Aqui ficam alguns trabalhos realizados (uns por mim, outros nem por isso), são trabalhos pessoais que podem em algumas situações ter partes que não respeitem direitos de autor. Vou postando, sempre que achar oportuno, algumas matérias que vou encontrando pela "rede". :)
28 de dezembro de 2008
27 de dezembro de 2008
Sumário Pragmática
Aula 1 24 – Set – 2008
Semiótica – estudo dos signos;
Sintaxe – relações dos signos entre si;
Pragmática – manuseamento / uso dos signos;
Bibliografia:
Peirce – “A semiótica: a lógica da Comunicação”, (p. 49 a 63);
Morris – “Os princípios básicos da Pragmática”;
A. Fidalgo - “Manual de Semiótica”, (parte da pragmática);
Cometti – “Filosofia sem privilégios”;
Peirce – “Como tornar as nossas ideias claras”;
“O Homem que confundiu a mulher com um chapéu”;
Filme:
“O milagre de Ann Suliven”
Aula 2 1 – Out – 2008
“Como tornar as nossas ideias claras” – Peirce
Peirce – quais os efeitos (relações) =» Não se faz pela intensidade de observação, mas pela engenharia – aspectos políticos;
· Utilizamos correctamente uma expressão quando conhecemos o seu contexto. É preciso ter em conta as relações em que se insere;
Inferência = forma de raciocínio
Dedução: Passagem do geral para o particular.
Ex: Estudas na UBI! Então vives na Covilhã.
Indução: Do particular para o geral
Abdução: método de formação de novas hipóteses explicativas. Peirce associa a abdução ao instinto. Juízos perceptivos são casos, ainda que extremos, de inferências abdutivas
O Pragmatismo, segundo Peirce, é sobretudo um método lógico de clarificação das ideias. É de natureza lógica, está relacionada com os contextos.
Peirce põe em causa as noções cartesianas de clareza e distinção. Para Descartes, clareza significa a capacidade de reconhecer uma ideia em qualquer circunstância que ela ocorra e nunca confundir com nenhuma outra.
O Pragmatismo Como Lógica da Abdução
· A prova de que os efeitos práticos de um conceito constituem a soma total do conceito apresenta-se, segundo Peirce, através do pragmatismo como a lógica da abdução;
· A máxima pragmatista constitui o critério de admissibilidade das hipóteses explicativas. Por isso é que a questão do pragmatismo se identifica com a questão da abdução
TPC:
Ver:
a) Engenheira do pensamento;
b) Máxima pragmatista;
c) “Como tornar as nossas ideias claras”;
d) Manual de Semiótica – parte da pragmática;
Aula 3 8 – Out – 2008
Descartes/Cartesiano
Compreender1
Peirce/ Pragmatista
1- Tornar as ideias claras
Pragmática[1] – em termos semióticos; estuda o uso dos signos, i.e., o contexto dos signos.
Modernidade – método cartesiano de recurso à consciência;
- a responsabilidade última está na consciência de cada um. A idade moderna é a descoberta da consciência.
Ideia Clara e Distinta – aquela que é tão evidente que salta logo à vista, que não suscita dúvidas. (ex: “Penso, logo existo”)
Método Cartesiano – método de elucidação, análise.
Método Pragmatista – “engenharia do pensamento” – método abdutivo (de hipótese)
Peirce considerava que o método cartesiano possuía demasiada psicologia, porque o facto de uma pessoa estar convicta de algo não quer dizer que seja claro (critica de Peirce a Descartes)
Método Cartesiano – é muito solipsista (egoísta)
· Para Descartes, uma ideia é verdadeira quando é clara e distinta, ou seja, as ideias teriam de ser não somente claras ao princípio, como não poderiam suscitar qualquer obscuridades relacionadas com elas (serem distintas).
o Ideia clara e distinta: aquela que é tão evidente que não suscita dúvidas – “Penso logo existo”
A Máxima Pragmatista: Segundo Peirce, a crença é:
1) Algo de que nos damos conta
2) Sossega a irritação do pensamento
3) Implica a determinação na nossa natureza de uma regra de acção (hábito)
Função global do pensamento consiste em produzir hábitos de acção.
Aquilo que o hábito é depende do “quando” e do “como” ele nos leva a agir. A nossa ideia de qualquer coisa é a nossa ideia dos seus efeitos sensíveis, ou seja, a nossa concepção dos seus efeitos constitui o conjunto da nossa concepção do objecto.
