13 de abril de 2007

"live from Bagdad" texto de opinião


“Live From Bagdad” é um filme emocionante que demonstra a acção dos profissionais de comunicação social no decorrer de uma guerra e sobretudo a sua importância, e o modo como actuam, num período em que qualquer falha pode levar a um devastador conflito. Mas é também uma película que realmente mostra de que modo estes profissionais podem ser usados e, passo a expressão, abusados pelas várias partes.
Um destes profissionais pode querer subir na carreira à custa de uma magnífica reportagem de guerra, pode lutar 20anos pela fama e pelo reconhecimento, mas também pode perder isso tudo por um erro, por uma situação menos bem pensada ou pelo abuso a que está sujeito, como podemos ver nesta obra. E é nela que o espectador é chamado a ver esta realidade quando no seu decorrer equipa de reportagem é levada para hospitais e “obrigada” a noticiar algo que sabem não ser a verdade.
A luta para um reconhecimento próprio será um fim tão grandioso que vale a própria vida e daqueles que em termos logísticos nos ajudam a crescer?! Afinal, o jornalista é um profissional isento?! É imparcial ou, muitas vezes devido a situações exteriores ao próprio, poderá noticiar, incorrectamente, algo que vá beneficiar uma das partes?! Até que ponto podemos confiar numa fonte/intermediário? Estas e outras perguntas são lançadas neste trabalho cinematográfico baseado em factos chocantes, mas reais, de uma guerra “privada” de George Bush (pai) contra o Iraque.
Uma guerra aproveitada por cadeias de informação para auto-promoção, num tempo em que um ponto a mais de audiência é batalhado até ao último segundo, custando, por vezes, mais do que se pode pagar.
Pessoalmente, e fugindo um pouco ao filme, creio que inicialmente todas as cadeias de informação norte-americanas apoiam as decisões dos seus governos em relação às guerras. As suas reportagens têm como ponto de focagem mostrar ao, ignorante, povo americano o porque da guerra, e, sobretudo, mostrar que os outros é que são o “lobo mau” da história, abafando casos como. Abu Ghraib Esta situação é-nos mostrada no filme com o caso das incubadoras roubadas pelos militares iraquianos.
O “quanto vale uma notícia?” é uma pequena, mas grande, diferença que se nota entre o jornalismo americano e o europeu.


joão pereira

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