estudio con el de Berger, del mismo año, que intentaba ir más allá en esta investigación. Y, en este sentido, lo que pretendía era analizar si estas reacciones en la piel eran constantes o si, por el contrario, a medida que nos acostumbramos a recibir éstos estímulos nuestra mente se va acostumbrando a ellas y, por lo tanto, se reducen los efectos. Efectivamente, como era de esperar, las personas participantes en éste otro estudio tenían una menor reacción después de haber visto más veces la escena de un hombre recibiendo descargas eléctricas.

Experimentos semejantes a éste último fueron realizados por otros autores unos años después. Y, en concreto, el texto recoge el realizado por Averill el 1972 y el de Cline del 1973. En los dos trabajos se intenta demostrar que la exposición previa, la preparación (o vacunación como me gusta llamarlo a mi), sirve para que la mente de las individuos esté preparada para recibir ciertos impactos emocionales a través de la televisión. Éste trabajo previo sirve para modificar la escala de valores que tienen las personas en referencia a aspectos como la violencia (en éste caso), o en otros temas si fuera el caso.

Después de toda la argumentación a través de los ejemplos y los experimentos, Eysenck y Nias si que pueden llegar a la conclusión que la desensibilización es, por lo tanto, una manera de cambiar la conducta y las reacciones emocionales. Y, precisamente, pueden afirmar todo esto gracias a la documentación que ellos mismos presentan en el artículo. Este vendría a ser el punto fuerte del escrito, ya que su argumentación se convierte, de esta manera, en difícil de contestar.

A parte de esto, si que quiero señalar un aspecto que creo que tiene su importancia en la vida real, y que aparece en el texto con poco desarrollo posterior. Se trata del planteamiento de cómo la industria de los media nos prepara, nos envuelve, para recibir algunos de sus mensajes. Como intentan adaptar al máximo el entorno para convertirnos en mejor receptores y que, a la vez, nuestra mente esté más sensible para reaccionar ante sus estímulos. Voy a concretar. Afirman que normalmente vemos un tipo concreto de imágenes en el sofá de casa, cómodos y tranquilos, o bien, en el cine, en una butaca cómoda, a oscuras, y con todas las comodidades posibles. Todo esto hace que, según los autores, inmediatamente reduzcamos nuestras defensas y alertas a posibles sensaciones negativas, a la vez, que alteramos nuestra jerarquía moral, que protege nuestra mente de forma subconsciente.

Un punto débil, una falta, que detecto en el artículo es una mayor exposición de las conclusiones de los propios autores. Estos plantean muy bien la situación para que después, al final, no se aventuren a intentar extraer una conclusión general, con una buena exposición de sus puntos de vista. Un trabajo que, por tanto, dejan para el lector.

Finalmente, me gustaría destacar el final mismo del texto. Dicen que los teóricos no han estudiado tanto éste tema como los efectos de imitación o desinhibición. Y, precisamente, se preocupan por esto porqué consideran que las consecuencias de una nación desensibilizada ante la violencia son tan malas, si no más, que los de deshinibición o imitación. Y, por lo tanto, dan la alerta acerca de la necesidad de continuar estudiando éstos aspectos, tan importantes en un mundo actual en el que el debate acerca de la regulación o no de los contenidos de las televisiones es constante en todos los niveles.


Xavier Sala