Peirce considera o método cartesiano um método muito solipsista. Para se ter uma ideia clara é preciso ter uma visão lata, abrir o horizonte sobre o assunto. Chegamos às ideias claras através da contextualização e do nível comunitário: pensamos nas consequências e no que vai repercutir nos outros.
Aula 4 15 – Out – 2008
Ludwing Wittgenstein nasceu em Viena, 1889.
Tractatus Logico-Philosophicus (1ª Obra) – a linguagem é uma cópia da realidade, pois reflecte da mesma forma a realidade. Os limites da linguagem são os limites do meu mundo (Primeiro Wittgenstein)
“Teoria do Espelho” (Tractatus):
Realidade Matematização da linguagem Linguagem
R1 Pr1
R2 Pr2
Segundo (2º) Wittgenstein (Investigação Filosóficas)
(pag 171 – 191)
Wittgenstein na sua primeira obra, “tractus lógico philosophicus”, vê a linguagem como uma cópia da realidade, pois reflete a realidade da mesma forma que fala. “Os limites da linguagem são os limites do meu mundo”.
O seu pensamento sobre a linguagem incide sobretudo, na “Teoria do Espelho”: a linguagem espelha a realidade.
O pensamento de Wittgenstein evoluiu entre o “Tractatus” e “Investigações Filosóficas”.
Em “Investigações Filosóficas” oferece um novo ponto de vista: o significado das palavras não depende daquilo a que se referem, mas de como são usadas. A linguagem é um tipo de jogo, um conjunto de peças ou “equipamentos” (palavras) que são usadas de acordo com um conjunto de regras (convenções linguísticas).
Wittgenstein nesta obra considera que a linguagem deve ser utilizável e funcional e como tal, a relação entre nome e coisa não é suficiente.
Há uma infinidade de “Jogos de linguagem” e portanto, não é possível unificar a linguagem a partir de uma única estrutura lógica e formal, pois esta actividade a que chamamos linguagem ocorre em vários contextos de acção e faz parte de diferentes formas de vida, havendo, como tal, tantas linguagens quanto a formas de vida.
Aula 5 22 – Out – 2008
Diferentes Teorias da Significação:
1 – Teoria Referencial ou Nomenclativa: as palavras seriam o nome das coisas – nomes/objectos;
2 – Teoria Ideacionista ou Mentalista: as palavras são representações de ideias (significante/significado) – palavras/conceitos;
3 – Teoria Behaviorista/Comportamental (Bloomsfield)
4 – Teoria Pragmática (Peirce , 2º Wittgenstein, Austin): o significado está no uso.
Aula 6 29 – Out – 2008
1º Capítulo – “Pragmática da Comunicação”, Paul Watzlawick
Aula 7 5 – Nov – 2008
Fazer síntese do cap. 1 e 2 do livro “Pragmática da Comunicação”
Aula 8 19 – Nov – 2008
Como tornar as nossas ideias claras?
· Peirce criticava sobretudo o intuicionismo[2] da Filosofia cartesiana;
o Para Descartes a sua a sua ideia clara[3] é “penso, logo existo”
Crítica de Peirce:
Nunca sou só “eu e os meus botões”, sou sempre “eu com os outros, em comunidade” – crítica à visão solipsista.
1) Uma capacidade sobre-humana; Sentimento subjectivo sem qualquer
2) Familiaridade com a ideia em causa valor lógico.
Para Peirce, estar convicto de “algo” não quer dizer que “algo” seja claro. Deste modo, a posição de Peirce em relação ao conceito de “clareza” em Descartes é uma posição anti – intuicionista
Peirce começa por pôr em causa as noções cartesianas de clareza e distinção:
Descartes Peirce
- Para saber o que é uma coisa temos de o fazer de forma clara e distinta | - Quais os efeitos de um signo |
- Ideias claras | - não uma análise do que é mas sim da sua utilidade |
- Substância/Natureza[4] | - como tornar as nossas ideias claras. Como se usa aspectos práticos |
- pessoa que sabe utilizar bem a palavra |
“Engenharia do Pensamento”:
a) As ideias servem para alguma coisa;
b) Verificar se uma ideia funciona melhor que as outras;
Peirce introduz então a engenharia do pensamento moderno. Peirce apresenta o pensamento como um sistema de ideias cuja única função é a produção da crença. O pensamento é uma sucessão ordenada de ideias. A crença produzida pelo pensamento, implica “a determinação na nossa natureza de uma regra de acção (hábito)”. Com a crença acaba a hesitação de como agirmos ou procedermos.
“As diferentes crenças distinguem-se pelos diferentes modos de acção a que dão origem”.
Máxima Pragmatista: A nossa ideia do objecto é a ideia dos efeitos sensíveis que concebemos que o objecto tem ou pode ter;
As nossas ideias podem ser claríssimas sem ser verdadeiras. Isto acontece quando temos grande certeza numa coisa que mais tarde se vem a revelar ser falsa;
Wittgenstein (Investigação Filosóficas)
Jogos[5] de Linguagem[6], estão dependentes do contexto
· A Base da linguagem não é monolítica (com uma única visão), tal como era abordada no Tractatus[7]. A linguagem tem muitos usos.
Aula 9 26 – Nov – 2008
Teorias dos Actos de Fala – Austin[8]
Austin considera os signos linguísticos como acções de determinada força com aplicações diversas.
Com as palavras faz-se a distinção de actos de fala em:
a) Constatativos – todas as afirmações que verificam, apuram, constatam algo (verdadeiro ou falso);
b) Performativos – não constatam nada, realizam algo ou então são parte de uma acção (resultam ou não);
Um acto de fala resulta quando entre o emissor e o ouvinte se estabelece uma relação. Austin enumera 6 regras para o sucesso dos performativos:
1) Existência de uma convenção aceite pela comunidade;
2) As pessoas e as circunstâncias têm de ser apropriadas à realização da acção;
3) A acção tem de ser correctamente levada a cabo pelos participantes;
4) A acção tem de ser cumprida completamente;
5) Sinceridade: tem de haver intenção futura de cumprir o acto de fala;
6) Comportamento futuro tem de estar de acordo com o acto de fala;
Incumprimento de uma das 6 regras: Infelicidade
Incumprimento de uma das 4 primeiras regras: Falha
Incumprimento das últimas 2 regras: Abuso
Aula 10 3 – Dez – 2008
A Apresentação do Eu na Vida de Todos os Dias – Goffman
[1] Uso/manuseamento dos signos. Para definir pragmática é necessário definir o que estuda a semiótica. O termo foi criado por Peirce. A pragmática está relacionada com os contextos: uma determinada operação pode estar correcta num determinado contexto, mas num outro diferente não.
[2] Na filosofia da matemática, intuicionismo, ou neo-intuicionismo (em oposição ao pré-intuicionismo) é uma abordagem à matemática de acordo com a actividade mental construtiva dos humanos.
Qualquer objecto matemático é considerado um produto da construção de uma mente e, portanto, a existência de um objecto é equivalente à possibilidade de sua construção. Isto contrasta com a abordagem clássica, que afirma que a existência de uma entidade pode ser provada através da refutação da sua não-existência. Para os intuicionistas, isto é inválido; a refutação da não existência não significa que é possível achar uma prova construtiva da existência. Como tal, intuicionismo é uma variedade de construtivismo matemático, mas não a única.
[3] A questão do pensamento é cumulativa:
- O nosso conhecimento vai aumentando do centro para a periferia;
- Esta visão sofre de solipsismo
[4] Ex: Uma mesa é um objecto onde podemos escrever. Vemos qual a natureza da mesa.
[5] Regras dentro de um determinado contexto
[6] Forma como uma pessoa se relaciona
[7] O Tractatus Logico-Philosophicus é o único livro publicado em vida pelo filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein. Foi escrito enquanto ele era um soldado, durante a Primeira Guerra Mundial, em 1918. Publicado em alemão em 1921 como Logisch-Philosophische Abhandlung, atualmente é amplamente considerado uma das mais importantes obras de filosofia do século XX.
[8] Teoria dos actos de fala – signos linguísticos como acções de determinada força com aplicações diversas;
Estudo das condições gerais do enunciado
Actos de fala – são acções intencionais
Constantivos – afirmações que apuram, verificam, constatam algo
Performativos – não descrevem, não relatam, não constatam nada, não são verdadeiros nem falsos, eles fazem algo ou então são parte de uma acção.
Regras para o sucesso dos performativos (Austin):
Existência de uma convenção aceite pela comunidade
Falha as pessoas e as circunstancias tem de ser apropriadas à realização de acção
Acção tem de ser correctamente levada a cabo pelos participantes
Acção tem de ser cumprida completamente
Abuso 5/6 sinceridade: tem de haver intenção futura de cumprir o acto de fala
Comportamento futuro tem de estar de acordo com o acto de fala